O presente e o futuro das estatísticas globais, integração regional, novos indicadores ambientais e a retomada do protagonismo internacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foram os destaques da participação brasileira na 55ª Sessão da Comissão de Estatística da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada em Nova York, nos Estados Unidos, e encerrada na sexta-feira, 1, com participação de institutos nacionais de estatística de 180 países do sistema ONU, 52 Agências internacionais e órgãos não governamentais e mais de 30 eventos paralelos ao longo de cinco dias de atividades.

Representado no evento pelo presidente, Marcio Pochmann, o IBGE contou também com delegação composta pela diretora de Pesquisas, Elizabeth Belo Hypólito, pela gerente no Centro de Pesquisas, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, Andrea Diniz da Silva e pelo servidor da Diretoria de Geociências, Claudio Stenner. Ao longo do evento, a delegação do IBGE participou de 32 Sessões ordinárias e 8 eventos paralelos, dois dos quais organizados e coordenados pelo Instituto, além de 11 reuniões bilaterais.

Articulando instituições nacionais de estatísticas, sobretudo entre os países latino-americanos e caribenhos, o IBGE participou da 55ª Sessão da Comissão de Estatística da ONU ao centro das definições sobre governança de dados e estatísticas de uso global, impulsionado pelo esforço do Instituto em construir e consolidar seu Sistema Nacional de Geociências, Estatísticas e Dados (Singed).

Em sentido e esforço semelhantes, a própria ONU anunciou nesta Sessão a integração do conjunto de todos os dados produzidos pelas instituições que conformam o sistema das Nações Unidas, como UNICEF, PNUD, Banco Mundial, entre outras, com o objetivo de oferecer ao mundo melhores informações e indicadores para avaliação, gestão e desenvolvimento de políticas públicas.

O IBGE teve participação central no grupo de trabalho para definição de metodologia comum para a harmonização e pareamento dos dados provenientes de diferentes fontes, bem como a geração de novas classificações estatísticas e análises de atividades dos dados.

Mudança climática e novos indicadores ambientais

A insuficiência das atuais medidas de mitigação dos efeitos de mudança climática e a escassez de indicadores satisfatórios ao subsídio de políticas públicas para esta finalidade passam a encontrar, firme e sofisticada oferta de medidas estatísticas e indicadores a serem construídos pela reunião de esforços de múltiplas instituições sob protagonismo do IBGE.

O IBGE organizou evento paralelo para discutir o projeto “Indicadores ambientais e de mudanças climáticas: uma abordagem comum utilizando métodos inovadores e fontes de dados alternativas”, que recebe apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, sob a iniciativa Bens Públicos Regionais, e da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL). Participaram da reunião representantes dos institutos de estatística da Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, México, Peru e República Dominicana, além de representantes do BID, da CEPAL, da Divisão de Estatísticas da ONU, UNICEF, Fundo Monetário Internacional e da Missão do Brasil na ONU.

O projeto será liderado pelo IBGE, representando o Brasil, e contará com a participação de onze países da América Latina e Caribe.  O objetivo do projeto é a geração de novo patamar de indicadores ambientais relativos ao suporte de medidas urgentes e necessárias para enfrentamento das mudanças climáticas no mundo.

Novos acordos de cooperação técnica

No âmbito da retomada do protagonismo do IBGE nos debates, aprimoramento e proposições de novas metodologias e indicadores estatísticos no planeta, o Instituto realizou várias reuniões bilaterais para discutir parcerias com organismos internacionais e institutos de estatística de países como México, Portugal, Emirados Árabes, e Rússia, além de diferentes órgãos de atuação global.

Em reunião com a Parceria Global para Dados de Desenvolvimento Sustentável tratou-se de uma colaboração para a realização de atividades que ajudem a fortalecer o sistema estatístico nacional brasileiro. A colaboração deve se iniciar com uma atividade lateral à reunião ministerial que tratará do tema ambiental, que acontecerá no Brasil ainda este ano.

Já com o Instituto de Estatística dos Emirados Árabes, tratou-se da continuidade da parceria entre o Hub Regional para Big Data no Brasil e o Hub nos Emirados Árabes, além da possibilidade de colaboração e troca de experiência na realização de pesquisas econômicas e de opinião.

Em reunião com a Comunidad del Caribe (CARICOM), foi acordado o apoio do IBGE à terceira Consulta Internacional sobre o uso de Big Data na América Latina e Caribe, realizada pelo Instituto como parte de plano de trabalho do Hub Regional da ONU para Big Data no Brasil, sediado na Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE).

Para o presidente do IBGE, Marcio Pochmann, a participação do IBGE e sua delegação na 55ª Sessão da Comissão de Estatística da ONU retoma um importante protagonismo internacional do instituto frente ao urgente e estratégico planejamento da governança dos dados e das estatísticas do futuro.

Em todos os encontros, “o reconhecimento da importância do Brasil, bem como do IBGE, como instituição de referência global no âmbito das estatísticas nacionais e internacionais, além da oportunidade do estabelecimento de novos acordos de cooperação técnica. Neste reconhecimento internacional o Brasil destaca-se por ser uma das três nações do globo com a capacidade de convergir as estatísticas com a geociência dentro de uma mesma instituição”, diz Pochmann.

“A presença ativa do IBGE neste que é o principal fórum de discussão global sobre estatísticas nacionais, liderando reuniões e estabelecendo acordos de cooperação técnica com diferentes países, é bastante positiva para garantir um sistema cada vez mais integrado e pareado dos dados estatísticos pertencentes às múltiplas dimensões do conhecimento humano”, conclui o presidente do IBGE.

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