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Começa treinamento de 18 mil recenseadores para o Censo Agro

Editoria: IBGE

26/09/2017 09h00 | Atualizado em 24/01/2019 11h07

Teve início, nesta segunda-feira, o treinamento dos mais de 18 mil recenseadores que trabalharão no Censo Agropecuário 2017, última etapa da preparação para a ida a campo da pesquisa, a partir de 1º de outubro. As aulas vão até a próxima quinta-feira em quase 1.600 municípios do país, espalhados por todas as 27 unidades da federação.

 

Os futuros recenseadores passarão por um treinamento de quatro dias, com 6 horas de aulas por dia, aplicadas em uma das mais de 500 agências do IBGE ou em um dos quase 1.400 postos de coleta do Censo Agro. O treinamento dá ênfase especial ao uso do Dispositivo Móvel de Coleta (DMC), um smartphone que servirá para armazenar as informações colhidas no campo e transmiti-las para a rede de computadores do IBGE.

“Não vamos eliminar quem eventualmente não saiba usar o DMC de início. Vamos fazer uma espécie de inclusão digital via censo. No Censo Demográfico 2010, ainda tínhamos muitas pessoas de mais idade que não sabiam mexer. Mas nosso perfil sempre foi muito mais de jovens e estudantes, pessoas que agora já estão bem acostumadas com essa tecnologia”, explica a gerente de treinamento da Coordenação Operacional dos Censos (COC) do IBGE, Cynthia Gomes Damasceno.

O perfil descrito por Cynthia é exatamente o de André Daniel Craveiro, 19, de Ananindeua, estudante de direito da Universidade Federal do Pará (UFPA), que terá no Censo Agropecuário sua primeira oportunidade profissional. “Achei que um trabalho temporário seria uma boa opção dentro da minha agenda de estudos. O IBGE recomenda 5 horas de trabalho diário, então acredito que não vai me atrapalhar na faculdade”, explica o paraense. 

Já Leandro Duarte, de 18 anos, está empolgado com a experiência de trabalhar no Censo Agropecuário no Maranhão. "Eu já havia trabalhado anteriormente, mas como menor aprendiz. É importante a atividade porque eu ganho experiência. Espero cumprir com as minhas obrigações [na pesquisa]", disse.

Nayara Marçal, por sua vez, teve uma passagem pelo IBGE como seu primeiro trabalho, em 2010, quando fez parte do Censo Demográfico na cidade de Lagoa Santa, em Minas Gerais, aos 18 anos. Agora, aos 25, ela encara o desafio de coletar informações para o Censo Agropecuário no mesmo município. “Gostei muito de ter trabalhado no Censo de 2010, aprendi bastante e carrego isso durante a minha vida”.

A recenseadora destacou a importância do treinamento para ampliar os conhecimentos sobre a função, além de ganhar segurança para abordar os cidadãos e realizar a pesquisa. Mais madura e recém-graduada em Engenharia Civil, Nayara conta novamente com a capacitação para conhecer melhor o questionário do Censo Agro 2017. “Ela será essencial para quem não tem vivência com o meio agropecuário, que é o meu caso”.

Desafio de “abrir porteiras”

A coordenadora de treinamento do Censo Agropecuário em Pernambuco, Margareth Carneiro, ressaltou a importância dos parceiros do IBGE para facilitar a realização do censo. "Há um diálogo com associações, sindicatos, igrejas, tudo isso pra facilitar o trabalho dos recenseadores e garantir o sucesso do Censo Agro", esclarece.

Silvano Gomes, de 32 anos, é uma das pessoas que iniciaram o treinamento nesta segunda e terão a missão de abrir as portas durante o Censo. Ele será responsável por estabelecimentos em Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana de Recife. O jovem, que já foi agente de pesquisa, está na expectativa de participar de mais um levantamento realizado pelo IBGE. "É essencial que a população confie que nós, recenseadores, somos do IBGE, entendam a importância da pesquisa e forneçam informações verdadeiras", destaca.

Na cidade de Jaguaribe, município cearense localizado a 300 km de Fortaleza, as expectativas para o treinamento são as melhores possíveis. Para o recenseador Rosival Viana da Silva, de 43 anos, é essencial estar bem preparado para o trabalho em campo.

"Espero absorver o máximo de conhecimento para não ter dúvidas. Às vezes estamos em campo sem contato com a Sede do IBGE, é preciso estar preparado sem restar nenhuma dúvida", destaca. "Vamos entrar em contato direto com a realidade do campo e ver os resultados depois de 7 anos de seca aqui na região", ressalta.

Aos 60 anos, disposição até para acampar no 3º Censo

Se para muitos o Censo Agropecuário é a primeira experiência profissional, para outros a função é uma antiga conhecida. Aos 60 anos, Ivone Therezinha Sturm já participou dos Censos Demográficos de 2000 e 2010 e está pronta e disposta para sua terceira passagem como recenseadora do IBGE, em São José dos Pinhais, no Paraná.

"Estou com uma expectativa muito boa! Trabalhar bastante, de segunda a segunda, acampar se for preciso. É uma oportunidade que a gente tem de conhecer pessoas, conhecer a realidade, como também ganhar uma ajuda monetária para ir levando a vida", conta Ivone.

Apesar de ter começado na função em 2000, com mais de 40 anos, a recenseadora conta que já mostrou mais disposição que os jovens. “Gostei muito! Fiz vários setores e, no final, quando muita gente desistiu, eu fui chamada para completar aqueles setores que os meninos e meninas deixaram de fazer por completo", lembra.

Após esta semana de treinamentos, a expectativa é que sejam realizadas capacitações de novos recenseadores em outros momentos, em menor escala, para que sejam substituídos aqueles que não puderem continuar na função. Os agentes começarão a coletar os dados a partir da próxima segunda-feira, por todo o Brasil, colocando em prática os ensinamentos do curso. 

Texto: Rodrigo Paradella, com colaboração de Alana Lima (PE), Camille Costa (RJ), Claudia Sedano (PA), Helena Tallmann (MG), José Zasso (RS), Larissa Grizoli (PR), Leandro Santos (MA), Matheus Boing (SC), Rita de Cássia (BA), Thaís Martins (CE)
Álbum de fotos: J. C. Rodrigues
Imagem: José Zasso
Tabela: Helga Szpiz