Conta-Satélite de Saúde 2010-2015: em 2015, 9,1% do PIB foram gastos no consumo de bens e serviços de saúde
20/12/2017 10h00 | Atualizado em 10/04/2018 08h51
As despesas com o consumo final de bens e serviços de saúde no Brasil atingiram R$ 546 bilhões em 2015, correspondendo a 9,1% do PIB. Desse total, R$ 231 bilhões (3,9% do PIB) foram despesas de consumo do governo e R$ 315 bilhões (5,2% do PIB) despesas de famílias e instituições sem fins de lucro a serviços das famílias.
A participação dos serviços no consumo de bens e serviços de saúde aumentou em todos os anos, entre 2010 e 2015, passando de 75,9% para 79,2%. Já a participação dos medicamentos caiu de 22,4% para 19,0%.
A despesa per capita com o consumo de bens e serviços de saúde, em 2015, foi de R$ 1.538,79 para famílias e instituições sem fins de lucro a serviço das famílias e
de R$ 1.131,94 para o governo. O principal gasto das famílias foi com serviços de saúde privados (incluindo planos de saúde), chegando a 3,4% do PIB (R$ 204,4 bilhões) em 2015. Na despesa de consumo do governo, o principal item foi a saúde pública, com 3,1% do PIB (R$ 184,3 bilhões) em 2015.
O consumo de bens e serviços de saúde cresceu em todos os anos da série. Em 2015, o crescimento em volume – descontando as variações de preços – foi de 0,5% para o consumo do governo e 1,6% para o das famílias. Já o consumo de serviços não-saúde caiu nos dois segmentos: governo (-2,0%) e famílias (-3,6%).
A participação das atividades de saúde na renda gerada no país (valor adicionado) aumentou em todos os anos da série, passando de 6,1% (R$ 202,3 bilhões) em 2010 para 7,3% (R$ 375,1 bilhões) em 2015. A atividade de maior peso ao longo da série foi a Saúde privada, e sua participação foi a que mais cresceu, passando de 2,1% do valor adicionado, em 2010, para 2,8% (ou R$ 144,4 bilhões), em 2015.
A publicação Conta-Satélite de Saúde 2010-2015 sistematiza informações sobre consumo e comércio exterior de bens e serviços de saúde e sobre valor adicionado e postos de trabalho em atividades de saúde. Acesse aqui a publicação completa.
Despesas com bens e serviços de saúde representaram 19,6% do consumo final do governo em 2015
Em 2015, o consumo final de bens e serviços de saúde no Brasil foi de R$ 546 bilhões. Desse total, R$ 231 bilhões (3,9% do PIB) foram despesas de consumo do governo e R$ 315 bilhões (5,2% do PIB) despesas de famílias e instituições sem fins de lucro a serviços das famílias (ISFLSF).
Entre 2014 e 2015, a participação do consumo desses bens e serviços na economia aumentou de 8,7% para 9,1%. Esse aumento ocorreu porque, enquanto o consumo de bens e serviços de saúde teve um aumento de 1,1% em seu volume, o PIB caiu 3,5%.
A participação dos serviços no consumo de bens e serviços de saúde aumentou em todos os anos entre 2010 e 2015, passando de 75,9% para 79,2%. Já a participação dos medicamentos caiu de 22,4% para 19,0%.
Entre 2010 e 2015, as despesas com consumo final de bens e serviços de saúde oscilaram entre 18,5% (2012) e 19,6% (2015) do total do consumo final do governo. No caso das famílias, as despesas com consumo de bens e serviços de saúde passaram de 7,3% do total de seu consumo final, em 2010, para 8,2%, em 2015.
O consumo de bens e serviços de saúde cresceu em todos os anos da série. Em 2015, o crescimento em volume – descontando as variações de preços – foi de 0,5% para o consumo do governo e de 1,6% para o das famílias. Já o consumo de bens e serviços não-saúde pelo governo, em 2015, caiu 2,0% enquanto o consumo desses bens e serviços pelas famílias, caiu 3,6%.
Gasto das famílias com bens e serviços de saúde é maior que o do governo
Em 2015, a despesa com consumo per capita de bens e serviços de saúde de famílias e instituições sem fins de lucro a serviço das famílias chegou a R$ 1.538,79. O consumo per capita do governo foi de R$ 1.131,94.
O principal gasto das famílias foi com serviços de saúde privados (incluindo planos de saúde). Esse gasto variou de 2,5% do PIB em 2010 (R$ 97,8 bilhões) a 3,4% do PIB em 2015 (R$ 204,4 bilhões). Já o consumo de medicamentos representou cerca de 1,5% do PIB no período, chegando a 92,5 bilhões em 2015.
Na despesa de consumo do governo, o principal item foi a saúde pública, que representou 2,7% (R$ 105,6 bilhões) do PIB em 2010 e 3,1% (R$ 184,2 bilhões) em 2015. A despesa do governo com serviços de saúde privados foi de 0,6% do PIB (R$ R$36,2 bilhões) em 2015 e as despesas com medicamentos para distribuição gratuita foi de 0,2% (R$ 10,9 bilhões) em 2015.
Assim, a despesa do governo com serviços de saúde é maior que a das famílias, mas quando se consideram as despesas com medicamentos, o consumo das famílias é maior que o do governo.
Consumo final, em percentual do PIB, por setor institucional, segundo os produtos - Brasil - 2010-2015 |
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Produtos | Consumo final, em percentual do PIB, por setor institucional (%) |
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2010 | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | |
Famílias | ||||||
Total | 4,3 | 4,2 | 4,4 | 4,5 | 4,8 | 5,1 |
Medicamentos para uso humano | 1,6 | 1,5 | 1,5 | 1,5 | 1,5 | 1,5 |
Preparações farmacêuticas | 0,0 | 0,0 | 0,0 | 0,0 | 0,0 | 0,0 |
Aparelhos e instrumentos para uso médico e odontológico | 0,0 | 0,0 | 0,0 | 0,0 | 0,0 | 0,0 |
Outros materiais para uso médico, odontológico e óptico, inclusive prótese | 0,1 | 0,1 | 0,1 | 0,1 | 0,1 | 0,2 |
Saúde privada | 2,5 | 2,6 | 2,7 | 2,9 | 3,1 | 3,4 |
Governo | ||||||
Total | 3,6 | 3,5 | 3,4 | 3,5 | 3,7 | 3,9 |
Medicamentos para uso humano | 0,2 | 0,2 | 0,2 | 0,2 | 0,2 | 0,2 |
Saúde pública | 2,7 | 2,7 | 2,6 | 2,8 | 2,9 | 3,1 |
Saúde privada | 0,7 | 0,6 | 0,6 | 0,6 | 0,6 | 0,6 |
Instituições sem fins de lucro a serviço das famílias | ||||||
Total | 0,1 | 0,1 | 0,1 | 0,1 | 0,1 | 0,1 |
Saúde privada | 0,1 | 0,1 | 0,1 | 0,1 | 0,1 | 0,1 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais. |
Quando, além, do consumo final, são consideradas transferências como as feitas para farmácias particulares, as despesas do governo representam 45,1% do financiamento da saúde e a despesa das famílias, 53,6%.
Entre 2010 e 2015, as despesas do programa Aqui tem farmácia popular – que transfere recursos a farmácias particulares para pagar por medicamentos adquiridos pelas famílias – passaram de R$ 238 milhões para R$ 2,8 bilhões.
Em relação a exportações de bens e serviços de saúde, destaca-se que, em 2015, 26,3% das preparações farmacêuticas (por exemplo, gazes, curativos, iodo, água oxigenada etc.) disponíveis no país foram exportadas. Por outro lado, 77,4% dos produtos farmoquímicos (matéria prima para produção de medicamentos), 37,1% dos outros materiais médicos e odontológicos e 26,3% dos medicamentos para uso humano foram importados.
Atividades de saúde geram 7,3% da renda do país em 2015
A participação das atividades de saúde na renda gerada no país (valor adicionado) aumentou em todos os anos da série, passando de 6,1% (R$ 202,3 bilhões) em 2010 para 7,3% (R$ 375,1 bilhões) em 2015. A atividade de maior peso ao longo da série foi a Saúde privada, e sua participação foi a que mais cresceu, passando de 2,1% do valor adicionado, em 2010, para 2,8% (ou R$ 144,4 bilhões), em 2015. Enquanto as atividades relacionadas à saúde ficaram praticamente estáveis em 2015, com uma variação em volume de -0,1%, as outras (não-saúde) caíram 3,4%.
Cresce a participação das atividades de saúde no total de postos de trabalho
O número de ocupações em atividades relacionadas à saúde passou de 5,2 milhões em 2010 para 6,5 milhões em 2015, um aumento de aproximadamente 1,3 milhão de postos. Isso, entretanto, não corresponde ao número de pessoas ocupadas, uma vez que um indivíduo pode ocupar mais de um posto de trabalho.
Em 2015, enquanto o número de postos de trabalho ocupados nas atividades não-saúde caiu 3,8%, nas atividades de saúde ele cresceu 3,5%. Entre as atividades de saúde, as com maior número de ocupações são a saúde privada e a saúde pública. O número de postos de trabalho nessas atividades cresceu 3,8% e 6,9%, respectivamente, sendo que a saúde pública tinha recuado 3,2% em número de ocupações, em 2014.
Com um crescimento no número de postos de trabalho maior que a média da economia, as atividades relacionadas à saúde ganharam participação no total de postos de trabalho, passando de 5,3% das ocupações, em 2010, para 6,4%, em 2015.