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Prévia da inflação

Passagens aéreas seguram IPCA-15, que tem menor março desde início do Plano Real

Editoria: Estatísticas Econômicas | Adriana Saraiva

25/03/2020 09h00 | Atualizado em 25/03/2020 09h33

#PraCegoVer foto de passageiros com malas no saguão do aeroporto
Preços das passagens aéreas caíram pelo terceiro mês seguido, recuando -16,88% em março - Foto: Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias

Influenciada pela retração de 16,88% no preço das passagens aéreas, a prévia da inflação de março registrou 0,02%, o menor resultado para o mês desde o início do Plano Real, em julho de 1994. O item representou o maior impacto negativo, contribuindo com -0,11 ponto percentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado hoje (25) pelo IBGE.

Com o resultado, o IPCA-E (IPCA-15 acumulado trimestralmente) ficou em 0,95%. Em 12 meses, o índice alcançou 3,67%, abaixo dos 4,21% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Além das passagens aéreas, que tiveram preços menores pelo terceiro mês consecutivo (-6,45%, em janeiro, e -6,68%, em fevereiro), as quedas da gasolina (-1,18%), do etanol (-1,06%), do óleo diesel (-1,95%) e do gás veicular (-0,89%), nos combustíveis (-1,19%), também influenciaram o resultado do grupo Transportes (-0,80%). Este grupo, que tem o maior peso no consumo das famílias, apresentou a maior deflação no mês.

 

Em Habitação (-0,28%), a queda é explicada principalmente pelo item energia elétrica (-1,30%), já que permanece em vigor a bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional nas contas de luz.

No lado das altas, a maior contribuição positiva (0,11 p.p.) veio do grupo Saúde e Cuidados pessoais (0,84%), cujo resultado refletiu o aumento de preços nos itens de higiene pessoal (2,36%). E do item plano de saúde, que variou 0,60% e contribuiu com 0,02 p.p. no IPCA-15 de março.

Após queda de 0,10% em fevereiro, o grupo de Alimentação e Bebidas, que responde pelo segundo maior peso no consumo das famílias, apresentou alta de 0,35% em março. A alimentação no domicílio, que havia registrado queda em fevereiro (-0,32%), subiu 0,49% em março, influenciada pelas altas da cenoura (23,92%), do ovo de galinha (5,10%), do tomate (4,93%) e do leite longa vida (1,37%). Além disso, as carnes (-1,81%) apresentaram queda menos intensa em relação a fevereiro (-5,04%).

Os preços que compõem o IPCA-15 de março foram totalmente obtidos por coleta presencial entre 12 de fevereiro e 16 de março. Em função do quadro de emergência de saúde pública decorrente do coronavírus (Covid-19), adaptações metodológicas estão sendo consideradas pelo IBGE, de modo que a próxima divulgação do índice seja baseada em coletas online e por telefone.