PNAD Contínua
Desocupação recua em 2 unidades da federação no terceiro trimestre de 2025
14/11/2025 09h00 | Atualizado em 14/11/2025 09h29
A taxa de desocupação do país no terceiro trimestre de 2025 chegou a 5,6%, a menor da série iniciada em 2012. Comparada ao 2º trimestre de 2025, essa taxa caiu em 2 das 27 unidades da federação e ficou estável nas demais. As maiores taxas foram as de Pernambuco (10,0%), Amapá (8,7%) e Bahia (8,5%) e as menores, de Santa Catarina (2,3%), Mato Grosso (2,3%) e Rondônia (2,6%). É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) Trimestral divulgada hoje (14) pelo IBGE.
Os dados contemplam a reponderação da série histórica da PNAD continua, já divulgada no último dia 31/7. A reponderação da pesquisa em 2025 considera os totais populacionais das Projeções de Populações, divulgadas em 2024, que incorporam os resultados do último Censo Demográfico, realizado em 2022. Para mais detalhes, consulte a Nota Técnica 02/2025.
Todas as faixas de tempo de procura tiveram redução no número de desocupados
No terceiro trimestre de 2025, o número de desocupados das quatro faixas de tempo de procura por trabalho analisadas pela PNAD contínua recuou frente ao mesmo trimestre de 2024. Além disso, duas das quatro faixas de tempo de procura mostraram seus menores contingentes para um terceiro trimestre, na série histórica da PNAD Contínua, que teve início em 2012: de 1 mês a menos de 1 ano (3,1 milhões) e de 1 ano a menos de 2 anos (666 mil). A faixa inicial, de menos de um mês (1,1 milhão), mostrou o menor contingente desde 2015, e a faixa de 2 anos ou mais (1,2 milhão), o menor contingente desde 2015. Nessa faixa de tempo mais longa, o contingente recuou 17,8% frente ao terceiro trimestre de 2024.( outra opção 5,6% frente ao segundo trimestre de 2025)
Segundo William Kratochwill, analista da pesquisa, o 3º trimestre de cada ano, como esperado, ainda é um período de adaptação do mercado de trabalho para atender as expectativas dos agentes da economia com relação ao último trimestre do ano. “A taxa de desocupação diminuiu devido a um aumento marginal, não significativo, da ocupação e esse aumento promoveu a diminuição do tempo de procura”, explicou.
Taxa de desocupação das mulheres é de 6,9% e a dos homens, 4,5%
No terceiro trimestre de 2025, enquanto a taxa de desocupação da população em idade de trabalhar chegou a 5,6%, esse indicador foi de 4,5% para os homens e 6,9% para as mulheres. Por cor ou raça, essa taxa ficou abaixo da média nacional para os brancos (4,4%) e acima para os pretos (6,9%) e pardos (6,3%).
A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (9,8%) foi maior que as dos demais níveis de instrução analisados. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 5,8%, quase o dobro da verificada para o nível superior completo (3,0%).
Maranhão (57,0%) tem maior taxa de informalidade e Santa Catarina (24,9%), a menor
A taxa de informalidade para o Brasil foi de 37,8% da população ocupada. As maiores taxas ficaram com Maranhão (57,0%), Pará (56,5%) e Piauí (52,7%) e as menores, com Santa Catarina (24,9%), Distrito Federal (26,9%) e São Paulo (29,3%).
Para o analista do IBGE, estes dados mostram como a informalidade se manteve estável em relação ao 2º trimestre de 2025. Houve uma redução de 130 mil pessoas ocupadas sem carteira de trabalho assinada nos serviços domésticos, compensada pelo aumento de 111 mil trabalhadores sem carteira de trabalho assinada no setor público. “Outro ponto importante é a relação da informalidade com a baixa escolaridade e baixo rendimento médio da região, o que é marcante nesses estados de maior informalidade”, complementa Kratochwill.
A taxa de informalidade da população ocupada é calculada considerando-se os empregados no setor privado e os empregados domésticos sem carteira de trabalho assinada, além dos empregadores e trabalhadores por conta própria sem registro no CNPJ e dos trabalhadores familiares auxiliares.
Maranhão tem a menor proporção de empregados com carteira de trabalho assinada (51,9%) e Santa Catarina lidera (88,0%)
No 3º trimestre de 2025, entre os empregados do setor privado do país, 74,4% tinham carteira de trabalho assinada. Os maiores percentuais de empregados com carteira estavam em Santa Catarina (88,0%), São Paulo (82,8%) e Rio Grande do Sul (82,0%) e os menores, no Maranhão (51,9%), Piauí (52,4%) e Paraíba (55,3%).
Já o percentual da população ocupada do país trabalhando por conta própria chegou a 25,3%. Os maiores percentuais foram de Maranhão (33,1%), Pará (29,9%) e Amapá (29,1%) e os menores, do Distrito Federal (17,5%), Acre (19,3%) e Goiás (21,5%).
Rendimento cresce no Sul e Centro-Oeste e fica estável nas demais regiões
No terceiro trimestre de 2025, o rendimento médio real de todos os trabalhos habitualmente recebido foi estimado em R$ 3.507. Houve estabilidade na comparação frente ao trimestre imediatamente anterior (R$ 3.497) e alta frente ao mesmo trimestre de 2024 (R$ 3.373).
Na comparação trimestral, o Sul (R$ 4.036) e o Centro-Oeste (R$ 4.046) foram as regiões com alta estatisticamente significante do rendimento, enquanto as demais permaneceram estáveis. Em relação ao 3º trimestre de 2024, foi observado crescimento dos rendimentos no Nordeste (5,7%), Sul (8,4%) e Centro-Oeste (5,8%).
Já a massa de rendimento real habitual (R$ 354,6 bilhões) apresentou estabilidade frente ao trimestre anterior e expansão frente ao 3º trimestre de 2024. O Sudeste teve a maior massa de rendimento real ao longo da série histórica (R$ 176,0 bilhões). Em relação ao 2º trimestre de 2025, a massa de rendimentos cresceu nas regiões Sul e Centro-Oeste, e, nas demais regiões, ficou estável.
Mais sobre a pesquisa
A PNAD Contínua é a principal pesquisa sobre a força de trabalho do Brasil. A cada trimestre, dois mil entrevistadores integrados às mais de 500 agências da rede de coleta do IBGE visitam uma amostra de 211 mil domicílios, percorrendo cerca de 3.500 municípios situados nas 27 unidades da federação do país.
Em função da pandemia de COVID-19, a partir de 17 de março de 2020 o IBGE implementou a coleta por telefone na PNAD Contínua. Em julho de 2021, a coleta da pesquisa voltou a ser presencial.
É possível confirmar a identidade dos agentes de pesquisa no site Respondendo ao IBGE, ou via Central de atendimento (0800 721 8181), conferindo a matrícula, RG ou CPF do entrevistador, que podem ser solicitados pelo informante.
Os dados desta pesquisa também podem ser consultados no Sidra. A próxima divulgação da PNAD Contínua Trimestral, referente ao quarto trimestre de 2025, será em 20 de fevereiro de 2026.