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Falta de tempo e de interesse são os principais motivos para não se praticar esportes no Brasil

17/05/2017 10h26 | Atualizado em 03/08/2017 16h23

 

Em 2015, 38,8 milhões de pessoas de 15 anos ou mais praticaram algum esporte no período de referência e 123 milhões de pessoas não praticaram, sendo que 91,3 milhões de pessoas nunca praticaram esportes na vida. Das pessoas que não praticaram esportes no período de referência, 38,2% alegaram falta de tempo e 35% disseram não gostar ou não querer. É o que revela o suplemento Práticas de Esporte e Atividade Física, da Pnad 2015, realizado em parceria com o Ministério do Esporte.

A falta de tempo foi mais declarada pela população adulta, com destaque entre as pessoas de 25 a 39 anos (51,6%). Já entre os adolescentes de 15 a 17 anos, o principal motivo foi não gostarem ou não quererem, com 57,3%. Já o principal motivo para praticar esporte, declarado por 11,2 milhões de pessoas (28,9% dos que praticaram), foi relaxar ou se divertir, seguido de melhorar a qualidade de vida ou o bem estar (26,8%).

A pesquisa estimou ainda que 61,3 milhões de pessoas praticaram algum esporte ou atividade física no país, representando 37,9% do total de pessoas de 15 anos ou mais. Observou-se uma relação direta entre escolaridade e renda na realização de esportes ou atividades físicas. Enquanto 17,3% das pessoas que não tinham instrução praticavam, esse percentual chegava a 56,7% das pessoas com superior completo, e o percentual de praticantes ia de 31,1%, na classe de sem rendimento, a 65,2%, na classe de 5 salários mínimos ou mais.

O futebol foi a modalidade esportiva mais praticada no Brasil, com 15,3 milhões de pessoas ou 39,3% dos 38,8 milhões de praticantes de esportes. Em segundo lugar, veio a caminhada (9,5 milhões de pessoas ou 24,6%), seguida pelo esporte fitness (3,5 milhões de pessoas ou 9,0%).

Os homens eram 94,5% dos praticantes de futebol e quanto mais jovem a população, maior era a representatividade do esporte, atingindo 64,5% das pessoas de 15 a 17 anos. Já a caminhada foi mais representativa na população de 60 anos ou mais (59,6%).

Em relação à prática de atividades físicas, dos 28,1 milhões praticantes, 13,8 milhões fizeram caminhada (49,1%). Em segundo lugar, aparece fitness ou academia, com 4,7 milhões (16,8%), seguida de culturismo ou musculação com 2,0 milhões (7,2%). A caminhada foi a atividade física mais praticada em todas as idades, começando com 22,4% da população de 15 a 17 anos de idade e atingindo 66,5% de quem tinha 60 anos ou mais de idade.

Em relação à prática de atividade física, melhorar a qualidade de vida ou o bem estar foi o principal motivo para 11,3 milhões de pessoas (40,2%). Melhorar ou manter o desempenho físico foi a justificativa para 24,7% da população e indicação médica, para 15,7% das pessoas.

A pesquisa investigou a prática de esportes e atividades físicas por pessoas de 15 anos ou mais no período de referência de 27 de setembro de 2014 a 26 de setembro de 2015, identificando o tipo de esporte ou atividade física praticada, perfil dos praticantes, motivação, local de prática, frequência, duração, participação em competições e outros aspectos relacionados. Não havia diferenciação entre esporte e atividade física, ficando a cargo do morador a classificação da modalidade praticada. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada aqui.

Maior escolaridade e renda influenciam na prática de esportes ou atividades físicas

No Brasil, 61,3 milhões de pessoas praticaram algum esporte ou atividade física no período de referência. Elas representavam 37,9% do total de pessoas de 15 anos ou mais em 2015 (161,8 milhões). Por sexo, 46,1% dos praticantes eram mulheres e 53,9% eram homens, sendo que a taxa de participação das mulheres foi de 33,4% e dos homens, 42,7%.

O percentual de praticantes de esporte ou atividade física diminui conforme a idade, passando de 53,6% das pessoas de 15 a 17 anos até 27,6% entre as pessoas de 60 anos ou mais. Já em relação ao nível de instrução, o percentual cresce conforme a escolaridade: 17,3% das pessoas que não tinham instrução, 36,6% das que tinham ensino fundamental completo, 43,0% das que tinham médio completo e 56,7% das com superior completo praticaram esporte ou atividade física.

Também há uma relação direta entre praticar esporte ou atividade física e o rendimento médio domiciliar per capita. Enquanto 31,1% das pessoas na classe sem rendimento ou com rendimento de menos de ½ salário mínimo praticavam esportes ou atividades, na classe com rendimentos de 5 salários mínimos ou mais, o percentual aumentava para 65,2%.

Prática de esportes diminui conforme a idade

No Brasil, 38,8 milhões de pessoas de 15 anos ou mais (24,0%) praticaram esportes e 28,1 milhões (17,4%) praticaram atividades físicas. Enquanto o percentual de homens que praticava esporte era maior que o de mulheres, para a prática de atividade física acontecia o inverso. Dos praticantes de esporte, 24,5 milhões eram homens (31,7% do total de homens) e 14,3 milhões eram mulheres (16,9%), enquanto dos praticantes de atividade física, 15,7 milhões eram mulheres (18,5% do total de mulheres) e 12,5 milhões eram homens (16,1%).

Para a prática de esporte, observou-se uma relação inversa quanto à idade, passando de 44,0% das pessoas de 15 a 17 anos a 13,4% do grupo com 60 anos ou mais. Para prática de atividade física, os grupos de 18 a 24 anos (18,8%) e de 25 a 39 anos (18,2%) foram os que tiveram os maiores percentuais e 15,8% dos adolescentes e 15,4% dos idosos praticaram.

Por unidades da federação, para a prática de esportes, o Amazonas foi o estado com maior percentual (32,2%) e o Rio de Janeiro com o menor (18,9%). Já para a prática de atividades físicas, Distrito Federal teve a maior taxa (28,5%), enquanto Mato Grosso teve a menor (9,0%).

Jovens escolhem futebol como esporte; idosos praticam caminhada

O futebol foi a principal modalidade esportiva praticada no Brasil, com 15,3 milhões de pessoas ou 39,3% dos 38,8 milhões de praticantes de esportes no país. Em segundo lugar, veio a caminhada (9,5 milhões de pessoas ou 24,6%), seguida pelo esporte fitness (3,5 milhões de pessoas ou 9,0%).

Quanto mais jovem a população, maior era a representatividade do futebol, chegando 64,5% das pessoas de 15 a 17 anos. Já a caminhada foi mais representativa na população de 60 anos ou mais, atingindo 59,6%.

O futebol foi praticado prevalentemente por homens, que eram 94,5% dos praticantes desta modalidade. Vale ainda destacar a participação masculina em: ciclismo (75,2%); lutas e artes marciais (70,0%); e atletismo (64,5%). Por outro lado, os quatro esportes predominantemente praticados pelas mulheres eram: dança e ballet (85,0%); ginástica rítmica e artística (80,5%); caminhada (65,5%); fitness (64,4%).

Caminhada é a atividade física mais realizada no país

Dos 28,1 milhões praticantes de atividades físicas, 13,8 milhões fizeram caminhada (49,1%). Em segundo lugar, aparece fitness ou academia, com 16,8%, seguida de culturismo ou musculação com 7,2%.

A caminhada foi a principal atividade física para todas as idades, começando com 22,4% da população de 15 a 17 anos de idade e atingindo 66,5% de quem tinha 60 anos ou mais de idade.

A caminhada era uma atividade física praticada, principalmente, por mulheres (63,6% do total de praticantes), assim como fitness ou academia (66,4%). Para os homens, as principais atividades físicas praticadas eram: futebol (94,4%), corrida (79,2%), andar de bicicleta (69,1%) e culturismo ou musculação (57,3%).

Homens fazem esportes para relaxar ou se divertir; mulheres para melhorar a qualidade de vida ou o bem-estar

Segundo a pesquisa, o principal motivo para praticar esporte, declarado por 11,2 milhões de pessoas (28,9%), foi relaxar ou se divertir. Esta justificativa foi mais comum entre homens (37,8%) do que entre mulheres (13,5%). O segundo principal motivo foi melhorar a qualidade de vida ou o bem estar (no Brasil foram 26,8% ou 10,4 milhões de pessoas), invertendo a distribuição entre os sexos: 20,0% para os homens e 38,4% para as mulheres.

Já em relação à prática de atividade física, melhorar a qualidade de vida ou o bem estar foi o principal motivo para 11,3 milhões de pessoas (40,2%). Melhorar ou manter o desempenho físico foi a justificativa para 24,7% da população e indicação médica, para 15,7% das pessoas.

Praticar esportes apenas uma vez por semana é mais comum entre os homens

A frequência mais comum de prática de esporte, no Brasil, foi de quatro vezes por semana ou mais (26,3%), sendo que apenas 7,8% praticavam menos de uma vez por semana. Destaca-se que para os homens, a frequência mais comum foi de uma vez por semana (27,7%, contra 10,5% das mulheres). Para as mulheres, a frequência mais comum foi quatro vezes ou mais por semana (32,7%, contra 22,6% dos homens).

No dia de prática, 43,4% das pessoas dedicaram mais de uma hora, enquanto 40,4% faziam os exercícios mais de 40 minutos até uma hora. Somente 2,0% praticaram por até 20 minutos.

Para a prática de atividade física, a frequência semanal foi maior. Do total, 33,7% praticaram quatro vezes ou mais e a duração foi mais comum no intervalo de mais de 40 minutos a 1 hora, com 43,9% ou 12,3 milhões das pessoas.

Dentre os esportes, o futebol era mais praticado uma vez por semana (38,0%). O esporte fitness apresentou maior frequência, com 45,7% dos praticantes dedicando-se quatro vezes por semana ou mais. Já a atividade física de maior frequência foi o culturismo ou musculação, com 54,0% dos praticantes dedicando-se quatro vezes ou mais por semana.

Distribuição das pessoas de 15 anos ou mais que praticaram esporte/atividade física, por frequência e modalidade

Das 5,6 milhões de pessoas que participaram de competições esportivas, apenas 945 mil eram mulheres

Cerca de 1,7 milhão de pessoas (4,4% das pessoas que praticaram esportes) eram filiados ou representavam alguma instituição e 5,7 milhões de pessoas (14,6%) participaram de alguma competição esportiva. As mulheres tiveram uma participação bem menos expressiva do que os homens em competições, tanto em níveis absolutos (945 mil contra 4,7 milhões) quanto relativos (6,6% contra 19,2%).

Mais da metade (56,5%) da população de 15 anos ou mais nunca praticou esportes

No total, 123 milhões de pessoas (76,0% da população de 15 anos ou mais) não praticaram esportes no período de referência, sendo que pouco mais de ¼ (25,7% ou 31,7 milhões) haviam praticado anteriormente.

O total de pessoas que nunca praticou esporte correspondia a 91,3 milhões de pessoas, ou seja, 56,5% da população de 15 anos ou mais. Entre as mulheres mais de 2/3 (67,9%) nunca praticou e entre os homens, menos da metade (44,0%).

Já o percentual de pessoas de 15 anos ou mais que não praticaram nem esportes nem atividade física no período de referência foi de 62,1% (100,5 milhões).

Mais da metade (57,3%) dos adolescentes que não fizeram esportes alegaram falta de interesse

Falta de tempo (38,2%) e não gostarem ou não quererem (35%) foram os principais motivos alegados para não se praticar esporte. A falta de tempo foi mais declarada pela população adulta, com destaque entre as pessoas de 25 a 39 anos (51,6%). Já entre os adolescentes de 15 a 17 anos, o principal motivo foi não gostarem ou não quererem, com 57,3%. Problema de saúde ou idade foi considerado como principal motivo para 19,0% das pessoas que não praticaram esportes, sendo que na população com 60 anos ou mais atingiu 51,4%. Problema financeiro (1,9%) e falta de instalação esportiva acessível ou nas proximidades (2,7%) foram motivos menos citados, demostrando que a não prática estaria menos associada à infraestrutura disponível e renda, mas sim relacionada a escolhas pessoais e tempo disponível.

Investimento em esportes e atividades físicas para a população é prioridade em relação à formação de atletas

Para 118,6 milhões (73,3% das pessoas de 15 anos ou mais) o poder público deveria investir em esporte ou atividades físicas. Destas, 108,0 milhões (91,1%) gostariam que o poder público priorizasse atividades físicas ou esportivas para pessoas em geral e somente 9,5 milhões (8,0%) priorizariam investimentos em atividades esportivas para formação de atletas.

Por outro lado, 23,8 milhões de pessoas (14,7%) opinaram que o governo não deveria investir em esporte ou atividade física. Para elas, o investimento deve ser destinado, principalmente, para a área de saúde (57,8%), seguida por segurança (21,3%) e educação (16,5%).

 

Comunicação Social
17 de maio de 2017