A maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul, e já uma das maiores registradas no Brasil, tem mobilizado todo o país com doações, equipamentos e pessoal dedicados ao resgate de pessoas e animais. Em um cenário de urgência e de necessidades que se multiplicam, o IBGE e seus servidores e servidoras em todo o estado têm também se movimentado, individual e coletivamente, para oferecer ajuda humanitária aos atingidos pelas cheias.

Carros do IBGE ajudaram no resgate de pessoas e animais

Em Porto Alegre, uma força-tarefa foi montada pela Agência do IBGE que atende a capital gaúcha e mais os municípios de Guaíba e Eldorado do Sul, também duramente afetados pela enchente. Leandro Brunholi Ramos, chefe da Agência Porto Alegre, conta que assim que a inundação chegou à Região Metropolitana, a mobilização começou: “Nós somos servidores públicos federais, isso é parte intrínseca da nossa responsabilidade”. Em contato com autoridades dos três municípios, a Agência colocou à disposição os servidores e os carros com que conta: “nossos carros são altos, suportam carga e são bem recebidos pela população”.

A partir da terça-feira, 7, com apoio da direção da Superintendência do Rio Grande do Sul (SES/RS), a equipe se pôs em campo auxiliando no transporte de pessoas resgatadas por barcos em áreas alagadas de Porto Alegre e que foram encaminhadas até as casas de familiares ou os abrigos montados na capital. Ao longo da semana, grandes campanhas de doações foram rapidamente organizadas no estado e em todo o país. Na quinta-feira, 9, com a chegada de um carregamento de 30 mil litros de água potável ao estado, o grupo passou à descarga e distribuição das bombonas, trabalhando lado a lado com outros voluntários. Foram cerca de 8 mil litros entregues pelos servidores do IBGE, nos veículos do instituto, para hospitais, abrigos, associações e cozinhas solidárias em Porto Alegre, pouco mais de 25% da primeira carga recebida. Desde sexta-feira, 10, o grupo de WhatsApp IBGE Solidário POA – Voluntários busca facilitar a comunicação e otimizar os esforços.

Em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre, também houve intensa mobilização dos servidores desde o domingo, 5. Enquanto o número de atingidos e as demandas cresciam, o grupo se distribuiu em diferentes ações, desde o resgate de pessoas de áreas inundadas até a produção e distribuição de marmitas nos abrigos. Foi feita ainda arrecadação de roupas, cobertores, fraldas e outros itens de higiene, bem como de ração para os animais resgatados.

Agência de Caxias do Sul trabalhou ao lado da Cruz Vermelha na distribuição de doações

Com as crescentes dificuldades de acesso a Porto Alegre, Caxias do Sul, distante cerca de 130 km da capital, se tornou um importante centro de distribuição de doações no estado. A Agência do IBGE em Caxias somou forças ao centro logístico da Cruz Vermelha Brasileira instalado no município e trabalhou durante toda a semana no recebimento, triagem, limpeza, organização e encaminhamento de doações. “Aqui durante a semana falta muito voluntário, porque a cidade está funcionando, então as pessoas têm que trabalhar. Nós conseguimos, assim, dar um bom apoio desde a segunda-feira”, comenta Clademir Guielcer de For, chefe da Agência Caxias do Sul. Dois servidores da Agência se deslocaram de carro até o município de Taquara, a cerca de 140 km, levando itens de primeira necessidade aos atingidos pelas enchentes na região.

Em Taquara, os servidores do IBGE se voluntariaram para trabalhos de limpeza e preparação de abrigos no município de Três Coroas, um dos mais fortemente afetados dentro da área de abrangência da Agência. A equipe colaborou também na distribuição de ração para os animais recolhidos ao Ginásio Municipal de Três Coroas.

Núcleo Rio Grande do Sul da ASSIBGE promove campanha de doações em dinheiro

Desde o dia 6 de maio, o Núcleo Rio Grande do Sul da ASSIBGE promove uma campanha de doações em dinheiro destinadas aos atingidos pelas enchentes. Ibgeanos e ibgeanas de todo o país, bem como os diferentes núcleos da ASSIBGE, têm contribuído por meio da chave pix assibgers@gmail.com.

Além das iniciativas coletivas, servidores lotados tanto na Superintendência quanto nas 36 Agências do IBGE no Rio Grande do Sul relatam ações individuais em várias frentes, como arrecadação de doações, compra e distribuição de mantimentos e acolhimento em abrigos.

Embora a sede da Superintendência Estadual do IBGE em Porto Alegre siga alagada, as atividades administrativas e técnicas continuam de forma remota, com ênfase no atendimento aos diversos pedidos de dados das áreas atingidas, com apoio da equipe técnica da sede no Rio de Janeiro.

Na semana passada, o IBGE publicou comunicado de solidariedade e sobre o impacto da situação de calamidade pública nas pesquisas do IBGE. Veja aqui.

“O IBGE e seus servidores e servidoras continuarão as ações de ajuda humanitária em todo o estado, atuando de forma coordenada com a Defesa Civil e buscando auxiliar as populações atingidas de todas as maneiras possíveis. Os ibegeanas e e ibegeanos sentem-se representados nos atos de compromisso com iniciativas de solidariedade e fraternidade proporcionados pelos colegas do Rio Grande do Sul. O trabalho pelo Brasil não para. Seguimos juntos!”, afirmou o presidente do IBGE, Marcio Pochmann.