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IPCA

Inflação fica em 0,71% em março, puxada pela alta da gasolina

Editoria: Estatísticas Econômicas | Igor Ferreira

11/04/2023 09h00 | Atualizado em 13/04/2023 10h06


A gasolina foi o subitem com maior impacto individual (0,39 p.p.) no índice do mês - Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,71% em março. No ano, a inflação acumula alta de 2,09% e, nos últimos 12 meses, de 4,65%, abaixo dos 5,60% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2022, a variação foi de 1,62%. Os dados foram divulgados hoje (11) pelo IBGE. 

O grupo Transportes foi o destaque no índice de março, sendo responsável pelo maior impacto (0,43 p.p.) e maior variação (2,11%). Em seguida vieram Saúde e cuidados pessoais (0,82%) e Habitação (0,57%), que desaceleraram em relação a fevereiro, contribuindo com 0,11 p.p. e 0,09 p.p., respectivamente. Por outro lado, Artigos de residência (-0,27%), que teve alta de 0,11% em fevereiro, foi o único grupo pesquisado a registrar queda este mês. Os demais ficaram entre o 0,05% de Alimentação e bebidas e o 0,50% de Comunicação. 

A gasolina (8,33%), subitem com maior impacto individual no índice de março (0,39 p.p.), teve grande peso na alta verificada em Transportes. O etanol (3,20%) também subiu. “Os resultados da gasolina e do etanol foram influenciados principalmente pelo retorno da cobrança de impostos federais no início do mês, estabelecido pela Medida Provisória 1157/2023. Havia, portanto, a previsão do retorno da cobrança de PIS/COFINS sobre esses combustíveis a partir de 1º de março", explica o analista da pesquisa, André Almeida. 

 

Gás veicular (-2,61%) e óleo diesel (-3,71%) continuaram em queda em março. Já as passagens aéreas, que haviam recuado 9,38% em fevereiro, caíram 5,32% desta vez. Reajustes em tarifas de táxi em Belo Horizonte, em ônibus intermunicipal na região metropolitana do Rio de Janeiro, além de ônibus urbano em quatro áreas de abrangência do índice, também influenciaram em Transportes.

O grupo Saúde e cuidados pessoais, por sua vez, foi impactado principalmente pela alta de 1,20% do plano de saúde, que segue incorporando as frações mensais dos planos novos e antigos referentes ao ciclo de 2022-2023. Numa comparação com o mês anterior (2,80%), os itens de higiene pessoal (0,72%) apresentaram uma variação menos intensa. Os artigos de maquiagem subiram 4,80%, enquanto os produtos para pele tiveram queda de 2,42% em março.

No grupo Habitação (0,57%), a maior contribuição (0,09 p.p.) veio da energia elétrica residencial (2,23%). As variações das áreas ficaram entre -0,65% em Belém, onde houve redução de PIS/COFINS e aumento da alíquota de ICMS, até 9,79% em Porto Alegre, onde as tarifas de uso dos sistemas de transmissão (TUST) e distribuição (TUSD) foram reincluídas na base de cálculo do ICMS. O mesmo ocorreu em outras áreas, como Belo Horizonte (4,43%), Curitiba (3,88%) e Vitória (2,86%). No Rio de Janeiro (2,57%) foram aplicados reajustes de 7,49% e de 6% nas duas concessionárias pesquisadas, ambos a partir de 15 de março. 

Em Alimentação e bebidas (0,05%), a queda da alimentação no domicílio, que passou de 0,04% em fevereiro para -0,14% em março, exerceu grande influência. Batata-inglesa (-12,80%) e óleo de soja (-4,01%) tiveram recuos mais intensos na comparação com fevereiro. Cebola (-7,23%), tomate (-4,02%) e carnes (-1,06%) também tiveram redução. Por outro lado, cenoura (28,58%) e ovo de galinha (7,64%) foram os destaques dentre as altas. 

Único dos nove grupos pesquisados a mostrar variação negativa em março, Artigos de residência (-0,27%) teve as quedas nos itens de tv, som e informática (-1,77%) como principais responsáveis pelo resultado. Televisor (-2,15%) e computador pessoal (-1,08%) foram as quedas mais acentuadas. Os eletrodomésticos e equipamentos (-0,23%) também caíram, após alta de 0,45% em fevereiro. “As promoções realizadas durante a semana do consumidor, ocorrida em março, podem ter influenciado”, acrescenta André. 

Em relação aos índices regionais, todas as áreas tiveram alta em março. A maior variação foi em Porto Alegre (1,25%), devido às altas da gasolina (10,63%) e da energia elétrica residencial (9,79%). Já a menor variação foi em Fortaleza (0,35%), onde houve quedas de 17,94% do tomate e de 2,91% do frango inteiro. 

INPC tem alta de 0,64% em março

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC teve alta de 0,64% em março, abaixo do registrado no mês anterior (0,77%). No ano, o INPC acumula alta de 1,88% e, nos últimos 12 meses, de 4,36%, abaixo dos 5,47% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2022, a taxa foi de 1,71%. 

Mais sobre as pesquisas 

O IPCA abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, enquanto o INPC, as famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju. Acesse os dados no Sidra. 

 


Palavras-chave: Inflação fica em 0, 71% em março, puxada pela alta da gasolina