UNFPA
Em Nova York, IBGE participa de evento do Fundo de População das Nações Unidas
29/04/2025 10h14 | Atualizado em 29/04/2025 10h22

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) representou o Brasil no evento internacional “Para Além dos Números - Alavancando Dados e Evidências para Promover a Equidade para Pessoas de Descendência Africana"”, realizado no dia 16 de abril, na sede do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA, na sigla em inglês), em Nova York, durante a 4ª Sessão do Fórum Permanente sobre Pessoas Afrodescendentes.
O evento teve como objetivo explorar o papel crítico de dados e evidências no combate ao racismo sistêmico, promovendo a equidade e os direitos humanos; apresentar projetos de pesquisa e evidências; e discutir as melhores práticas na desagregação de dados por diversos fatores de desenvolvimento, incluindo gênero, status econômico, raça, etnia, localização e outros.
Marta de Oliveira Antunes, Coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, da Diretoria de Pesquisas (DPE) representou o Instituto no evento. Ela falou sobre a importância dos dados desagregados como base para políticas públicas mais eficazes e compartilhou a experiência sobre o Censo Demográfico 2022, que identificou e caracterizou a população quilombola como grupo étnico no Brasil pela primeira vez.
“Foi uma experiência interessante, apresentar as inovações, lições aprendidas e benefícios para o Brasil, relativos à inserção do pertencimento étnico-quilombola no Censo Demográfico 2022. Os participantes demonstraram muito interesse e ressaltaram a dimensão inovadora da experiência. Em particular, o moderador do evento, o Embaixador Sr. Martin Kimani, Chair do Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes das Nações Unidas, ressaltou a importância da metodologia de consulta nacional e de abordagem local nas comunidades, incluindo o uso de guias comunitários. Como parte essencial dos procedimentos de sensibilização das comunidades para a importância da autodeclaração quilombola perante os recenseadores. Segundo ele, essa experiência precisa ser universalizada”, pontuou Marta.

O evento reuniu especialistas e representantes internacionais para discutir como as evidências e dados são fundamentais no enfrentamento ao racismo e na promoção dos direitos das pessoas afrodescendentes. E contou com apresentações dos representantes, painel de discussão: Dados e Evidências: Uma ferramenta essencial para combater o racismo sistêmico e as desigualdades entre pessoas de descendência africana, e uma sessão de perguntas e respostas.
O moderador do evento foi o embaixador Martin Kimani, presidente designado do Fórum Permanente das Nações Unidas sobre Pessoas de Ascendência Africana (PFPAD, na sigla em inglês). Também estavam presentes no evento a representante do mecanismo antirracismo da Organização das Nações Unidas (ONU); representante do Grupo de Trabalho sobre Pessoas de Descendência Africana; representante da Comissão Económica para a América Latina e o Caribe (CEPAL); do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA); da Rede Coordenadora de Afrodescendentes; Instituto Afrodescendente para o Estudo, a Investigação e o Desenvolvimento; representantes das Organizações da Sociedade Civil (OSCs) e Parlamentares da América Latina (TBC).

Sobre o Fórum Permanente sobre Pessoas Afrodescendente (PFPAD)
Criado em agosto de 2021, o Fórum Permanente sobre Pessoas de Descendência Africana (PFPAD, na sigla em inglês) é um órgão consultivo do Conselho de Direitos Humanos e do sistema das Nações Unidas sobre questões relacionadas ao racismo e à discriminação contra pessoas de descendência africana, um mecanismo para melhorar a segurança, a qualidade de vida e os meios de subsistência de pessoas de descendência africana.
Entre os objetivos do Fórum Permanente sobre Pessoas Afrodescendentes estão: aumentar a conscientização global sobre a lacuna e os desafios no desenvolvimento, análise e disseminação de dados desagregados por raça e etnia; enfatizar a importância de uma coleta de dados robusta e de estratégias baseadas em evidências para combater o racismo e a discriminação racial; destacar as melhores práticas na coleta e análise de dados, bem como o impacto transformador que dados e evidências confiáveis têm nas vidas e nos meios de subsistência de pessoas de descendência africana; fomentar compromissos concretos, para garantir financiamento sustentável para coleta, análise e disseminação de dados.