O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) participou nesta terça-feira, 9, na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), da audiência pública "A importância e o fortalecimento do IBGE como coordenador do sistema estatístico oficial", da Comissão de Fiscalização e Controle. O presidente do IBGE, Marcio Pochmann, representou o Instituto na audiência cujo requerimento foi de autoria dos deputados Jorge Solla e Gilson Daniel, com o objetivo de debater a importância do IBGE, assim como as características e formato do Instituto que seja capaz de oferecer tempestivamente as informações que o país precisa. 

Pochmann explicou à Comissão a proposta do IBGE com o Sistema Nacional de Geociências, Estatísticas e Dados (SINGED): “esse momento nos dá a oportunidade de reorganizar o sistema estatístico georreferenciado de dados do Brasil. Entendemos que esse é um ponto crucial que o país tem de recuperar e estabelecer a soberania de dados, colocando o IBGE como o grande coordenador deles. Isso significaria a interoperacionalidade dos diferentes bancos de dados, o pareamento e a integração que proporcionasse a esta comissão, por exemplo, a decidir uma legislação olhando o Brasil em sua totalidade”, disse Pochmann.

O presidente ainda explicou que “o IBGE é a instituição que está realizando mais trabalho em comparação a outros institutos pelo mundo. Este ano são 318 pesquisas que o Instituto divulgará sobre os mais diversos assuntos, que vão da saúde, economia, sociedade, meio ambiente, geografia e dos mapas. O trabalho dos ibgeanos responde a muitas questões complexas da sociedade. Essa instituição dispõe de credibilidade e precisa ser fortalecida”.

O deputado Jorge Solla citou a missão do IBGE destacando que o Instituto “é o principal fornecedor de dados do país, respondendo à necessidade de órgãos governamentais e da sociedade civil. Todos esses setores utilizam dados coletados e as informações para ações, sejam políticas públicas ou pesquisas acadêmicas. Estas informações fornecidas pelo IBGE evidenciam as desigualdades nacionais em diversos âmbitos”.

Também deputado, Bohn Gass seguiu na mesma linha e explicou ser “favorável ao fortalecimento da estrutura do IBGE e à cultura do planejamento, e por isso é importante esta audiência pública para ressaltar o trabalho do Instituto e os dados fornecidos por ele.

Representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Mercedes Bustamante realçou que “o IBGE prima pelo rigor estatístico e tem sido fundamental para retratar o Brasil com todas as informações necessárias para o exercício da nossa cidadania. Não é possível existir uma sociedade eficaz sem estatísticas confiáveis”.

O diretor do Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Fundações Públicas Federais de Geografia e Estatística (ASSIBGE), Cleiton Camargo Batista realçou que “esta audiência trata da importância de termos um sistema estatístico consolidado e engajado para não só centralizar os dados, mas também difundi-los. O IBGE é a instituição mais capacitada para isso. Para coordenar este SINGED, é preciso conter a precarização do trabalho e também ter recursos suficientes para isso”.