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Pesquisa Mensal de Serviços

Setor de serviços cai 3,1% em janeiro, após alcançar recorde histórico em dezembro de 2022

Editoria: Estatísticas Econômicas | Vinícius Britto

14/04/2023 09h00 | Atualizado em 14/04/2023 09h38

Maior influência negativa no resultado do mês veio do setor de transportes (-3,7%) - Foto: Rodrigo Felix Leal/SEIL-PR

O volume de serviços caiu 3,1% em janeiro de 2023, ante dezembro de 2022, quando alcançou o ponto mais alto da série histórica. Frente a janeiro de 2022, o volume de serviços avançou 6,1%, vigésima terceira taxa positiva consecutiva.

Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada hoje (14) pelo IBGE. Esta é a primeira divulgação da nova série da pesquisa, que passou por atualizações na seleção da amostra de empresas, ajustes nos pesos dos produtos e das atividades, além de alterações metodológicas, para retratar mudanças econômicas na sociedade. São atualizações já previstas e implementadas periodicamente pelo IBGE.

O gerente da PMS, Rodrigo Lobo, explica que a queda verificada em janeiro elimina o ganho acumulado de 3,0% observado nos meses de novembro e dezembro de 2022, mas ressalta que a base de comparação se encontrava em um patamar elevado. “O setor de serviços continua muito próximo do seu ponto mais alto da série, alcançado no mês passado, o que o coloca em um patamar 10,3% acima do nível pré-pandemia”, analisa.

 

Setor de transportes foi a principal influência negativa no mês com queda de 3,7%

A maior influência negativa no resultado do mês veio do setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios, registrando queda de 3,7% em janeiro. “A queda do setor é explicada pela parte de armazenagem, que recuou 9,0%, com destaque negativo para gestão de portos e terminais; assim como o transporte aéreo de passageiros, que recuou 5,9% no mês”, destaca Lobo.

Também mostrou destaque negativo o setor de outros serviços, com -9,9% em janeiro de 2023 na comparação com dezembro de 2022, quando havia subido 9,4%. O analista esclarece, porém, que o movimento de retração decorre de receitas atípicas recebidas no mês anterior pelas empresas que atuam nos segmentos de serviços financeiros auxiliares.

“No mês dezembro, frequentemente, há o recebimento de bônus por performance. Com isso, temos uma base de comparação elevada, ocasionando uma queda em janeiro, quando esse adicional de receita não está mais presente no faturamento das empresas do segmento”, comenta.

No sentido oposto, serviços de informação e comunicação e os prestados às famílias registraram alta de 1,0% para o mês. O primeiro setor recuperou parte da queda (-2,5%) verificada nos dois últimos meses de 2022 e teve como destaque a alta observada em telecomunicações (8,1%) e em serviços de TI (3,6%). Já os serviços prestados às famílias assinalaram o segundo resultado positivo seguido, acumulando ganho de 3,5%.

Transportes de passageiros (-2,4%) e de cargas (-2,1%) apresentam retrações

Em janeiro de 2023, o volume de transporte de passageiros no Brasil registrou retração de 2,4% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, após ter avançado 11,5% nos dois últimos meses de 2022. Dessa forma, o segmento se encontra, nesse mês de referência, 3,0% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 20,0% abaixo de fevereiro de 2014, ponto mais alto da série histórica.

Por sua vez, o volume do transporte de cargas apontou queda de 2,1% em janeiro de 2023, eliminando, assim, todo o ganho de 2,1% verificado no período novembro-dezembro do ano passado. Dessa forma, o segmento se situa 3,6% abaixo do ponto mais alto de sua série, alcançado em agosto de 2022. Com relação ao nível pré-pandemia, o transporte de cargas está 28,6% acima de fevereiro de 2020.

Serviços recuam em 16 das 27 unidades da federação em janeiro

Regionalmente, a maior parte (16) das 27 unidades da federação assinalou retração no volume de serviços em janeiro de 2023, na comparação com dezembro, acompanhando o recuo observado no resultado do Brasil (-3,1%).

O impacto mais importante veio de São Paulo (-2,6%), seguido por Rio de Janeiro (-5,5%), Minas Gerais (-2,6%) e Distrito Federal (-7,2%). Em contrapartida, Paraná (3,0%) exerceu a principal contribuição positiva do mês, seguido por Bahia (2,4%), Espírito Santo (3,9%) e Piauí (13,3%).

Em relação a janeiro de 2022, serviços crescem 6,1%

Frente a janeiro de 2022, o avanço do volume de serviços no Brasil (6,1%) foi acompanhado por 25 das 27 unidades da federação. A principal contribuição positiva ficou com São Paulo (4,3%), seguido por Rio de Janeiro (8,2%), Minas Gerais (10,9%), Paraná (12,1%) e Rio Grande do Sul (11,5%). Em sentido oposto, Mato Grosso do Sul (-6,4%) e Acre (-2,0%) assinalaram os únicos resultados negativos do mês.

Atividades turísticas variam 0,5% em janeiro

Em janeiro de 2023, o índice de atividades turísticas apontou avanço de 0,5% frente ao mês imediatamente anterior, segundo resultado positivo seguido, período em que acumulou um ganho de 5,3%. Com isso, o segmento de turismo se encontra 2,5% acima do patamar de fevereiro de 2020 e 4,6% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.

Na comparação janeiro de 2023 / janeiro de 2022, o índice de volume de atividades turísticas no Brasil apresentou expansão de 12,9%, vigésima segunda taxa positiva seguida, sendo impulsionado, principalmente, pelo aumento na receita de empresas que atuam nos ramos de locação de automóveis; restaurantes; hotéis; rodoviário coletivo de passageiros; agências de viagens; serviços de bufê e atividades teatrais e espetáculos.

Onze das doze unidades da federação onde o indicador é investigado mostraram avanço nos serviços voltados ao turismo, com destaque para São Paulo (16,4%), seguido por Minas Gerais (24,7%), Rio de Janeiro (7,3%), Rio Grande do Sul (16,6%) e Bahia (14,5%). Em sentido oposto, o Distrito Federal (-2,5%) registrou o único resultado negativo.

Mais sobre a pesquisa

A PMS produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do setor de serviços no país, investigando a receita bruta de serviços nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, que desempenham como principal atividade um serviço não financeiro, excluídas as áreas de saúde e educação. Há resultados para o Brasil e todas as unidades da federação. Os resultados podem ser consultados no Sidra.