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Indústria regional

Produção industrial avança em cinco dos 15 locais pesquisados em setembro frente a agosto

Editoria: Estatísticas Econômicas | Vinícius Britto

08/11/2023 09h00 | Atualizado em 08/11/2023 10h57

Indústria extrativista foi a maior influência na indústria paraense, principal alta para setembro - Foto: Agência Vale

Na passagem de agosto para setembro, a produção industrial brasileira variou 0,1%, com altas em 5 dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional. Os maiores avanços foram observados no Pará (16,1%), Rio de Janeiro (3,1%), Ceará (2,2%) e Paraná (1,8%). Por outro lado, São Paulo, maior parque industrial do país, apresentou recuo de 1,1%, enquanto Pernambuco apresentou a maior queda individual, com taxa de -12,8%.

Na comparação com setembro de 2022, a indústria mostrou avanço de 0,6% e as taxas positivas foram observadas em dez dos 18 locais pesquisados. O acumulado no ano apresentou variação de -0,2%, resultado negativo acompanhado por oito dos 18 locais. Já o acumulado em 12 meses mostrou variação nula (0,0%), com 8 dos 15 locais investigados registrando taxas positivas. Os dados foram divulgados hoje (8) pelo IBGE.

Em abril, foram divulgados pela primeira vez os resultados da PIM Regional após as atualizações na seleção de amostra de empresas, unidades locais e lista de produtos, além da inclusão de três novos locais: Rio Grande do Norte, Maranhão e Mato Grosso do Sul, totalizando 18 locais. Para os novos locais ainda não há informações do mês frente ao mês anterior.

“Continuamos com a leitura de um comportamento gradual e moderado da indústria, no qual observamos um arrefecimento na produção, ocasionado por fatores como os juros elevados, o que leva ao encarecimento do crédito e diminuição da linha de crédito e diminui as decisões de investimentos por parte dos produtores. Fatores esses que também ocasionam uma cautela na tomada de decisão na parte das famílias, afetando o consumo”, avalia o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.

Em termos regionais, a maior alta absoluta e maior influência positiva em setembro veio do estado do Pará, com taxa de 16,1%, tendo o setor extrativo como o principal responsável por esse crescimento.

“Vale ressaltar que o parque industrial paraense é mais concentrado no setor extrativo, por isso esse setor tem uma grande importância na indústria local. Com esse resultado, o Pará elimina a perda acumulada nos três meses anteriores. Entre junho e agosto, a perda acumulada havia sido de 14,1%”, destaca Almeida.

A segunda maior alta em termos absolutos e segunda maior influência veio do Rio de Janeiro, apresentando índice de 3,1%, também possuindo o setor extrativo como a principal influência no crescimento. O analista salienta que, no caso do Rio de Janeiro, a indústria extrativista está concentrada basicamente no setor de petróleo e gás natural.

 

O principal resultado negativo em termos absolutos veio do estado de Pernambuco, com taxa de -12,8%. O setor de derivados de petróleo e o de veículos automotores foram os setores que mais influenciaram a queda registrada pela indústria pernambucana.

“Vale ressaltar que a taxa de setembro foi a quarta taxa negativa consecutiva, sendo que nesses quatros meses foi acumulada uma perda de 17,5%. A taxa de setembro é a mais intensa negativamente para a indústria pernambucana desde abril de 2020, quando registrou -18,4%. É importante lembrar que em que abril de 2020 foi alcançado o pior patamar da história da indústria nacional, quando tivemos o maior impacto de políticas de isolamento social, no início da pandemia”, pontua o pesquisador.

Já a maior influência negativa no mês veio de São Paulo, maior parque industrial do Brasil e que detém aproximadamente 33% da produção industrial nacional, apresentando índice de -1,1%. As maiores influência na queda da indústria paulista foram os setores de alimentos e de veículos automotores.

“Vale salientar que esse comportamento da indústria paulista representa uma queda de ritmo gradual e conseguimos ver esse comportamento refletido também na indústria nacional. Essa queda de ritmo é possível ser observada quando comparamos com o patamar pré-pandemia. Em setembro, observamos que São Paulo registrou taxa 1,6% abaixo do pré-pandemia, em fevereiro de 2020. Isso é explicado justamente pelos fatores que citamos anteriormente para a indústria nacional, que acaba acarretando um comportamento mais cauteloso e moderado nas tomadas de decisões por partes dos produtores”, explica Almeida.

Indústria avança em dez dos 18 locais pesquisado na comparação interanual

Na comparação com julho de 2022, o setor industrial mostrou avanço de 0,6% em setembro de 2023, com dez dos 18 locais pesquisados apontando resultados positivos. Vale citar que setembro de 2023 (20 dias) teve 1 dia útil a menos do que igual mês do ano anterior (21).

Nesse mês, Rio Grande do Norte (40,2%), Pará (14,5%) e Espírito Santo (14,2%) assinalaram avanços de dois dígitos e os mais acentuados, impulsionados, principalmente, pelo comportamento positivo observado nos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (gasolina automotiva e óleo diesel), no primeiro local; de indústrias extrativas (minérios de ferro em bruto ou beneficiados e minérios de cobre), no segundo; e de indústrias extrativas (minérios de ferro pelotizados ou sinterizados, óleos brutos de petróleo e gás natural), no último.

Paraná (8,9%), Rio de Janeiro (8,5%), Goiás (6,7%), Mato Grosso (6,0%), São Paulo (1,1%) e Santa Catarina (0,9%) também apontaram avanços mais intensos que a média nacional (0,6%), enquanto Minas Gerais (0,6%) completou o conjunto de locais com crescimento na produção no índice mensal de setembro de 2023.

Por outro lado, Ceará (-11,9%), Região Nordeste (-9,4%) e Bahia (-9,0%) assinalaram os recuos mais intensos nesse mês. Rio Grande do Sul (-6,0%), Maranhão (-5,4%), Pernambuco (-4,6%), Amazonas (-1,9%) e Mato Grosso do Sul (-0,3%) mostraram os demais resultados negativos nesse mês.

Mais sobre a pesquisa

A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativas e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 17 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 0,5% no total do valor da transformação industrial nacional, e para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.

Os resultados da pesquisa também podem ser consultados no Sidra, o banco de dados do IBGE. A próxima divulgação da PIM Regional, referente ao mês de outubro, está prevista para 8 de dezembro.