PIM Regional
Produção industrial avança em seis dos 15 locais pesquisados em outubro
09/12/2022 09h00 | Atualizado em 09/02/2023 09h03
Na passagem de setembro para outubro, a produção industrial avançou em seis dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional. No resultado geral, a indústria do país teve variação de 0,3% no mesmo período. As maiores altas nessa comparação foram registradas pelo Pará (5,2%) e por Goiás (3,0%). Os dados foram divulgados hoje (9) pelo IBGE.
O crescimento da produção industrial do Pará veio após dois meses seguidos de queda, período em que acumulou um recuo de 9,3%. “O Pará ficou em primeiro lugar em termos de influências positivas sobre o resultado nacional e esse crescimento de 5,2% recupera uma parte da perda acumulada nos meses anteriores. Isso pode ser explicado pelo bom desempenho do setor extrativo, que é um dos principais da indústria paraense”, explica o analista da pesquisa, Bernardo Almeida, que ainda acrescenta a indústria de alimentos entre os resultados positivos do estado.
Já Goiás, com a alta de outubro, recupera a perda que foi registrada no mês anterior (-2,6%). “Esse estado aparece em quinto lugar no ranking de influência sobre a produção do país e podemos atribuir o crescimento desse mês aos resultados do setor de veículos automotores e da indústria farmacêutica”, destaca o pesquisador.
Outros locais que ficaram no campo positivo em relação ao mês anterior foram Minas Gerais (1,7%), Rio de Janeiro (1,1%), Rio Grande do Sul (0,5%) e São Paulo (0,4%). A indústria mineira foi a segunda de maior impacto no índice geral e, entre os seus setores de destaque, estão o de metalurgia e o de veículos.
Por sua vez, a alta do Rio de Janeiro é ligada ao setor extrativo e aos derivados de petróleo e biocombustíveis. “A indústria extrativa fluminense, que tem um peso significativo no setor industrial do estado, se refere ao refino do petróleo e ao gás natural”, explica Bernardo.
São Paulo, que responde por cerca de 34% da produção industrial nacional, foi a quarta maior influência sobre a variação de 0,3% no resultado geral. “Diferentemente do que geralmente ocorre, São Paulo não exerceu a principal influência sobre esse resultado. O setor que mais impactou essa variação positiva da indústria paulista no mês de outubro foi o de derivados do petróleo. Também houve o impacto dos resultados positivos dos produtos de borracha e material plástico e produtos farmacêuticos”, diz. O pesquisador destaca que, ainda que tenha avançado em outubro, a variação não foi suficiente para recuperar a perda de 3,2% na produção industrial do estado no mês anterior.
De acordo com Bernardo, a diminuição do impacto do resultado da indústria paulista sobre o índice geral tem relação com o próprio arrefecimento do setor. “Temos observado toda essa conjuntura da indústria caminhando gradualmente, registrando queda em alguns períodos e em outros tendo crescimento mais tímido. Há a inflação em patamares elevados, o que impacta a cadeia produtiva, o poder de consumo das famílias e a tomada de decisão dos produtores industriais e investidores. Esses são alguns fatores que podem explicar essa perda de ritmo”, destaca o analista.
Do lado das quedas, os destaques foram Ceará (-13,7%) e Mato Grosso (-11,5%), que tiveram os recuos mais expressivos. “Na indústria cearense, a queda é explicada pelos resultados negativos do segmento de artefatos de couro, artigos para viagens e calçados, que tem uma influência grande no setor industrial do estado. As estratégias de equalização de oferta e demanda do próprio setor podem explicar a diminuição do ritmo de produção nesse mês”, afirma. A produção industrial cearense havia crescido 5,1% no mês anterior.
Já a queda da produção mato-grossense é relacionada ao comportamento da indústria de alimentos no estado. “Esse setor em Mato Grosso é muito ligado ao abate de animais, principalmente de bovinos. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o setor tem um ganho de ritmo, mas há uma queda frente ao mês anterior. Outra influência negativa na indústria do estado foi o setor de derivados de petróleo e biocombustíveis”, afirma.
Entre os locais que registraram queda na produção, a principal influência negativa veio do Paraná (-9,1%). “A indústria paranaense tem a quinta taxa negativa seguida, acumulando nesse período perda de 16,5%. Em outubro, o que justifica essa retração também é o impacto do setor de derivados do petróleo e biocombustíveis”, analisa Bernardo.
Sete locais avançam na comparação interanual
A indústria nacional avançou 1,7% frente a outubro do ano passado e sete dos quinze locais pesquisados acompanharam o resultado positivo. As maiores altas vieram de Mato Grosso (15,8%) e São Paulo (7,7%). “O maior impacto no resultado nacional também veio de São Paulo. Das 18 atividades da indústria paulista, 12 estão crescendo e, entre elas, a maior influência é da indústria de alimentos, sobretudo pela maior produção de açúcar cristal e VHP, bombons e chocolates com cacau e carnes de bovinos congeladas. Também se destaca o setor de veículos automotores”, diz o analista.
Outras expansões foram registradas por Rio de Janeiro (6,5%), Minas Gerais (6,4%), Goiás (6,2%), Amazonas (1,8%) e Pernambuco (0,2%), enquanto o Rio Grande do Sul ficou estável (0,0%). Ainda na comparação interanual, houve redução na produção industrial em sete locais: Espírito Santo (-20,7%), Paraná (-14,5%) e Ceará (-11,9%), Bahia (-7,2%), Região Nordeste (-5,0%), Santa Catarina (-2,7%) e Pará (-2,3%).
Mais sobre a pesquisa
A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativas e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 14 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo,
1% no total do valor da transformação industrial nacional e, também para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.
Os resultados da pesquisa também podem ser consultados no Sidra, o banco de dados do IBGE.