Em parceria com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, IBGE divulga dados da Produção Agrícola Municipal em São Paulo (SP)
13/09/2024 10h00 | Atualizado em 13/09/2024 10h58
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira, 7, os dados referentes à Produção Agrícola Municipal (PAM), no auditório da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA-SP), localizada no Centro Histórico de São Paulo (SP). Realizado em parceria com a SAA-SP, o evento contou com a presença de ibgeanas e ibgeanos, autoridades nacionais, membros da entidades ligadas ao setor agropecuário, e foi transmitido pelo IBGE Digital e redes sociais do Instituto.
Representaram o IBGE o presidente, Marcio Pochmann, o agrônomo e supervisor nacional da PAM, Winicius Wagner, e Bianca Schmid, supervisora de Agropecuária da Superintendência de São Paulo, apresentando os resultados nacionais e regionais da pesquisa. Pela Secretaria, os subsecretários, de Agricultura e de Abastecimento, Orlando Melo de Castro e Diógenes Kassaoka, respectivamente, o coordenador da Agência Paulista de Tecnologias do Agronegócios (APTA), Carlos Nabil Ghobril, e o diretor do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), Felipe Camargo.
O presidente do IBGE iniciou sua fala afirmando que o evento reflete “uma preocupação crescente dentro do Instituto, que é disseminar as informações para quem deve tomar decisões, no caso, os gestores públicos e os empresários. Nesta fase da Era Digital, os dados são determinantes para quem deve decidir. Disseminar informações é um desafio que exige que valorizemos as instituições que produzem dados”.
Pochmann ainda explicou que “o IBGE é o cartão-postal do país, pois revela a realidade, assim como diz a nossa missão, mas o Instituto também é uma espécie de bússola, mostrando qual direção o país está tomando. São informações de natureza técnica, que a sociedade interpretará”.
O subsecretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Orlando Melo de Castro, destacou que “as estatísticas possuem o papel de mostrar o papel dos produtores, o que está acontecendo e onde ocorre. Vamos trabalhar no sentido de juntar esforços para ter estas informações e orientar pelo uso adequado delas, é daí que vem o serviço dos institutos de pesquisa. Mais importante ainda é disseminar este tipo de informação aos diversos públicos”.
Diógenes Kassaoka, subsecretário de Abastecimento e Segurança Alimentar do Estado de São Paulo, destacou que “é muito bom receber o IBGE aqui e integrar-se a este instituto, que nos ajuda a estabelecer políticas públicas concretas, analisando os números reais e, dessa forma, tendo um trabalho mais concreto e assertivo”.
Felipe Pires Camargo, diretor do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), explicou que “a produção de informação sistematizada relativa à agricultura ganha importância cada vez mais no contexto de mudanças climáticas e complexificação das dinâmicas agropecuárias. Esta pesquisa divulgada pelo IBGE realiza um trabalho fundamental na produção de informação, contribuindo para o planejamento da atividade agropecuária e no alinhamento de políticas públicas fundamentais ao desenvolvimento do setor”.
Coordenador da Agência Paulista de Tecnologias do Agronegócios (APTA), Carlos Nabil Ghobril, definiu o IBGE como “uma instituição com credibilidade invejável, muito por conta da qualidade do trabalho desenvolvido ao longo dos anos, democratizando a informação e diminuindo as assimetrias dos agentes econômicos”.
Dados da Produção Agrícola Municipal
Winicius Wagner, supervisor da PAM, destacou alguns pontos da pesquisa, como a recuperação da produtividade com safra recorde de grãos e a elevada oferta e preços em queda. “Após a escassez de água em 2022 ter afetado o desempenho das lavouras naquele ano, principalmente a produção de grãos, em 2023 percebemos que as chuvas foram mais bem distribuídas durante todo o período, desde o plantio até a colheita. Isso fez com que tivéssemos uma recuperação da produtividade dessas lavouras, o que impactou diretamente no aumento da produção no ano”, explicou Wagner.
Outro ponto que Wagner apontou foi o aumento de produtividade das lavouras e ampliação das áreas de produção. As 132,0 milhões de toneladas colhidas representaram um crescimento de 20,2% frente ao volume obtido no ano anterior, mesmo com algumas perdas causadas pela estiagem que assolou o Centro-Sul do país durante os meses de verão. “Os produtores, por mais um ano, investiram na ampliação das áreas de cultivo na 2ª safra, em sucessão às principais culturas de verão, mais notadamente a soja, resultando no aumento da área total colhida no Brasil”, disse o supervisor.
Wagner ainda classificou os estados com os maiores valores de produção agrícola no ano de 2023. “Mesmo com uma queda de 12,2%, o estado do Mato Grosso ficou na primeira posição, com 153 bilhões de reais, seguidos de São Paulo, com R$ 112 bi, e Paraná, com R$ 90 bilhões”, relatou Wagner. Entre os municípios, Sorriso (MT) ficou na primeira posição, com valor de produção avaliada em R$ 8,3 bilhões, seguidos de São Desidério (BA), com R$ 7,8 bilhões, e Sapezal (MT), com R$ 7,5 bilhões.
Com um corte para o estado de São Paulo, sede do evento de divulgação da PAM, Winicius Wagner classificou os municípios paulistas com maior valor de produção, em reais. “Na primeira posição, destacamos Itupeva, com R$ 2,2 bilhões, seguido de Santa Cruz do Rio Pardo, com R$ 1,4 bilhão, e Casa Branca, na terceira posição, com R$ 1,3 bilhão. Contabilizando os 64 produtos da pesquisa, São Paulo lidera 13, ilustrando como é um estado com bastante diversidade agrícola”, destacou Wagner.
Na produção de grãos, o estado de São Paulo ocupa a oitava posição com um crescimento de 5,3% na quantidade, atingindo o valor de 11,2 milhões de grãos em 2023. “A primeira posição fica para o estado do Mato Grosso, com quase 100 milhões de grãos, seguido por Paraná e Goiás. Uma tendência que notamos é que mesmo com a quantidade aumentando, o valor de produção caiu em boa parte dos estados”, evidenciou o supervisor da PAM.
O supervisor da PAM ainda apontou alguns recordes de produção, como nos casos da Soja, cana-de-açúcar, milho e algodão registraram recordes de produção na série histórica e, somados ao café, foram os cinco primeiros produtos no ranking de valor de produção. “A safra recorde de grãos pode ser justificada, além da recuperação na produtividade, pela manutenção do ritmo de ampliação das áreas de cultivo, visto que ao longo dos anos as áreas vêm se ampliando em uma média de aproximadamente 4% a 5% ao ano, o que em 2023 não foi diferente”, explicou Wagner.
Na sequência, a supervisora de Agropecuária da Superintendência de SP, Bianca Schmid, apresentou ao público mais recortes relacionados ao estado de São Paulo. “A região acima do Vale do Ribeira, em cidades como Itapeva e Itapetininga, é onde está concentrada a produção dos grãos. Observamos que São Paulo tem a substituição do milho de primeira safra pela soja, uma tendência que acontece há alguns anos. Em cidades como Itapeva e Capão Bonito, existe um investimento muito grande em trigo”, destacou Bianca.
Fazendo o recorte da cana-de-açúcar em São Paulo, a supervisora de Agropecuária da SES/SP citou alguns dados do estado. “Foi uma produção excepcional para São Paulo, sendo o líder do ranking nacional, atingindo um crescimento de 12% no valor de produção e de 4,4% na quantidade, chegando 439,1 milhões de toneladas. A principal cidade neste quesito foi Barretos, com valor de produção de R$ 439,1 milhões”, explicou Bianca.
A técnica também citou os municípios com maior produção de café no estado de São Paulo, com destaque para Franca, Mococa e Pedregulho. “São Paulo é o terceiro maior produtor de café no país com produção de 307,4 milhões de toneladas, um crescimento de 4,8%, embora o valor de produção tenha caído 2,7% e atingido R$ 4,6 bilhões”, disse Bianca.