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empreendedorismo

Mercado perde 70,8 mil empresas entre 2015 e 2016

Editoria: Estatísticas Econômicas | Irene Gomes | Arte: Marcelo Barroso

03/10/2018 10h00 | Atualizado em 06/11/2018 13h45

#praCegoVer Prédios empresariais de São Paulo

Em 2016, 719,5 mil empresas fecharam as portas, enquanto 648,4 mil entraram em atividade, de acordo com o estudo Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo 2016, divulgado hoje (03/10) pelo IBGE. Com isso, o mercado empresarial perdeu 70,8 mil empresas, ficando com 4,5 milhões de empresas ativas em 2016.

Este foi o terceiro ano consecutivo em que o saldo entre as empresas que entraram e que saíram do mercado ficou negativo. Em 2014, a queda no número de empresas ativas foi de 4,6%; em 2015, de 0,1%; e, em 2016, de 1,6%.

O estudo mostrou que a taxa de entrada (relação entre as empresas que entraram em atividade e o total) caiu pela sétima vez consecutiva, passando de 15,6%, em 2015, para 14,5%, em 2016. A taxa de saída, por sua vez, cresceu de 15,7% para 16,1%, indicando que uma proporção maior de empresas encerrou as atividades em 2016. Já a taxa de sobrevivência, proporção de empresas que permaneceu no mercado de um ano para o outro, cresceu de 84,4% para 85,5%, a maior da série.

#praCegoVer Gráfico do percentual das taxas por tipos de evento demográfico das empresas

O pessoal assalariado registrou a segunda queda seguida, com redução de -4,8%, o que representa 1,6 milhão de pessoas a menos. Em 2015, eram 33,6 milhões de pessoas assalariadas nas empresas ativas, caindo para 32,0 milhões em 2016.

Apesar de o saldo na geração de empregos entre as entradas e saídas ter sido positivo em 232,2 mil pessoas, as empresas sobreviventes também perderam pessoal assalariado. “Uma parcela das empresas sobreviventes entre 2015 e 2016 apresentou redução no porte, ou seja, estão diminuindo de tamanho”, explicou Kátia Carvalho, pesquisadora do IBGE que integrou o estudo.

Pessoal ocupado nas empresas de alto crescimento cai 23,6%

Em 2016, existiam 20.998 empresas de alto crescimento, que empregavam 2,7 milhões de pessoas assalariadas. Em relação ao ano anterior, houve uma redução de 18,6% no número de empresas de alto crescimento e de 23,6% no seu pessoal ocupado assalariado.

As empresas de alto crescimento são aquelas com crescimento no número de empregados de pelo menos 20% ao ano, em média, por três anos consecutivos, e que tinham 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas no ano inicial de observação.

Em 2016, o pessoal assalariado nessas empresas cresceu 176,2%, passando de 966,7 mil pessoas assalariadas, em 2013, para 2,7 milhões, em 2016, um incremento de 1,7 milhão de pessoas ocupadas assalariadas.

“As empresas de alto crescimento representavam apenas 0,9% das empresas com pessoas assalariadas, mas ocuparam 8,3% do pessoal assalariado nessas empresas, o que mostra a importância desse pequeno número de empresas no mercado formal brasileiro”, explica Denise Guichard, umas das pesquisadoras do IBGE responsável pelo estudo.

Ela observa ainda que as atividades de serviços vêm se consolidando no conjunto das empresas de alto crescimento: “enquanto setores como a construção tem perdido participação, atividades de serviços vem ganhando importância, com destaque para o aumento observado no setor de informação e comunicação”, acrescentou.