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Censo 2022

Em 9,3% dos municípios do país, o rendimento médio do trabalho era inferior a um salário mínimo

| Luiz Bello | Arte: Claudia Ferreira

09/10/2025 10h00 | Atualizado em 09/10/2025 10h24

  • Destaques

  • Os três municípios com os maiores níveis de ocupação do país foram Fernando de Noronha/PE (82,9%), Vila Maria/RS (78,4%) e Serra Nova Dourada/MT (78,2%), com taxas bem acima da média do Brasil (53,5%) e das cinco regiões: Norte (48,4%), Nordeste (45,6%), Sudeste (56,0%), Sul (60,3%) e Centro-Oeste (59,7%).
  • Em 2022, o nível da ocupação por grupos etários alcançava o seu máximo no grupo de 35 a 39 anos (72,8%) e o mínimo, entre 14 e 17 anos (11,1%). No grupo mais idoso (65 anos ou mais) esse indicador era 14,9%.
  • O nível da ocupação dos homens foi superior ao das mulheres em todas as faixas etárias. Na faixa dos 35 a 39 anos, o nível da ocupação dos homens era 82,6% e o das mulheres, 63,6%.
  • A escolaridade das mulheres ocupadas continua maior que a dos homens ocupados: 28,9% delas e 17,3% deles tinham nível superior completo.
  • Entre as 21 atividades classificadas pelo Censo 2022, as maiores participações femininas estavam em Serviços domésticos (93,1%), Saúde humana e serviços sociais (77,1%) e Educação (75,3%). As menores foram: Construção (3,6%), Transporte, armazenagem e correio (9,3%) e Indústrias extrativas (14,4%).
  • Em 520 (ou 9,3%) dos 5.571 municípios do país, o rendimento do trabalho era inferior a um salário mínimo (R$1.212). Por outro lado, em 19 municípios, este indicador superava quatro salários mínimos (R$ 4.848).
  • Os três municípios com os menores rendimentos médios mensais do trabalho, em 2022, foram Cachoeira Grande/MA (R$ 759), Caraúbas do Piauí/PI (R$ 788) e Mulungu do Morro/BA (R$ 805). Já os três maiores foram Nova Lima/MG (R$ 6.929), São Caetano do Sul/SP (6.167) e Santana de Parnaíba/SP (R$ 6.081).
  • Em 2022, enquanto mais de um terço (35,3%) dos trabalhadores do país recebia até um salário mínimo (R$ 1,212), apenas 7,6% deles recebiam mais de cinco salários mínimos.
  • Em qualquer nível de instrução, os homens ocupados recebiam rendimentos médios mensais superiores aos das mulheres ocupadas. A maior diferença estava no nível superior completo: R$ 7.347 para os trabalhadores e R$ 4.591 para as trabalhadoras.
  • Os grupos de cor ou raça amarela e branca recebiam os maiores rendimentos do trabalho. Isso ocorria em qualquer nível de instrução analisado. A maior discrepância foi no nível superior completo: Amarelos (R$ 8.411), Brancos (R$ 6.547), Pardos (R$ 4.559), Pretos (R$ 4.175), Indígenas (R$ 3.799).
  • Em 2022, o rendimento mensal domiciliar per capita da população foi de R$ 1.638. Os cinco municípios líderes neste indicador foram Nova Lima/MG (R$ 4.300), São Caetano do Sul/SP (R$ 3.885), Florianópolis/SC (R$ 3.636), Balneário Camboriú/SC (R$ 3.584) e Niterói/RJ (R$ 3.577). No extremo oposto, estavam Uiramutã/RR (R$ 289), Bagre/PA e Manari/PE (ambos com R$ 359), Belágua/MA (R$ 388) e Cachoeira Grande/MA (R$ 389)
  • O rendimento domiciliar per capita das populações amarela (R$ 3.520) e branca (R$ 2.207) supera o das populações preta (R$ 1.198), parda (R$ 1.190) e indígena (R$ 669).
  • Considerando as classes de rendimento em salários mínimos, 13,3% da população brasileira tinham rendimento domiciliar per capita médio de até ¼ salário mínimo.
  • Por cor ou raça, a proporção de pessoas com rendimento mensal domiciliar per capita de até ¼ salário mínimo é menor entre as pessoas de cor amarela (6,6%) e branca (8,7%) e maior entre as pessoas de cor preta (14,9%), parda (17,0%) e indígena (41,0%).
Censo mostra que mais de um terço dos trabalhadores do país ganhavam um salário mínimo ou menos, em 2022 - Foto: Gilson Abreu/AEN

O IBGE divulga, hoje, o módulo do Censo 2022 sobre Trabalho e Rendimento, trazendo indicadores como o nível de ocupação, o rendimento de todos os trabalhos e a escolaridade da população ocupada no Brasil, Unidades da Federação e municípios. O Censo 2022 também permite um recorte mais detalhado do que a PNAD Contínua para as atividades laborais e os grupos etários, além trazer dados sobre os cinco grupos de cor ou raça: amarelos, brancos, pretos, pardos e indígenas.

Estão sendo divulgados, ainda, no mesmo nível geográfico, o rendimento domiciliar per capita e a participação do rendimento do trabalho no total de rendimentos dos moradores, entre outros indicadores. Essas informações foram coletadas pelo questionário da Amostra do Censo 2022, aplicado em cerca de 10% dos domicílios do país, com 7,8 milhões de entrevistas. Os resultados estão disponíveis no portal do IBGE, nas tabelas e cartogramas do SIDRA e nos mapas interativos do Panorama do Censo.

Fernando de Noronha (PE) tem o maior nível de ocupação do país: 82,9%

O nível de ocupação é um indicador que mede a proporção de pessoas ocupadas no total da população com 14 anos ou mais de idade. A partir dos dados da Amostra do Censo 2022, é possível calcular esse indicador para cada um dos 5.571 municípios do país. Os três municípios com os maiores níveis de ocupação foram Fernando de Noronha/PE, com nível de ocupação de 82,9%, Vila Maria/RS (78,4%) e Serra Nova Dourada/MT (78,2%). Esses percentuais estão bem acima do nível de ocupação médio do Brasil (53,5%) e de cada uma das cinco Grandes Regiões: Norte (48,4%), Nordeste (45,6%), Sudeste (56,0%), Sul (60,3%) e Centro-Oeste (59,7%).

Nível de ocupação dos homens (62,9%) supera o das mulheres (44,9%)

A diferença do nível de ocupação entre os sexos permaneceu nítida em 2022, com percentuais de 62,9% para os homens e 44,9% para as mulheres. O recorte por cor ou raça mostrou semelhanças nas categorias branca, preta, amarela e parda: o nível de ocupação dos homens variou de 64,6% (pretos) a 61,3% (pardos) e o das mulheres, de 47,4% (brancas) a 42,1% (pardas). Já a população indígena apresentou nível de ocupação menor, tanto para homens (48,1%) quanto para mulheres (30,8%).

O grupo etário dos 35 aos 39 anos tem o maior nível de ocupação: 72,8%

Em 2022, o maior nível da ocupação do país por grupos etários era o do grupo de 35 a 39 anos (72,8%), passando a declinar continuamente até atingir 14,9% no grupo com 65 anos ou mais de idade. Ao longo de todas as faixas etárias, o nível da ocupação dos homens foi sempre superior ao das mulheres. Na população com 35 a 39 anos, o nível da ocupação dos homens atingiu 82,6% e o das mulheres, 63,6%.

O nível da ocupação do grupo etário de 14 a 17 anos foi de 13,2%, para os homens, e de 9,0%, para as mulheres. Segundo a legislação brasileira, o trabalho de adolescentes de 16 ou 17 anos de idade é autorizado, exceto em trabalhos prejudiciais à saúde, segurança e moralidade. No caso dos adolescentes de 14 ou 15 anos de idade, o trabalho só é autorizado na condição de aprendiz.

28,9% das trabalhadoras têm superior completo, contra 17,3% dos trabalhadores homens

Em 2022, a população ocupada feminina tem escolaridade maior do que a masculina. Enquanto 28,9% das mulheres ocupadas tinham nível superior completo, entre os homens ocupados este percentual era 17,3%. Por outro lado, 43,8% dos homens ocupados não tinham ensino médio completo, enquanto entre as mulheres, este percentual era 29,7%.

Nas faixas de menor instrução, a representatividade masculina também foi maior: 17,4% dos homens tinham ensino médio incompleto, contra 13,5% das mulheres, e 26,4% deles tinham o fundamental incompleto, ante 16,2% das mulheres ocupadas.

Mais da metade (52,1%) da população ocupada amarela tem nível superior completo

Considerando-se a cor ou raça, as pessoas ocupadas classificadas como indígenas (34,7%), pretas (27,0%) e pardas (26,0%) apresentaram os maiores percentuais de ocupados sem ensino fundamental completo. No outro extremo, mais da metade dos ocupados de cor ou raça amarela (52,1%), e quase um terço da população ocupada branca (30,7%), tinham o ensino superior completo.

60,8% dos profissionais das ciências e intelectuais são mulheres

Mesmo tendo uma participação inferior à metade (43,6%) na população ocupada do país, as mulheres superaram os homens em três dos dez grandes grupos de ocupação aqui analisados: Profissionais das ciências e intelectuais (60,8), Trabalhadores de apoio administrativo (64,9) e Trabalhadores dos serviços, vendedores dos comércios e mercados (58,9%). Por outro lado, em dois grandes grupos a participação feminina foi inferior a 10%: Operadores de instalações e máquinas e montadores (7,4%) e Membros das forças armadas, policiais e bombeiros militares (9,3%).

O Censo demográfico nos permite detalhar as participações de homens e mulheres dentro das 21 seções de atividades ocupacionais: Serviços domésticos tinha a maior participação feminina (93,1%), seguida por Saúde humana e serviços sociais (77,1%), Educação (75,3%), Outras atividades de serviços (66,8%), e Alojamento e alimentação (61,2%). Já as seções com menor representatividade feminina foram Construção (3,6%), Transporte, armazenagem e correio (9,3%) e Indústrias extrativas (14,4%).

Em 9,3% dos municípios, o rendimento médio do trabalho era inferior a um salário mínimo

Em 520 dos 5.571 municípios do país, ou, 9,3% do total, o rendimento nominal médio mensal de todos os trabalhos das pessoas ocupadas estava abaixo de um salário mínimo (R$1.212). Por outro lado, em 19 municípios, este indicador superava R$ 4.848, ou seja, mais de quatro salários mínimos.

Os dez municípios com os menores rendimentos médios mensais de todos os trabalhos estavam no Nordeste, e o menor valor foi o de Cachoeira Grande/MA (R$ 759), com Caraúbas do Piauí/PI (R$ 788) e Mulungu do Morro/BA (R$ 805) a seguir. Por outro lado, os 10 municípios com os maiores rendimentos médios do trabalho estavam no Sul e Sudeste, com destaque para Nova Lima/MG (R$ 6.929), São Caetano do Sul/SP (6.167) e Santana de Parnaíba/SP (R$ 6.081).

Mais de um terço dos trabalhadores do país ganham um salário mínimo ou menos

O rendimento do trabalho é um dos principais indicadores da qualidade da inserção dos indivíduos no mercado de trabalho. Em 2022, enquanto 35,3% dos trabalhadores do país recebiam um salário mínimo (R$ 1,212) ou menos, apenas 7,6% deles recebia mais de cinco salários mínimos.

Em 2022, o rendimento mensal de todos os trabalhos dos homens (R$ 3.115) superou em 24,3% o das mulheres (R$ 2.506). Já o recorte por cor ou raça mostrou resultados mais elevados para as categorias amarela (R$ 5.942) e branca (R$ 3.659), situadas bem acima da média nacional (R$ 2.851). Em seguida, vinham as categorias de cor ou raça parda (R$2.186), preta (R$ 2.061) e indígena (R$ 1.683).

Censo mostra que desigualdades de renda por sexo e por cor ou raça permanecem

Em 2022, em qualquer nível de instrução analisado, os homens ocupados recebiam rendimentos mensais de todos os trabalhos superiores aos das mulheres ocupadas. A maior diferença estava no nível superior completo: R$ 7.347 para os trabalhadores homens e R$ 4.591 para as mulheres trabalhadoras.

Considerando-se os cinco grupos de cor ou raça analisados pelo Censo 2022, as pessoas ocupadas declaradas como amarela, seguidas pelas de cor ou raça branca, recebiam os rendimentos médios nominais mensais de todos os trabalhos mais elevados em todos os níveis de instrução. A maior discrepância ocorreu no nível Superior completo: Amarelos (R$ 8.411), Brancos (R$ 6.547), Pardos (R$ 4.559), Pretos (R$ 4.175), Indígenas (R$ 3.799).

Querência (MT) tem o maior peso do rendimento do trabalho na renda domiciliar: 93,7%

O rendimento de todas as fontes é composto pelos rendimentos de todos os trabalhos e, também, pelos rendimentos de outras fontes, que incluem aposentaria, pensão, benefícios de programas sociais do governo, rendimentos de aluguel ou arrendamento e outras origens. Em 2022, cerca de 75,5% do rendimento mensal domiciliar total do país provinha do rendimento de todos os trabalhos, enquanto as outras fontes originavam os 24,5% restantes.

Os dez municípios com as maiores participações do rendimento do trabalho na composição do rendimento domiciliar estavam no Centro-Oeste, com destaque para Querência (93,7%), Sapezal (93,5%) e Primavera do Leste (92,9%). Já os 10 municípios com as menores proporções do rendimento do trabalho estavam no Nordeste, com destaque para Vera Mendes/PI (23,0%), Jurema/PI (24,8%) e Venha-Ver/RN (24,8%), onde menos de ¼ do rendimento domiciliar era proveniente do trabalho.

Nova Lima (MG) tem o maior rendimento domiciliar per capita e Uiramitã (RR), o menor

Em 2022, o rendimento mensal domiciliar per capita da população foi de R$ 1.638. As três Unidades da Federação com os maiores valores para esse indicador foram Distrito Federal (R$ 2.999), Santa Catarina (R$ 2.220) e São Paulo (R$ 2.093). Já os menores valores estavam no Maranhão (R$ 900), Amazonas (R$ 980) e Pará (R$ 994).

Em 2022, os dez municípios com os maiores valores do rendimento domiciliar mensal per capita estavam no Sudeste e no Sul do país, com destaque para Nova Lima/MG (R$ 4.300), São Caetano do Sul/SP (R$ 3.885), Florianópolis/SC (R$ 3.636), Balneário Camboriú/SC (R$ 3.584) e Niterói/RJ (R$ 3.577). Por outro lado, os 10 municípios com os menores valores desse indicador estavam no Norte e no Nordeste, com destaque pera Uiramutã/RR (R$ 289), Bagre/PA e Manari/PE (ambos com R$ 359), Belágua/ MA (R$ 388) e Cachoeira Grande/MA (R$ 389).

População amarela tem o maior rendimento domiciliar per capita e indígena, o menor

Os valores do rendimento mensal domiciliar per capita para as populações amarela (R$ 3.520) e branca (R$ 2.207) estão bem acima dos valores encontrados para as populações preta (R$ 1.198), parda (R$ 1.190) e indígena (R$ 669).

A desagregação desse indicador, considerando conjuntamente sexo e cor ou a raça, mostra diferenças marcantes: o rendimento domiciliar per capita de um homem identificado como amarelo (R$ 3.649) equivale a mais de cinco vezes o de uma mulher identificada como indígena (R$ 665).

13,3% da população brasileira tinham rendimento domiciliar per capita de até ¼ salário mínimo

Considerando a distribuição da população por classes de rendimento em salários mínimos, 13,3% da população brasileira tinha rendimento mensal domiciliar per capita médio de até ¼ salário mínimo, em 2022. Essa participação foi superior nas Regiões Norte (23,3%) e Nordeste (22,4%) e inferior nas Regiões Sul (5,4%), Centro-Oeste (8,1%) e Sudeste (9,1%).

Todas as Unidades da Federação com percentuais acima da média brasileira (13,3%) estavam no Norte e no Nordeste, com destaque para Amazonas (28,4%), Maranhão (26,6%) e Roraima (25,5%). Já as menores participações estavam no Sul: Santa Catarina (3,8%), Paraná (5,7%) e Rio Grande do Sul (6,1%).

Na desagregação por cor ou raça, a proporção de pessoas com rendimento mensal domiciliar per capita de até ¼ salário mínimo é menor entre as pessoas de cor amarela (6,6%) e branca (8,7%) e maior entre as pessoas de cor preta (14,9%), parda (17,0%) e, principalmente indígena (41,0%).

Mais sobre a pesquisa

Esta divulgação do Censo 2022 traz estatísticas sobre o mercado de trabalho e o rendimento da população brasileira, além de um tópico destinado ao rendimento de todas as fontes, que é a soma dos rendimentos de todos os trabalhos com aposentadoria, pensão, benefícios de programas sociais do governo, rendimentos de aluguel ou arrendamento, entre outros.

Foram calculados indicadores de desigualdade e distribuição do rendimento, como o índice de Gini, a distribuição da massa de rendimento, e a participação do rendimento do trabalho no rendimento domiciliar total.