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Municípios da Amazônia Legal e Semiárido respondem por 13,7% do PIB de 2016
14/12/2018 10h00 | Atualizado em 14/12/2018 15h26
A participação dos municípios da Amazônia Legal no Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu de 6,9%, em 2002, para 8,6%, em 2016. O Semiárido também aumentou sua participação, indo de 4,5% para 5,1% nesse período. Juntas essas duas regiões responderam por 13,7% do PIB em 2016.
É a primeira vez que o PIB dos Municípios, divulgado hoje pelo IBGE, agrega uma análise geográfica, que permite estudos com diferentes recortes regionais e explora as interações econômicas entre as cidades.
Em 2002, a Amazônia Legal respondia por 14,8% da Agropecuária nacional, passando a 21,0% em 2016. Na Indústria, a participação da região cresceu de 6,7% para 8,9, nos Serviços (exceto a Administração Pública), de 5,5% para 6,6% no período e na Administração Pública, de 10,1% para 12,1%.
Já no caso do Semiárido, destacam-se os aumentos nos Serviços, de 3,2% para 4,1% e na Administração Pública, de 9,8% para 10,4%. A Agropecuária perdeu participação na região, de 10,4% para 8,1%.
“Na Amazônia Legal, há desde a expansão do agronegócio no Mato Grosso, à produção mineral no Pará, passando também pela produção da Zona Franca de Manaus. No Semiárido, destaca-se o aumento da participação da Administração Pública, que é o principal setor em boa parte dos municípios ”, contextualiza o coordenador de Geografia do IBGE, Claudio Stenner.
140 municípios de São Paulo concentram 26% do PIB nacional
A área que abrange 140 municípios fortemente interligados e polarizados pelo município de São Paulo concentrou 26% do PIB em 2016. “Nessa região, de urbanização quase contínua, que se estende de Santos a Piracicaba, e de Sorocaba a Pindamonhangaba, o PIB por quilômetro quadrado é 68 vezes maior que no restante do país”, ressalta Diogo Cabral, da coordenação de geografia do IBGE.
Já 58,9% do PIB estavam nos chamados municípios polo, que atraem os moradores das cidades do entorno para a realização de atividades econômicas e sociais, como São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro.
Ainda assim, os municípios polo perderam participação se comparados aos do entorno entre 2002 e 2016, enquanto nas áreas de menor PIB, como na região do Semiárido, ocorreu o inverso.
Stenner chama atenção para as diferenças de padrão entre essas regiões. “No Nordeste, o polo cresceu mais em 102 regiões, e o entorno cresceu mais em outras 51. No Semiárido, foram 79 regiões crescendo mais no polo, contra 29 crescendo mais no entorno. Já no Sul, Sudeste, Norte e Centro Oeste mais regiões tiveram crescimento nos municípios do entorno do que nos municípios polo”.