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Comércio

Queda de 0,4% nas vendas no varejo em outubro indica recuperação lenta

Editoria: Estatísticas Econômicas | Rodrigo Paradella

13/12/2018 09h00 | Atualizado em 14/12/2018 09h37

No segundo mês consecutivo de queda na comparação mensal, o volume de vendas do comércio varejista caiu 0,4% em outubro, na série com ajuste sazonal da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada hoje pelo IBGE. O resultado negativo reafirma a tendência de recuperação lenta do setor, que cresceu 1,9% em relação a outubro de 2017 e mantém alta de 2,2% no acumulado no ano.

De acordo com a gerente da pesquisa, Isabella Nunes, o setor teve uma perda de fôlego, com dois resultados negativos mensais seguidos. “Está mais distante do melhor ponto, que foi outubro de 2014.  Nada disso tira o comércio da tendência de recuperação, mas de forma gradual. O setor praticamente repetiu o resultado do mês anterior”.

 

A queda mostrou-se espalhada entre as atividades do comércio. Das oito pesquisadas, cinco apresentaram baixa na comparação com setembro: Combustíveis e Lubrificantes (-1,2%), Móveis e Eletrodomésticos (-2,5%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-7,4%) e Tecidos, vestimentas e calçados (-2,0%).

Isabella avalia os motivos para esse movimento de queda nas vendas e cita os grupos combustíveis e livros como algumas das influências negativas, embora com participações distintas no resultado do setor: 10,7% e 0,5%, respectivamente. “Os combustíveis vêm sendo impactados pelo aumento sistemático de preços, podemos ver isso porque há aumento nas receitas. Enquanto isso, os livros acumulam 15,7% de queda em seis meses. Essa atividade vem perdendo fôlego pela substituição do meio impresso pelo eletrônico, e, também, pelo fechamento de lojas físicas”, diz a gerente do IBGE.

Também é possível que a expectativa pelos cortes de preços na Black Friday, realizada no dia 23 de novembro, tenha prejudicado os resultados do comércio em outubro em algumas categorias pesquisadas.

“O grupo de tecidos, vestimentas e calçados caiu 2% após quatro meses de taxas positivas. Enquanto isso, móveis e eletrodomésticos vem com -2,5%, após dois índices positivos. São atividades que têm uma presença forte na promoção em novembro, isso pode sinalizar um adiamento do consumo”, analisa Isabella.

No comércio varejista ampliado, que inclui Veículos e motos e Materiais de construção, a taxa foi de -0,2%, beneficiada pelo bom desempenho dessas duas categorias. A primeira variou 0,1%, enquanto a segunda teve alta de 1,3% em outubro.