Na última sexta-feira (25), membros de diferentes setores do IBGE se reuniram no Instituto Philippe Pinel, no Rio de Janeiro, para a instalação do Comitê ODS e do Grupo de Trabalho ODS, responsáveis pela supervisão e produção dos indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pela Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). O Comitê é a instância interna do IBGE que tem como atribuição a governança da produção dos indicadores ODS, visando ao cumprimento das metas. Já os Grupos de Trabalho são formados a partir de parcerias do IBGE com outras instituições da administração federal.     

“A Agenda 2030 da ONU é um desafio em virtude da quantidade de objetivos envolvidos. O IBGE é o coordenador nacional da produção dos indicadores ODS, participando regularmente em grupos temáticos internacionais. Os olhares estão novamente voltados para a Agenda 2030 no governo federal”, destacou Denise Kronemberger, gerente de Relações Institucionais do IBGE.

As principais fontes de dados para a produção dos indicadores ODS são as pesquisas, os registros administrativos e os dados de monitoramento. Além de outras ações, o IBGE pretende: priorizar os indicadores para as metas sem mensuração até o momento; produzir indicadores nacionais suplementares; incorporar novas pesquisas; e incentivar a produção acadêmica sobre indicadores ODS na Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE).   

A Agenda 2030 da ONU foi estabelecida durante a Assembleia Geral da entidade em 2015, e consiste em um plano global composto por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O compromisso assumido pelos países envolve a adoção de medidas ousadas e transformadoras. Saúde e bem-estar, educação de qualidade, igualdade de gênero, água potável e saneamento, energia acessível e limpa, redução das desigualdades, erradicação da pobreza e ação contra a mudança global do clima são alguns dos objetivos.

No encontro promovido pelo IBGE, foram apresentadas algumas experiências em andamento na produção dos indicadores ODS. Octavio Oliveira, da Coordenação de Estatísticas Agropecuárias; Marco Antônio Andreazzi, da Coordenação de População e Indicadores Sociais; Rodrigo Pereira, da Coordenação de Meio Ambiente; e Rosane Oliveira, da Coordenação de População e Indicadores Sociais, compartilharam com os convidados o trabalho já realizado nos ODS com os quais estão envolvidos.

Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, mostrou contribuições recentes e potenciais para novos indicadores ODS, tais como: o módulo de sensação de segurança na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) em 2021, que ajudou a atender o indicador do ODS 16 (Paz, Justiça e Instituições Eficazes); aprimoramento na construção de indicadores de pessoas com deficiência do ODS 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico), a partir do módulo de pessoas com deficiência na PNADC em 2022; novos indicadores multidimensionais na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF); módulo de segurança alimentar no quarto trimestre de 2023 na PNADC, que possibilitará atualizar informações do ODS 2 (Erradicação da Fome); e a nova Pesquisa Nacional de Saúde e Demografia (PNDS), com potencial de contribuição para o ODS 3 (Saúde e Bem-Estar).  

“Este evento é muito importante devido à sua capacidade de contribuição para a melhoria da qualidade de vida da sociedade. A integração entre geografia e estatística, como acontece aqui no IBGE, é uma oportunidade de avançarmos ainda mais na Agenda 2030”, disse Claudio Stenner, diretor de Geociências do IBGE. Ele ressaltou também a necessidade de um mapeamento detalhado da infraestrutura dos municípios: “A Agenda 2030 é fundamentalmente implementada em nível local. As ferramentas tecnológicas utilizadas no Censo Demográfico 2022 podem auxiliar nesse processo”. 

A reunião contou ainda com a apresentação da Plataforma ODS Brasil, que concentra os indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. “O foco da plataforma é divulgar os indicadores que são produzidos pelo IBGE e outras instituições no Brasil. Para isso ela utiliza vários sistemas do Instituto, como por exemplo o de metadados, o SIDRA e os mapas da Plataforma Geográfica Interativa (PGI). Há também notícias, vídeos e divulgações de eventos”, explicou Vinícius Pereira, da Coordenação de Metodologia e Banco de Dados do IBGE.