Casa Brasil IBGE
IBGE celebra aniversário de 88 anos no Palácio da Fazenda e lança Casa Brasil IBGE
29/05/2024 17h00 | Atualizado em 30/09/2024 16h50
O IBGE realizou na manhã desta quarta-feira (29) um evento de comemoração pelos 88 anos do Instituto. Com a presença de servidores ativos e aposentados, autoridades e convidados, o ato, que aconteceu no Palácio da Fazenda, no Rio de Janeiro, e foi transmitido pelo IBGE Digital, contou também com a assinatura de acordos com diversos órgãos e com o lançamento da Casa Brasil IBGE, um espaço de memória e tecnologia, reunindo em um mesmo lugar as diferentes áreas do Instituto e suas atuações.
“Essa celebração não poderia ser realizada em um local mais importante para a nação como este. Não foi uma tarefa simples chegar até aqui, foi necessário muito trabalho, dedicação e compromisso de todos os envolvidos. Temos também importantes autoridades, que nos honram que sua presença, pela qual agradeço”, declarou o presidente do IBGE, Márcio Pochmann, em sua fala inicial.
Além do aniversário do Instituto, 29 de maio também marca o Dia do Geógrafo e o Dia do Estatístico, que foram lembrados pela diretora de Geociências, Ivone Lopes, e pela diretora de Pesquisas, Elizabeth Hipólito.
“Estou aqui no dia do aniversário do IBGE também para parabenizar todos os geógrafos e geógrafas da casa. Geógrafos de formação, mas também aquele, como eu vou chamar, de geógrafos de intenção. Essa casa é repleta de geógrafos, para além dos de formação, uma equipe que se esforça para o exercício da missão do IBGE, de retratar o Brasil”, destacou Ivone.
Já Elizabeth pontuou a importância dos estatísticos e das estatísticas para o desenvolvimento de políticas públicas. “A estatística fala com muitas áreas e todas elas pois todas têm problemas reais que a estatística ajuda a resolver. O estatístico planeja uma pesquisa, coleta dados e analisa esses dados, e dá uma resposta à sociedade”, disse.
Ivone aproveitou para chamar ao palco a artista plástica Anna Bella Geiger, esposa e representante do geógrafo Pedro Geiger, que anunciou que o casal irá doar a biblioteca do geógrafo para o acervo do IBGE. “O IBGE é a vida do Pedro. Muitas vezes fomos convidados para ir para outras cidades, e ele disse que não sairia do IBGE nunca. Então o mínimo que podemos fazer por essa biblioteca é doar a biblioteca do Pedro, com livros muito bons para o acervo”, salientou Anna Bella.
O diretor de Tecnologia da Informação do IBGE, Marcos Mazoni, anunciou um projeto sendo preparado pelo Instituto com o uso de inteligência artificial. “Para facilitar a
utilização dos nossos dados por parte dos nossos usuários, estamos preparando um grande concurso em parceria com universidade federais para a criação de um robô no ambiente do IBGE para que as pessoas possam utilizar as ferramentas com linguagem natural”.
O coordenador-geral da Ence, Paulo Januzzi, anunciou um curso sobre o Censo 2022 que será disponibilizado a partir do dia 10 de junho. “Após um esforço da equipe, podemos anunciar um conjunto de cursos, que começo por uma formação de gestores e técnicos. Os cursos terão os seguintes temas: História do Censo, Censo e o desenvolvimento local, Censo e as políticas públicas, Censo e os projetos de desenvolvimento sustentável”, disse.
O diretor da ASSIBGE, Nelson Thomé, destacou a presença do IBGE nos esforços para auxiliar o Rio Grande do Sul em meio à situação de calamidade pública, pediu a valorização dos servidores do Instituto assim como a realização de mais concursos para compor o quadro efetivo do IBGE, que conta com muitos trabalhadores temporários.
A assessora especial da presidência, Daléa Soares Antunes, e a pesquisadora da ENCE, Barbara Cobo Soares, anunciaram a criação da Comissão Temática de Gênero do IBGE. “A ideia dessa comissão é transversalizar esse tema na casa. Fazer um trabalho de gênero é muito mais do que coletar dados sobre sexo. Estamos institucionalizando um tema que ficou muito tempo circunscrita apenas à diretoria de Pesquisa e Estatística. É uma comissão que pensa transversalmente o tema na casa. Aproveito para convidar todas as pessoas que têm interesse em trabalhar com o tema, que nos procure. Hoje, temos a possibilidade de agregar essas pessoas e desenvolver a temática na casa.”, destacou.
Representante do Palácio da Fazendo, Ânglea Carnaval "É com muito prazer que nos reunimos para comemorar os 88 anos do IBGE. Hoje teremos a honra de acompanhar a inauguração da Casa Brasil IBGE, que será um centro de difusão de conhecimento e cultura para aqueles que desejam conhecer mais sobre a produção de estatísticas e dados geográficos no país", destacou.
A celebração contou também com entregas de troféus e medalhas comemorativas para servidores que completaram 15, 40 e 50 anos de casa.
Como parte do Projeto Diálogos IBGE 90 anos, foi realizada uma homenagem aos servidores do IBGE, em especial iniciando a contagem da história do órgão a partir da localização na antiga unidade na Mangueira, que ficou ao longo dos anos muito vinculada ao IBGE. Essa unidade não existe mais e parte desta história é registrada vídeo que inicia o projeto de gravar 9 mil depoimentos até 2026.
O vídeo traz as primeiras gravações de ibgeanos e ibgeanas feitas no evento do 1° Encontro Diálogos IBGE 90 Anos, na unidade do IBGE em Parada de Lucas, zona norte do Rio de Janeiro, em novembro de 2023.
Agradecimento especial ao servidor Celso da Mangueira, passista histórico da escola, vencedor do prêmio de Estandarte de Ouro no carnaval de 1992, que fez uma performance no evento, ao Coral do IBGE, que interpretou o samba enredo da escola de 1936, "Não Quero Mais Amar a Ninguém", de autoria dos compositores Carlos Cachaça, Cartola, e Zé Com Fome, e aos músicos da ONG Meu Kantinho, que apresentaram choros e músicas do repertório nacional.
Com a presença de autoridades, IBGE assina acordos de cooperação com outros órgãos
Houve também um momento de assinatura de acordos de cooperação e termos de intenções com outros órgãos. A diretora Executiva, Flávia Vinhaes, o assessor Especial da Presidência, Denis Maracci, além do presidente do Instituto, Márcio Pochmann, comandaram essa parte do evento e convocaram as autoridades para as assinaturas.
“Hoje iremos formalizar acordos com o Banco do Nordeste e Sudene, representando o nosso esforço na direção da integração regional, acordos com o Serpro e Dataprev, que são fundamentais em nossa caminhada rumo à construção de um sistema integrado de estatística, geografia e dados. Um acordo muito importante com o TRT, que nos ajudará a fortalecer nossa integridade e comissão de ética, além de um acordo com a Previdência Social, uma parceria muito importante frente aos desafios demográficos pelo qual estamos passando”, salientou a diretora Executiva, Flávia Vinhaes.
O superintendente da Sudene, Danilo Cabral, celebrou a assinatura do acordo de cooperação técnica entre as entidades. “Esse movimento vai permitir olharmos os indicadores do Nordeste a partir das informações colocadas pelo IBGE para o aperfeiçoamento das políticas públicas da nossa área de atuação”.
José Aldemir Freire, representando o presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, comemorou a assinatura de protocolo de intenções com o IBGE. “É um prazer assinar esse protocolo de intenções em nome do Banco do Nordeste, que também é simbólico, visto que acabou de ser assinado o acordo com a Sudene. São dois órgãos fundamentais para o desenvolvimento da região”, pontuou.
O diretor-presidente do Serpro, Alexandre Amorim, o ministro do Tribunal Superior do Trabalho Lelio Bentes Corrêa e o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, enviaram vídeos destacando a aproximação do IBGE com seus órgãos e celebrando os acordos.
O Secretário Adjunto de Articulação Institucional do Ministério do Planejamento e Orçamento, Marcelo Ribeiro Moreira, representou a ministra Simone Tebet e destacou a importância do trabalho que está sendo feito pelo Instituto.
"Gostaria de parabenizar a diretoria do IBGE pelo resgate que está sendo feito do Instituto. O diálogo frequente que é aberto com os servidores, o diálogo com outros órgãos federais e com estado, a busca incessante de novas oportunidades para o IBGE. Isso é muito importante e revitaliza o Instituo. É algo que se perdeu nos últimos anos e que felizmente está sendo retomada agora”, salientou.
O presidente Márcio Pochmann encerrou essa etapa da celebração, destacando os diálogos que o instituo está realizando. “É importante também essa abertura do IBGE para também ouvir a sociedade civil, os diálogos com as instituições públicas pois entendemos que cabe ao IBGE a produção dos dados por excelência e é objetivo do Instituo disseminar essas informações da melhor forma para que as políticas públicas no nosso país sejam feitas de forma mais adequada”, pontuou.
Pochmann encerrou sua fala citando eventos os eventos e próximas ações do Instituto. “Ações internas e externas serão realizadas para que o IBGE possa reassumir seu papel central no desenvolvimento de um Brasil mais unido, informado e soberano na construção de seu futuro do presente. Reforçamos, assim, o projeto IBGE 90 Anos, coletivo e pronto para assumir suas responsabilidades, com protagonista do seu tempo, e sabedor de sua importância como órgão-chave para o desenvolvimento do Brasil. Vida longa ao IBGE”, concluiu o presidente.
Casa Brasil IBGE é inaugurada no Palácio da Fazenda e virtualmente
A celebração contou ainda com a inauguração da Casa Brasil IBGE, que pode ser visitada presencialmente no Palácio da Fazenda, de segunda a sexta, das 10h às 16h, ou virtualmente, através do endereço https://www.ibge.gov.br/casabrasil/inicio-casa/.
A Casa Brasil IBGE é um espaço de memória e tecnologia, reunindo em um mesmo ambiente as diferentes áreas do Instituto e suas atuações, para que o visitante possa visualizar tanto a história de quase 90 anos do IBGE, quanto os caminhos e perspectivas do Instituto para as próximas décadas.
Em um primeiro momento com versão física no Palácio da Fazendo, o objetivo é reproduzir em cada Superintendência Estadual uma unidade da Casa, que vai mostrar ao público externo as diferentes ações do Instituto divididas em nove macro áreas: Biblioteca, Conhecimento, Geociências, Censos, Pesquisas e Indicadores, Digital, Memória, Internacional e Regional.
“A Casa é uma proposta para conhecermos o IBGE fora das caixas, onde será possível encontrar o Instituto em nove áreas, visto que o IBGE irá completar 90 anos em breve. Tudo que temos na casa, os visitantes poderão eles mesmos descobrir, por meio dos tótens, publicações e outros materiais expostos. Esta é uma primeira exposição, que durará 60 dias, e a entrada é gratuita”, disse o coordenador-geral do Centro de Documentação e Disseminação de Informação, Daniel Castro.
A exposição também mostra as interfaces do IBGE com o estado brasileiro, suas empresas e entidades, com as universidades, com o próprio cidadão e cidadã, além das conexões do Instituto com o exterior, em parceria para instalação em representações brasileiras no exterior.
A Casa Brasil IBGE no Palácio da Fazenda, no Rio de Janeiro, conta com exposições dos equipamentos históricos de produção de mapas e questionários dos Censos, demonstrações de exemplares oriundos da Reserva do Roncador, no Distrito Federal, e do Herbário RADAMBRASIL do IBGE, localizado no Jardim Botânico da cidade de Salvador (BA).
Íntegra do discurso proferido pelo presidente do IBGE, Marcio Pochmann, no aniversário de 88 anos do Instituto, em cerimônia realizada no dia 29 de maio no prédio do Palácio da Fazenda, no centro da cidade do Rio de Janeiro:
IBGE, a construção do futuro do presente
Estamos aqui juntos no Palácio da Fazenda, um prédio simbólico, com mais de 80 anos, e celebrando o aniversário de 88 anos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Nesta data, a comunidade ibgeana tem muito o que comemorar em prol dos serviços estatísticos e geográficos oficiais ofertados ao conjunto sociedade brasileira durante o seu longo tempo histórico de existência, e seus quase 11 mil competentes servidores e servidoras distribuídos em 27 superintendências e 566 agências situadas em todas as regiões do país.
Ao longo de quase nove décadas, mais de 3 milhões de brasileiros e brasileiras honraram o Instituto com o seu trabalho atuando em todas as regiões do país. Por isso, o nosso reconhecimento e homenagem a todos os servidores e servidoras ativos e inativos da instituição.
Por meio do seu Plano de Trabalho de 2024, o IBGE entrega ao público e à sociedade uma diversidade qualificada e metodológica e tecnicamente consistente de 314 produtos resultantes do relevante conjunto de pesquisas e estudos estatísticos e geográficos oficiais.
Em consonância com a perspectiva de retomada do projeto do Desenvolvimento Nacional liderado pelo presidente Lula, e em sintonia com a ministra Simone Tebet do Planejamento e Orçamento, o IBGE tem avançado, buscando atender às demandas da sociedade. No ano passado, sem comprometer o conjunto de suas atividades, o Instituto concluiu o 12º Censo Demográfico do país e imediatamente passou a divulgar os seus resultados.
Em cumprimento ao seu Plano de trabalho, o IBGE divulgou em 2024 a 9ª edição do Atlas Geográfico Escolar contendo o Brasil no centro do Mapa-múndi. No clássico livro Comunidades Imaginadas do historiador Benedict Anderson, os censos demográficos e mapas constituem parte importante do processo tanto de valoração pessoal como de consolidação da identidade coletiva e do pertencimento do conjunto de uma nação.
Em 2023, as diretrizes institucionais perseguidas pelo IBGE para 2026 resultaram na realização do primeiro encontro nacional da totalidade dos seus servidores e servidoras. A maior e principal instituição de pesquisas públicas do país, deste modo, iniciou a preparação para o profundo salto qualitativo e quantitativo dos serviços estatísticos, geográficos e de dados, fundamentado em decisão coletiva, democrática, transparente e participativa, fruto de mais de 200 reuniões, condensadas em mais de 3 mil páginas de documentos, registrados e disponíveis para consultas, acervo e memória.
No rastro do melhor cumprimento de sua missão institucional de “Retratar o Brasil com informações necessárias ao conhecimento de sua realidade e ao exercício da cidadania”, o IBGE trata de constituir os elementos estruturadores de sua construção plena. Para tanto, a necessidade de enfrentar dois obstáculos fundamentais: a fragmentação e descentralização das estatísticas, geociências e dados nacionais e a instabilidade na renovação e tecnificação do quadro de pessoal atrofiado e sub-remunerado
No que diz respeito ao primeiro obstáculo, destaca-se que a centralização do órgão oficial dos serviços estatísticos e geográficos públicos é essencial, sendo, porém, uma experiência efêmera no Brasil. Em mais de 150 anos da existência de serviços estatísticos no país, a experiência da centralização do órgão oficial somente funcionou por 28 anos, ou seja, menos de 20% da história dos dados públicos.
Somente em 1934, com a criação do Instituto Nacional de Estatística no bojo do processo parlamentar que substituiu a Constituição de 1891 que o Brasil teve contato com o primeiro órgão oficial centralizado dos serviços públicos estatísticos. Para tanto, o presidente Getúlio Vargas cedeu como primeira sede do futuro IBGE o Palácio do Catete, indicando o então ministro das relações exteriores, embaixador Macedo Soares, como o primeiro presidente da instituição.
Entre os anos de 1936 e 1964 o IBGE funcionou subordinado à Presidência da República, tendo, além da realização decenal dos censos demográficos, a produção sistemática do Anuário Estatístico como o principal repositório do conjunto de dados oficiais relativos ao curso analógico em transição do antigo agrarismo para a sociedade urbana e industrial. Em um ambiente institucional cooperativo, foi o IBGE o grande coordenador dos dados oficiais compartilhados por diferentes instituições da República.
De 1964 aos dias de hoje, os serviços públicos de estatísticas e geografia do país perderam centralidade, fruto do deslocamento da subordinação do IBGE da presidência da República para um ministério específico, movimento imposto oficialmente pela Reforma Administrativa de 1967. O resultado foi a fragmentação e dispersão dos dados oficiais, prevalecendo especificidades temáticas ministeriais, promovendo a competição institucional, ampliando custos de gestão, comprometendo a efetividade do planejamento e a articulação das políticas públicas no país.
A tentativa de agilizar e modernizar o sistema de dados estratégicos do Brasil favoreceu a retomada das repartições de estatísticas pelos demais ministérios temáticos. Em 1964, por exemplo, surgiu o Serpro, em 1974, a Dataprev, em 1991, o DataSus, em 2003 o CadÚnico, entre outras importantes instituições atualmente existentes, funcionando, entretanto, sem uma coordenação centralizada.
A ausência de homogeneização metodológica, pareamento estatístico e interoperacionalidade entre os diferentes bancos de dados oficiais mantém o país sem um sistema nacional de dados estratégicos, seguindo o comprometimento de parcela significativa e crescente do seu orçamento na gestão das informações repartidas tematicamente.
A vacina para a fragmentação e descentralização histórica dos bancos de informações oficiais e registros administrativos é a criação do Sistema Nacional de Geociências, Estatísticas e Dados, o SINGED.
O sistema permitirá a modernização e agilidade no gerenciamento de dados estratégicos do país, com sensível redução das despesas orçamentárias, o avanço na soberania de dados, atualização condizente à Era Digital, diante da ascensão do capitalismo de vigilância.
Em relação ao segundo obstáculo, constata-se que a virada institucional protagonizada pela reforma administrativa de 1967 rompeu com a perspectiva funcional do quadro de pessoal do IBGE instituída desde a sua fundação. Tal movimento gerou intermitência na renovação de sua força de trabalho, ocasionando desigualdade de tratamento nos diferentes regimes de trabalho atinentes aos servidores permanentes, temporários, terceirizados, consultores e estagiários.
De um lado, a introdução de novas atribuições e temas de pesquisas foi acompanhado do avanço da especialização dificultando o convívio coletivo democrático, transparente e participativo. De outro lado, o risco do insulamento da instituição parece favorecer mais a competição do que a cooperação sistêmica.
A almejada carreira pública de Estado para os servidores e servidoras do IBGE, torna-se o pressuposto para melhor assimilação e domínio soberano das novas tecnologias de informação e comunicação, próprias da Era Digital. O urgente e fundamental retorno ao convívio mais próximo do conjunto do corpo funcional constitui peça chave na engrenagem da coesão sócio-histórica da instituição, sobretudo na recepção de novos ibegeanos e ibegeanas que serão provenientes do maior concurso público realizado pelo Instituto ao longo de sua história.
A constância da regularidade na renovação do seu quadro de pessoal precisa ser acompanhada da qualificação permanente. Para isso, é fundamental o resgate do papel original da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, especialmente quando a ciência de dados se torna elementar no letramento da sociedade em transição para a Era Digital.
Ao mesmo tempo, repensar a reorganização institucional do IBGE exige a ampliação da conexão com as principais mudanças em curso nas instituições nacionais de estatísticas no mundo. O processo de datificação e de inteligência de dados, própria do capitalismo de vigilância, instaurou mais competidores no arcabouço orçamentário, bem como grandes dominadores privados na produção não oficial de dados.
A superação dos dois obstáculos requer o diálogo permanente com o sindicato. Desde o início desta gestão, temos cumprido a agenda de frequentes reuniões com os legítimos representantes do corpo de servidores do IBGE. Além disso, agradeço, novamente, a gentileza da Assibge de ter cedido a sua sede para a nossa posse no Rio de Janeiro, em agosto de 2023.
Reitero aqui que, se por um lado essa gestão tem o compromisso com o plano de trabalho, por outro também promove o respeito com os direitos históricos da classe trabalhadora. Essa gestão seguirá empenhada em melhorar a vida do conjunto de servidores do IBGE, em especial os temporários, que atuam na ponta, indo as casas das pessoas levando o nome do IBGE para todos os cantos do Brasil. A eles, o nosso obrigado e o compromisso por condições melhores de salários e trabalho.
Este esforço conecta-se diretamente com as ações desta gestão de investir na articulação externa e interna, aproximando-se, assim, da sociedade: produtores e usuários dos dados do IBGE.
No âmbito externo, desde o lançamento das coordenadas no Tocantins, muitos foram os diálogos realizados entre a presidência, técnicos do IBGE e a comunidade acadêmica.
Fizemos o convite de escuta aos colegas que atuam na área do Desenvolvimento Regional e aos representantes da ANPG, o que se transformou em um segundo evento com mais de 200 participações em todos o Brasil online.
Conversamos com os colegas especialistas em Religião, da Universidade e do Iser, juntamente com a presença de colegas do IBGE.
Da mesma forma, o processo de escuta com estudiosos do Tema da Juventude e Cultura No desenvolvimento urbano, a conversa se deu através do Observatório das Metrópoles, enquanto para o mundo do trabalho reuni com a rede de estudiosos do tema no Brasil.
Este esforço de escuta e aproximação com a sociedade e órgãos de governos envolveu mais de 50 audiências com diferentes órgãos dos poderes executivo, legislativo e judiciário, fundações, institutos, agências reguladoras, universidades, governos estaduais e municipais, que já engendrou 18 parcerias e acordos de cooperação técnica com instituições nacionais e internacionais.
No âmbito interno, criamos a Comissão Temática de Gênero, cujo propósito é transversalizar o tema na instituição permitindo às servidoras e servidores de todas as áreas contribuir e atuar nesta comissão. Para o próximo semestre, o IBGE promoverá um calendário de seminários, em que os técnicos, isto é, os especialistas temáticos do IBGE serão diretamente convidados para atuarem como protagonistas na construção dos eventos junto à presidência.
Ainda outras ações externas e internas serão realizadas para que o IBGE possa reassumir seu papel central no desenvolvimento de um Brasil mais unido, informado e soberano na construção do seu futuro.
Neste sentido, a Conferência Nacional de Agentes Produtores e Usuários de Dados a ser realizada entre os dias 29 de julho e 02 de agosto de 2024, completará a marcha de abertura do IBGE no diálogo governamental e com a sociedade civil organizada. Dessa forma, espera-se poder oferecer ao parlamento brasileiro os subsídios necessários e sustentadores do reposicionamento do IBGE diante da criação do novo marco legal do Sistema Nacional de Geociências, Estatísticas e Dados.
Reforçamos, assim, o projeto IBGE 90 Anos, coletivo e pronto para assumir suas responsabilidades como protagonista de seu tempo e sabedor da sua importância como órgão chave para o desenvolvimento do Brasil.
Vida longa ao IBGE!
Seguimos juntos!
Obrigado.
MARCIO POCHMANN
Presidente do IBGE