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Contas Nacionais

Revisão do PIB de 2016 mostra queda de 3,3% em relação ao ano anterior

Editoria: Estatísticas Econômicas | Rodrigo Paradella | Arte: J.C. Rodrigues

09/11/2018 10h00 | Atualizado em 09/11/2018 10h00

Em seu resultado consolidado, o Produto Interno Bruto (PIB) de 2016 alcançou R$ 6,267 trilhões e a sua queda de volume em relação a 2015 foi revisada de 3,5% para 3,3%, confirmando o segundo ano consecutivo de baixa (em 2015, a variação foi de -3,5%). Já o PIB per capita ficou em R$ 30.548, uma queda de 4,1%. A redução na atividade foi distribuída entre os três setores econômicos: Agropecuária teve variação de -5,2%, Indústria, -4,6%, e Serviços, -2,3%.

As informações, divulgadas hoje pelo IBGE, fazem parte do Sistema de Contas Nacionais, e são sempre revisadas dois anos após o período de referência (2016), a fim de apresentar um retrato mais detalhado e estruturado da situação econômica do país.

“O PIB trimestral (Sistema de Contas Nacionais Trimestrais) sai 60 dias após o fechamento do trimestre. Esse dado é revisado quando saem as pesquisas anuais do IBGE, das informações de agências reguladoras e do sistema financeiro, que demoram um pouco mais para chegar”, explicou o gerente de Contas Nacionais, Cristiano Martins.

Além da queda disseminada pelos três grandes setores da economia, o Sistema de Contas Nacionais mostrou que houve uma baixa significativa na Taxa de Investimento em 2016. Ela ficou em 15,5%, a pior da série iniciada em 1995, sendo 12,1% menor em volume que em 2015. A queda na taxa deu prosseguimento ao ciclo negativo iniciado em 2014 após o ápice em 2013 (20,9%).

“Foram dois anos consecutivos de queda, uma queda bem espalhada. O que se pode destacar é que o investimento em máquinas caiu 17,3% em volume e o da construção, 10,8%. Tivemos uma queda forte nesses dois setores em 2016”, analisou Cristiano. “A taxa de investimento havia sido de 17,8% em 2015, que já havia sido uma queda. O ponto mais alto desse período foi em 2013, depois, caiu em 2014 (19,9%), 2015 (17,8%) e, agora, em 2016 (15,5%), o pior da série”, complementou.

Poupança das famílias aumenta; consumo cai

Apesar do momento negativo na economia, a poupança das famílias aumentou 12,1% em 2016. “Como, na verdade, aconteceu uma queda no consumo das famílias (-3,8%), houve um aumento da poupança em função da diferença entre a renda disponível e o consumo final. A renda disponível ter crescido acima do consumo final causou esse aumento na poupança das famílias”, explicou o gerente dos setores institucionais das Contas Nacionais, Carlos Sobral.

O ano também foi de redução nos valores investidos pela esfera governamental. “A formação bruta de capital fixo do governo teve um ano ruim, caiu. Foi de R$ 136 bilhões em 2015 e passou para R$ 121,2 bilhões. Esse investimento caiu”, encerrou Sobral, lembrando que o volume dos investimentos também caiu 3% entre as famílias.