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Produção agrícola

Estimativa para a safra recua em fevereiro, mas mantém previsão de colheita recorde

Editoria: Estatísticas Econômicas | Alerrandre Barros

10/03/2022 09h00 | Atualizado em 10/03/2022 09h00

Safra do milho deve crescer 23,9% em relação a 2021 - Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias

A safra nacional de grãos deve alcançar 261,6 milhões de toneladas em 2022, de acordo com a estimativa de fevereiro do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado hoje (10) pelo IBGE. Isso corresponde a uma redução de -3,8% em relação à estimativa do mês anterior. Mesmo assim, a colheita deve crescer 3,3% frente a de 2021 (253,2 milhões de toneladas) e atingir novo recorde na série histórica.

“Esse declínio na estimativa se deve aos problemas climáticos enfrentados por estados da região Sul, como Rio Grande do Sul e Paraná, notadamente a falta de chuvas durante a 1ª safra”, explica o gerente da pesquisa, Carlos Barradas. 

A produção da soja, principal commodity do país, deve totalizar 123,0 milhões de toneladas, uma queda de 6,7% frente à estimativa de janeiro e de 8,8% na comparação com o último ano. “Mesmo com elevados investimentos na produção da leguminosa, os efeitos adversos causados pela estiagem têm afetado drasticamente o desempenho das lavouras de verão nos estados do centro-sul do país”, observa Barradas.

A produção de milho deve chegar a 108,7 milhões de toneladas, declínio de 1,1% em relação ao mês anterior e crescimento de 23,9% em relação a 2021. “Após uma grande queda na produção, em 2021, efeitos do atraso do plantio da 2ª safra e da falta de chuvas nos principais estados produtores, espera-se um ano dentro da normalidade o que propiciará a recuperação das lavouras de milho, inclusive devendo atingir um novo recorde nacional”, analisa o gerente do LSPA. 

A estimativa para a produção de arroz foi de 10,7 milhões de toneladas, declínios de 3,2% em relação ao mês anterior e de 7,9% frente ao ano anterior. De acordo com Carlos Barradas, a forte estiagem na região Sul afetou as lavouras de sequeiro e restringiu a irrigação de grande parte das demais, sendo a principal responsável por essa queda. “Mas tanto a produção de arroz quanto a de feijão devem atender ao consumo do mercado interno”, observa. 

Soja, milho e arroz representam 92,7% da estimativa da produção e respondem por 87,7% da área a ser colhida em 2022. 

Em fevereiro, destacaram ainda as variações positivas nas seguintes estimativas de produção em relação a estimativa janeiro: milho 2ª safra (0,50%), sorgo (2,3%) e cacau (2,3%). Por outro lado, são esperados declínios na produção do milho 1ª safra (-5,9%), da batata-inglesa 1ª safra (-3,5%), da uva (-1,4%) e da batata inglesa 2ª safra (-1,0%). 

As regiões Nordeste (1,4%) e Norte (3,4%) tiveram aumento em suas estimativas frente a janeiro. Elas devem produzir 24,7 milhões de toneladas e 12,4 milhões de toneladas, respectivamente. O maior declínio foi no Sul (13,7%), que deve totalizar 69,2 milhões de toneladas. Já o Sudeste (26,7 milhões de toneladas) e o Centro-Oeste (128,4 milhões de toneladas) não tiveram variação em suas estimativas de produção em relação ao mês anterior. 

Sobre o LSPA 

Implantado em novembro de 1972 com o propósito de atender às demandas de usuários por informações estatísticas conjunturais mensais, o LSPA fornece estimativas de área plantada, área colhida, quantidade produzida e rendimento médio de produtos selecionados com base em critérios de importância econômica e social para o país. Ele permite não só o acompanhamento de cada cultura investigada, desde a fase de intenção de plantio até o final da colheita, no ano civil de referência, como também o prognóstico da safra do ano seguinte, para o qual é realizado o levantamento nos meses de outubro, novembro e dezembro. Acesse os dados no Sidra.