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PIM Regional

Produção industrial fecha 2022 com redução em oito dos 15 locais pesquisados

Editoria: Estatísticas Econômicas | Igor Ferreira

10/02/2023 09h00 | Atualizado em 13/04/2023 10h06

O desempenho da indústria extrativa no Pará foi um dos maiores responsáveis pelos resultados da produção industrial em 2022 - Foto: TV Brasil

A produção da indústria nacional teve expansão em dez de 15 locais na passagem de novembro para dezembro. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional), divulgada hoje (10) pelo IBGE. Com o resultado do último mês do ano, 2022 termina com taxas negativas em oito dos 15 locais pesquisados.

As maiores quedas do ano foram os resultados de Pará (-9,1%), principal influência, e Espírito Santo (-8,4%), que aconteceram, principalmente, devido aos recuos assinalados pelos setores de indústrias extrativas de minério de ferro, no primeiro local; e de indústrias extrativas (óleos brutos de petróleo, minérios de ferro pelotizados ou sinterizados e gás natural), produtos de minerais não metálicos e metalurgia, no segundo.

O Paraná (-4,2%) teve a segunda maior influência negativa no resultado do ano. “O setor de derivados do petróleo foi o que mais contribuiu negativamente, com queda na produção de óleo diesel e óleos combustíveis. No caso de Santa Catarina (-4,3%), terceira maior influência negativa, o setor de têxteis (roupas de banho e fitas de tecido) foi o principal fator”, explica o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.

Ceará (-4,9%), Pernambuco (-2,3%), Minas Gerais (-1,3%) e Região Nordeste (-1,0%) também registraram queda na produção no índice acumulado em 2022.

“A indústria começou o ano de 2022 com taxas positivas em sequência, depois há um resfriamento da produção nacional a partir do segundo semestre. A aceleração da inflação e o consequente aumento dos juros afetaram diretamente o poder de compra das famílias. A geração de empregos com baixa remuneração também impactou nisso. Houve ainda, em grau menor, o desabastecimento de alguns insumos e o aumento de preços de matérias-primas”, destaca Bernardo.

 

Por outro lado, Mato Grosso (19,4%) registrou o avanço mais expressivo no índice acumulado no ano. Isso ocorreu, sobretudo, pelo comportamento positivo vindo dos setores de produtos alimentícios (carnes de bovinos congeladas, frescas ou refrigeradas e tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja) e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (álcool etílico).

Rio de Janeiro (4,6%), Amazonas (3,8%), Bahia (2,4%), Goiás (1,4%), Rio Grande do Sul (1,1%) e São Paulo (0,2%) mostraram as demais taxas positivas no indicador acumulado do período janeiro-dezembro de 2022. “A maior influência positiva no resultado do Rio de Janeiro veio do setor de derivados do petróleo, muito atuante na indústria fluminense. Houve aumento na produção de óleos combustíveis, óleo diesel, gasolina automotiva e querosene de aviação. Já no Amazonas, terceiro colocado no ranking de influência positiva, o setor de bebidas se destacou”, detalha Bernardo. Ele afirma também que São Paulo, maior parque industrial do país, teve crescimento tímido, com um ritmo moderado de produção. “A indústria paulista teve altos e baixos durante o ano, não existiu uma trajetória de crescimento sustentado, assim como no resultado nacional”.

Dez dos 15 locais pesquisados apontaram resultados positivos em dezembro frente a novembro

Na comparação com o mês anterior, em dezembro de 2022 a produção da indústria apresentou variação nula (0,0%), com dez dos 15 locais pesquisados apontando resultados positivos. Os avanços mais expressivos vieram de Mato Grosso (5,8%) e Amazonas (5,6%), com ambos marcando o segundo mês seguido de crescimento na produção, período em que acumularam ganhos de 8,9% e 5,8%, respectivamente.

Ceará (4,3%), Paraná (3,9%), Pernambuco (2,7%), Rio Grande do Sul (1,0%), Rio de Janeiro (0,8%), Santa Catarina (0,7%), Região Nordeste (0,6%) e Pará (0,5%) completaram a lista de locais com índices positivos em dezembro de 2022.

No sentido oposto, Espírito Santo (-6,8%) e Minas Gerais (-4,9%) foram responsáveis pelas reduções mais intensas nesse mês, com o primeiro local eliminando o crescimento verificado no mês anterior (7,3%); e o segundo interrompendo dois meses consecutivos de expansão na produção, período em que acumulou ganho de 3,8%. Goiás (-3,7%), São Paulo (-1,2%) e Bahia (-0,6%) mostraram os demais resultados negativos nesse mês.

 

 

Em relação a dezembro de 2021, 11 locais apresentam queda

No confronto entre os números de dezembro de 2022 e dezembro de 2021, o setor industrial apresentou redução de 1,3%, com 11 dos 15 locais pesquisados obtendo resultados negativos.

Espírito Santo (-21,9%), Pará (-10,3%), Goiás (-10,2%) e Paraná (-10,0%) assinalaram recuos de dois dígitos, sendo os mais intensos. Bahia (-8,1%), Região Nordeste (-6,9%), Minas Gerais (-6,4%), Santa Catarina (-5,8%), Ceará (-3,1%) e Pernambuco (-1,7%) também mostraram taxas negativas mais elevadas do que a média nacional (-1,3%), enquanto Amazonas (-0,4%) completou o conjunto de locais com queda na produção no índice mensal de dezembro de 2022.

Por outro lado, o Rio de Janeiro (5,7%) teve o avanço mais acentuado. São Paulo (2,0%), Mato Grosso (1,2%) e Rio Grande do Sul (0,7%) mostraram os demais resultados positivos nesse mês.

Mais sobre a pesquisa

A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativas e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 14 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo,1% no total do valor da transformação industrial nacional e para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.

Os resultados da pesquisa também podem ser consultados no Sidra, o banco de dados do IBGE.