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PIM Regional

Produção industrial recua em oito de 15 locais pesquisados em janeiro frente a dezembro

Editoria: Estatísticas Econômicas | Umberlândia Cabral

06/04/2023 09h00 | Atualizado em 13/04/2023 10h06

#PraCegoVer Foto de uma refinaria da Petrobras.
Setor de derivados do petróleo impulsionou o resultado negativo da indústria paulista - Foto: Tais Peyneau/Agência Petrobras

Na passagem de dezembro para janeiro, quando a produção industrial do país recuou -0,3%, houve retração em oito dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional. As maiores quedas no período foram registradas por Rio Grande do Sul (-3,4%), São Paulo (-3,1%) e Mato Grosso (-2,0%). No acumulado em 12 meses, a indústria variou -0,2%, com resultados negativos em sete locais. Os dados foram divulgados hoje (6) pelo IBGE.

A queda da produção industrial em São Paulo veio após um recuo de 0,8% no mês anterior. Com isso, a indústria do estado acumula retração de 3,9% nesses dois meses. “Esse resultado da indústria paulista, na comparação com dezembro, foi o de maior influência sobre o resultado nacional e foi impactado pelos setores de derivados de petróleo e de veículos. Podemos observar que, no mês de janeiro, a indústria automobilística costuma dar férias coletivas e com isso há queda de produção. Também há uma certa cautela na produção do setor, já que o desabastecimento de insumos e o encarecimento de matéria-prima vêm causando impacto no ritmo da produção”, explica o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.

No Rio Grande do Sul, a retração de janeiro eliminou o ganho de 1,9% que havia sido registrado em dezembro. O resultado também é ligado ao setor de derivados do petróleo. “Em segundo lugar, também há o setor de produtos do fumo, que exerceu uma influência negativa sobre a indústria gaúcha”, analisa. Além de ser a maior retração entre os locais investigados pela pesquisa, o resultado negativo da produção do Rio Grande do Sul foi o segundo de maior influência sobre o índice nacional.

Em Mato Grosso, a retração interrompeu dois meses seguidos de expansão, quando havia ganho acumulado de 9,3%. “Nesse estado, houve queda na produção de alimentos e, secundariamente, também houve o impacto negativo o setor de bebidas”, diz o analista.

 

Outros resultados negativos vieram do Rio de Janeiro (-1,0%), Santa Catarina (-1,0%), Pará (-0,4%), Paraná (-0,3%) e Bahia (-0,2%). Já Espírito Santo (18,6%) e Pernambuco (17,3%) foram os locais em que houve maior expansão. A alta da produção capixaba foi antecedida por um recuo de 5,2% em dezembro, enquanto a indústria pernambucana eliminou, com o avanço de janeiro, parte da perda de 26,2% acumulada nos últimos quatro meses do ano passado.

Os demais resultados positivos, ainda na comparação com o mês anterior, vieram dos seguintes locais: Região Nordeste (6,1%), Goiás (2,5%), Amazonas (2,4%), Ceará (1,5%) e Minas Gerais (0,6%).

Produção industrial recua em sete locais na comparação interanual

A divulgação de hoje é a primeira após as atualizações na seleção de amostra de empresas e unidades locais e na lista de produtos investigados pela pesquisa. Além disso, houve alterações metodológicas que buscam acompanhar as mudanças econômicas da sociedade. Também foram incluídos três novos locais entre os pesquisados: Rio Grande do Norte, Maranhão e Mato Grosso do Sul – por atingirem 0,5% do valor de transformação industrial (VTI), de acordo com a Pesquisa Industrial Anual (PIA) Empresa.

Bernardo Almeida explica que, neste primeiro momento, só há resultados para os três novos locais no indicador interanual mensal. “Precisamos de uma série maior para produzir dados mais precisos e robustos que permitam efetuar a disseminação dos outros indicadores. Para o indicador do acumulado em 12 meses, por exemplo, ainda não é possível divulgá-lo por conta de sua própria metodologia, pelo fato de as séries históricas desses locais serem bem recentes” diz.

Com a variação de 0,3% da indústria nacional, na comparação com janeiro do ano passado, sete dos 18 locais pesquisados também tiveram resultados positivos. As maiores expansões vieram do Amazonas (13,0%), Maranhão (11,5%) e Minas Gerais (9,8%).

“Minas Gerais foi a principal influência sobre o resultado de 0,3% da indústria nacional. O setor que mais impulsionou a indústria no estado foi o extrativo, em decorrência do aumento da produção de minério de ferro. Também há o destaque para os derivados do petróleo, com aumento da produção de óleo diesel, gasolina automotiva, asfalto de petróleo e óleos combustíveis”, afirma.

A segunda maior influência no resultado da indústria veio do Rio de Janeiro (3,2%). “Na indústria fluminense, também houve a influência do setor de derivados de petróleo, que foi impulsionado pelo aumento da produção de gasolina automotiva, gás liquefeito de petróleo e querosene de avião. Outro setor de destaque é o extrativo, com a expansão de óleos brutos de petróleo”.

Já o resultado do Amazonas, o terceiro de maior impacto no índice nacional, é relacionado ao setor de outros equipamentos de transportes. “Essa atividade foi influenciada pelo aumento da produção de motocicletas e suas peças e acessórios. Em seguida, também há influência do setor de bebidas, que é muito atuante na indústria amazonense”, destaca Bernardo.

O Maranhão, que entrou entre os locais investigados pela pesquisa pela primeira vez, teve a segunda maior taxa em termos absolutos. “Essa taxa positiva de dois dígitos teve como principal influência o setor de celulose, papel e produtos de papel, que foi impactado pelo aumento da produção de pasta para celulose. Esse é um setor muito atuante na indústria do estado”.

As outras expansões vieram de Mato Grosso do Sul (4,5%), Goiás (3,5%) e Ceará (0,2%). Do lado das quedas, Mato Grosso (-14,6%), Rio Grande do Norte (-10,5%) e Bahia (-10,3%) tiveram os resultados mais expressivos.

Rio Grande do Sul (-7,7%), Espírito Santo (-6,5%), Região Nordeste (-5,3%), Santa Catarina (-4,9%), Pará (-4,6%), Pernambuco (-2,8%), São Paulo (-2,1%) e Paraná (-0,4%) também recuaram frente a janeiro de 2022.

Mais sobre a pesquisa

A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativas e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 17 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 0,5% no total do valor da transformação industrial nacional e, também para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.

Os resultados da pesquisa também podem ser consultados no Sidra, o banco de dados do IBGE.