Nossos serviços estão apresentando instabilidade no momento. Algumas informações podem não estar disponíveis.

Em Brasília, IBGE participa de Encontro Rede Observatórios do Trabalho

Editoria: IBGE

12/06/2024 16h35 | Atualizado em 12/06/2024 17h11

O presidente do IBGE, Marcio Pochmann, participou nesta quarta-feira, 12, do Encontro Rede Observatórios do Trabalho, evento realizado no auditório do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em Brasília (DF). Promovido pelo MTE e pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o Encontro reúne representantes dos observatórios locais de 21 estados e de 11 municípios com mais de 200 mil habitantes, além de palestrantes de diversas entidades.

Francisco Macena, secretário-executivo e ministro substituto do Ministério do Trabalho e Emprego, abriu o Encontro destacando que o ministério busca respostas a desafios da nova conjuntura, como “entender quais os motivos que levam à rotatividade, avaliar a qualidade dos empregos criados e quais as políticas efetivas de qualificação devemos desenvolver para preparar os trabalhadores para um cenário de transformação tecnológica”.

Pochmann participou da mesa Mercado de Trabalho Brasileiro em 2024 – Realidade e Desafios, junto com Marcelo Manzano, pesquisador do Instituto de Economia da Universidade de Campinas, com mediação de Paula Montagner, subsecretária de estudos e estatísticas do trabalho do MTE. “Estamos completando o primeiro quarto do século XXI, e temos o dever de buscar melhor interpretação sobre o que acontece no mundo do trabalho no Brasil, por isso é muito importante o trabalho dessa Rede”, iniciou o presidente o IBGE.

“O horizonte e o mundo do futuro no Brasil nos chegam sempre como muito negativos, especialmente no universo do trabalho. Seja pelas mudanças climáticas, ou tecnológicas, com robótica e a inteligência artificial, as análises chegam com o curto-prazismo, insuficiente para análises de mais longo prazo”, afirmou Pochmann, ressaltando que há necessidade de atualização dos questionamentos feitos para as pesquisas, de forma a capturar uma nova realidade no mercado de trabalho e suas interações no Brasil.

Pochmann citou, dentre outros fatores que sinalizam uma mudança de época, pontos como as alterações climáticas e seus impactos, o que condiciona a localização dos negócios e empregos, e um novo regime demográfico do Brasil, que aponta uma inflexão na trajetória demográfica do país. “Dada a centralidade que o trabalho tem na vida humana, temos a questão de como olhar o mercado de trabalho a partir das perguntas que estamos fazendo. Como explicar a grande quantidade de jovens que obtém rendimentos de atividades ligadas às redes sociais, como youtubers, jogos, e outras? Por isso o IBGE tem feito um esforço para tentar entender em que medida estamos captando essas mudanças”, afirmou.

Apresentando dados do mercado de trabalho de diferentes pesquisas e fontes, Manzano, apontou uma recuperação nos últimos dois anos, pós-pandemia, mas pondera que “o mercado de trabalho é sempre difícil de ser analisado, ainda mais em um país como o Brasil, com toda sua heterogeneidade. É cada vez mais difícil enxergar com base em um indicador único, o que está acontecendo com o mercado de trabalho brasileiro”, afirmou o pesquisador.

Manzano ressaltou que, apesar do avanço do mercado de trabalho no país, que apresenta recuperação nos últimos meses, a taxa de desocupação é diferente por estado no Brasil, e as disparidades em relação a raça e gênero seguem muito elevadas. “Os jovens estão mais suscetíveis ao desemprego, e esse é um dado que devemos analisar. A subutilização da força de trabalho, embora tenha caído de forma importante, ainda está alta, e ainda estamos distantes do pleno emprego, e há dúvidas se os fatores que impulsionaram a atividade econômica aumentando o consumo e favorecendo os serviços irão se manter nos próximos meses”, concluiu.

A reunião da Rede Observatórios do Trabalho continua nesta quinta-feira, 13, no auditório do Ministério do Trabalho e Emprego, em Brasília.