Indústria regional
Produção industrial fecha 2023 com crescimento em dez dos 18 locais pesquisados
08/02/2024 09h00 | Atualizado em 08/02/2024 11h15
A produção da indústria nacional teve alta de 1,1% na passagem de novembro para dezembro, com expansão em dez dos 15 locais pesquisados. Com o resultado do último mês do ano, 2023 termina com variação de 0,2% em relação a 2022, apresentando taxas positivas em dez dos 18 locais analisados. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, divulgada hoje (8) pelo IBGE.
As maiores altas do ano foram os resultados de Rio Grande do Norte (13,4%) e Espírito Santo (11,1%), que aconteceram, principalmente, devido às atividades de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (óleo diesel e gasolina automotiva) e produtos alimentícios (amendoins, castanhas de caju e semelhantes torrados ou salgados e pães, bolos, doces e outros produtos similares produzidos em padarias), no primeiro, e de indústrias extrativas (minérios de ferro pelotizados ou sinterizados e óleos brutos de petróleo) no segundo.
Já o Rio de Janeiro exerceu a principal influência no acumulado do ano, mostrando um crescimento de 4,5%. “Esse resultado pode ser explicado pelo desempenho do setor extrativo e de derivados do petróleo, dois segmentos bastante atuantes na indústria fluminense”, explica o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.
Goiás (6,1%), Pará (5,4%), Mato Grosso (5,2%), Minas Gerais (3,4%), Amazonas (2,1%), Pernambuco (1,9%) e Paraná (1,5%) também registraram crescimento na produção no índice acumulado em 2023.
“Em 2023, há um arrefecimento não só do ritmo da indústria regional, mas da indústria como um todo. A evolução de determinados fatores conjunturais relacionados à taxa de juros e ao mercado de trabalho permitiu, a partir do segundo semestre, uma melhora no comportamento da produção industrial, mas ainda distante de patamares mais significativos. Predominou, portanto, um ritmo de produção arrefecido e moderado na indústria”, destaca Bernardo.
Por outro lado, Ceará (-4,9%), Maranhão (-4,8%) e Rio Grande do Sul (-4,7%) registraram as quedas mais expressivas no índice acumulado no ano. Isso ocorreu, principalmente, em função dos recuos assinalados nos setores de confecção de artigos do vestuário e acessórios (vestuário infantil e seus acessórios de malha, calcinhas, bermudas, jardineiras, shorts, calças e semelhantes, camisas, blusas e semelhantes, calças compridas, sutiãs e vestidos), produtos químicos (herbicidas para plantas e inseticidas para uso na agricultura) e produtos de metal (rolhas, tampas ou cápsulas metálicas, recipientes de ferro e aço para transporte ou armazenagem de gases e latas de alumínio para embalagens), no primeiro local; de metalurgia (óxido de alumínio), no segundo; e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (óleo diesel, naftas e óleos combustíveis), máquinas e equipamentos (máquinas para colheita, semeadores, plantadeiras ou adubadores, tratores agrícolas e ferramentas hidráulicas de motor não elétrico de uso manual), produtos alimentícios (carnes e miudezas de aves congeladas, frescas ou refrigeradas, carnes de suínos congeladas, rações, sucos integrais de uva, leite esterilizado/UHT/Longa Vida e tortas, bagaços e farelos da extração do óleo de soja) e produtos de metal (armas e suas partes, peças e acessórios e artefatos de alumínio para uso doméstico), no último.
Região Nordeste (-3,5%), Bahia (-1,8%), São Paulo (-1,5%), Santa Catarina (-1,3%) e Mato Grosso do Sul (-0,7%) mostraram as demais taxas negativas no indicador acumulado do período janeiro-dezembro de 2023. “São Paulo foi responsável pela maior influência negativa no resultado nacional. A indústria paulista teve comportamento semelhante ao da indústria nacional, também sendo afetada por taxas de juros elevadas e oferta reduzida de crédito”, acrescenta Bernardo. Ele lembra que dez das 18 atividades pesquisadas dentro da indústria paulista obtiveram resultados negativos, destacando-se os setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos; e de produtos químicos.
Dez dos 15 locais pesquisados apontaram resultados positivos em dezembro frente a novembro
Na comparação com o mês anterior, em dezembro de 2023 a produção da indústria apresentou alta de 1,1%, com dez dos 15 locais pesquisados apontando resultados positivos. Os avanços mais expressivos vieram de Pernambuco (11,6%), Amazonas (7,4%) e Santa Catarina (7,2%), com o primeiro local revertendo perda de 11,1% verificada no mês anterior; o segundo interrompendo três meses seguidos de queda na produção, período em que acumulou redução de 14,3%; e o último voltando a crescer, após recuar 1,4% em novembro.
Ceará (5,0%), Goiás (5,0%), Espírito Santo (3,2%), Pará (2,9%), Região Nordeste (2,7%) e Rio Grande do Sul (2,0%) também tiveram taxas positivas mais intensas do que a média nacional (1,1%). Minas Gerais (0,2%) completou a lista de locais com índices positivos em dezembro de 2023.
No sentido oposto, Rio de Janeiro (-4,7%) e Paraná (-4,0%) foram responsáveis pelas reduções mais intensas nesse mês, com ambos eliminando parte dos avanços observados em novembro: 4,9% e 4,8%, respectivamente. Mato Grosso (-3,3%), São Paulo (-2,1%) e Bahia (-1,4%) mostraram os demais resultados negativos em dezembro.
Em relação a dezembro de 2022, 12 locais tiveram alta
No confronto entre os números de dezembro de 2023 e dezembro de 2022, o setor industrial cresceu 1,0%, com 12 dos 18 locais pesquisados obtendo resultados positivos.
Espírito Santo (31,4%), Rio Grande do Norte (25,7%), Goiás (22,0%), Pernambuco (15,4%) e Pará (14,6%) tiveram avanços de dois dígitos, sendo os mais intensos. Minas Gerais (6,6%), Ceará (6,2%), Rio de Janeiro (5,5%), Bahia (5,0%), Santa Catarina (3,6%), Região Nordeste (2,8%) e Mato Grosso (1,9%) completaram o conjunto de locais com crescimento na produção no índice mensal de dezembro de 2023.
Por outro lado, Maranhão (-11,4%) e Rio Grande do Sul (-8,3%) tiveram as quedas mais acentuadas. Mato Grosso do Sul (-6,0%), Paraná (-3,0%), Amazonas (-1,5%) e São Paulo (-1,0%) mostraram os demais resultados negativos em dezembro.
Mais sobre a pesquisa
A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativas e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 17 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 0,5% no total do valor da transformação industrial nacional e para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.
Os resultados da pesquisa também podem ser consultados no Sidra, o banco de dados do IBGE. A próxima divulgação da PIM Regional, relativa a janeiro de 2024, será em 13 de março.