PIM Regional
Produção industrial cresce em 11 dos 15 locais pesquisados em março
19/05/2023 09h00 | Atualizado em 19/05/2023 10h53
Na passagem de fevereiro para março, a produção industrial brasileira avançou 1,1%, com crescimento em 11 dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional. As maiores altas foram registradas pelo Mato Grosso (9,3%), Amazonas (8,7%) e Pernambuco (8,1%). No acumulado trimestral, a indústria caiu 0,4% e as taxas negativas foram verificadas em 13 dos 18 locais pesquisados. Já no acumulado em 12 meses a variação foi nula (0,0%), com nove dos 15 locais analisados mostrando resultados negativos. Os dados foram divulgados hoje (19) pelo IBGE.
Em abril, foram divulgados pela primeira vez os resultados da PIM Regional após as atualizações na seleção de amostra de empresas, unidades locais e lista de produtos, além da inclusão de três novos locais: Rio Grande do Norte, Maranhão e Mato Grosso do Sul.
A principal influência positiva no resultado nacional foi o Rio Grande do Sul, com um crescimento de 5,6%. “O resultado de março vem após dois meses seguidos de resultados negativos. Alguns setores que antes apresentavam trajetória negativa, em março mostraram crescimento. Os de veículos automotores e derivados do petróleo impactaram no desempenho da indústria gaúcha. Esse avanço no estado também elimina parte da perda acumulada nos dois meses anteriores, de 11,5%”, explica Bernardo Almeida, analista da PIM Regional.
O Amazonas exerceu a segunda maior influência neste mês, com uma expansão de 8,7%. Os principais responsáveis foram os setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos; e outros equipamentos de transporte. Trata-se da quarta taxa positiva consecutiva da indústria amazonense, acumulando um ganho de 20,7%.
Em terceiro lugar no ranking de influências, a Bahia teve crescimento de 5,6%. A explicação está principalmente no desempenho do setor de derivados de petróleo e, em menor grau, no de outros produtos químicos.
No lado das quedas, a maior influência veio do Paraná (-1,3%). “O setor de produtos de madeira influenciou negativamente o resultado da indústria paranaense, que acabou eliminando o ganho verificado no mês anterior, de 0,3%”, acrescenta Bernardo. Santa Catarina, com um recuo de 1,4%, aparece como a segunda maior influência negativa, em virtude do setor de vestuário.
Maior parque industrial do país, São Paulo encontra-se 2,7% abaixo do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020). “O ritmo da indústria paulista ainda está aquém daquele observado há mais de três anos, mostrando uma dificuldade de crescimento sustentado. São Paulo teve uma variação positiva de 0,2% na passagem de fevereiro para março, sobretudo pelo bom desempenho dos setores de veículos automotores, derivados de petróleo e máquinas e equipamentos. Com isso, o estado interrompe três meses de resultados negativos. Nesse período, a indústria paulista teve uma perda acumulada de 4,9%. Já na comparação com março de 2022, São Paulo exerceu a maior influência negativa, com uma queda de 2,4%”, analisa Bernardo.
Acumulado trimestral mostra diminuição em relação ao mesmo período de 2022
Na comparação do acumulado trimestral (janeiro-março de 2023) com igual período do ano passado, a produção nacional teve redução de 0,4%, atingindo 13 dos 18 locais pesquisados. Rio Grande do Sul (-9,2%), Mato Grosso (-7,4%) e Bahia (-5,2%) se destacaram.
“O que pode explicar esse resultado é uma perda de ritmo da cadeia produtiva, consequência da maneira cautelosa como as decisões acerca da produção industrial vêm sendo tomadas. Há muitas incertezas, é algo que se observa no país todo de uma forma geral”, finaliza Bernardo.
Por outro lado, Amazonas (14,8%), Maranhão (8,3%) e Minas Gerais (8,0%) tiveram os avanços mais acentuados.
Indústria avança em nove dos 18 locais pesquisados na comparação interanual
O setor industrial cresceu 0,9% frente a março do ano passado e, regionalmente, nove dos 18 locais pesquisados acompanharam o resultado positivo. Vale lembrar que março de 2023 (23 dias) teve um dia útil a mais do que igual mês do ano anterior (22). As maiores altas foram registradas por Amazonas (23,5%), Mato Grosso do Sul (8,6%), Minas Gerais (7,3%), Mato Grosso (6,7%), Maranhão (6,6%), Rio de Janeiro (5,8%), Pará (3,1%) e Rio Grande do Norte (1,3%).
O avanço de dois dígitos observado no Amazonas foi causado principalmente pelas atividades de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (unidades de memória, telefones celulares, televisores e terminais de autoatendimento bancário), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (gasolina automotiva, querosenes de aviação e naftas), outros equipamentos de transporte (motocicletas e suas peças e acessórios), máquinas e equipamentos (máquinas de contabilidade, de emitir bilhetes e semelhantes e aparelhos de ar condicionado de paredes, de janelas ou transportáveis, inclusive os do tipo split system) e bebidas (preparações em xarope para fins industriais para elaboração de bebidas).
No sentido oposto, Rio Grande do Sul (-6,5%) e Goiás (-5,3%) tiveram as quedas mais expressivas. A produção industrial gaúcha foi impactada, em grande parte, pelo comportamento negativo observado nos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (óleo diesel, gasolina automotiva, gás liquefeito de petróleo e naftas) e produtos alimentícios (sucos integrais de uva, carnes e miudezas de aves congeladas, carnes de suínos congeladas, produtos embutidos ou de salamaria e outras preparações de carnes de aves, leite esterilizados/UHT/Longa Vida e rações).
Em Goiás, os principais responsáveis pelo resultado negativo foram os produtos químicos (desodorantes, fertilizantes químicos das fórmulas NPK, cloretos de potássio, preparações capilares e sabões ou detergentes), confecção de artigos do vestuário e acessórios (camisetas, calças compridas, camisas, blusas e semelhantes de uso masculino e bermudas, jardineiras, shorts, calças e semelhantes de uso feminino) e produtos alimentícios (carnes de bovinos frescas ou refrigeradas, carnes e miudezas de aves frescas ou refrigeradas, óleo de soja em bruto e arroz).
Santa Catarina (-3,1%), São Paulo (-2,4%), Pernambuco (-2,3%), Ceará (-1,8%), Espírito Santo (-1,1%), Região Nordeste (-1,0%) e Paraná (-1,0%) foram os outros estados que recuaram nesta comparação.
Mais sobre a pesquisa
A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativas e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 17 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 0,5% no total do valor da transformação industrial nacional e, também para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.
Os resultados da pesquisa também podem ser consultados no Sidra, o banco de dados do IBGE.