RBG
IBGE publica 67º volume da Revista Brasileira de Geografia
28/09/2022 10h00 | Atualizado em 28/09/2022 10h27
Destaques
- A RBG traz três entrevistas sobre a operação censitária. A primeira delas é sobre o recenseamento dos povos e comunidades tradicionais.
- Na segunda entrevista da edição, o gerente técnico do Censo 2022, Luciano Tavares Duarte, fala sobre o processo de desenvolvimento dos questionários.
- Já na entrevista do diretor de pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, os destaques são as inovações da operação censitária e a maior integração entre as áreas de geografia e estatística.
- O novo volume da RBG ainda traz dois artigos de submissão contínua e treze trabalhos selecionados do II Simpósio Internacional Pan-Americano de Toponímia.
O IBGE lança hoje (28) o primeiro número do volume 67 da Revista Brasileira de Geografia (RBG). A publicação traz dois artigos, três entrevistas sobre o Censo 2022 e treze trabalhos selecionados entre os destaques do II Simpósio Internacional Pan-Americano de Toponímia, realizado em novembro do ano passado.
As entrevistas sobre o Censo 2022 fazem parte da comemoração do bicentenário da Independência do Brasil. Na edição passada, a revista já trouxe duas entrevistas sobre a operação censitária: uma com o diretor de Geociências do IBGE, Claudio Stenner, e a outra com o coordenador do Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE), Wolney Cogoy de Menezes. No volume divulgado hoje, a responsável pelos Projetos Técnicos de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, Marta Antunes, e o gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas, Fernando Damasco, falam sobre o processo de preparação institucional para o recenseamento dos povos e comunidades tradicionais.
“Esta edição está dentro da comemoração dos 200 anos da Independência do Brasil, que acontece ao mesmo tempo em que o IBGE faz a maior operação censitária da nossa história. Neste número, a primeira entrevista é sobre os povos tradicionais no Censo e as inovações que foram realizadas para captar essas populações, como o desenvolvimento das Áreas de Interesse Operacional (AIO). Isso foi feito porque os recortes territoriais dos setores censitários não são suficientes para realizar a cobertura dessas populações”, explica a editora executiva da revista, Maria Lúcia Vilarinhos.
A própria capa da revista nesta edição é uma AIO e contempla comunidades quilombolas. “É um grande avanço na operação do Censo. Com essas inovações na cobertura de povos tradicionais, o instituto avança na missão de retratar a sociedade brasileira, porque esses povos sempre estiveram aqui”, destaca a editora. “Outro ponto da entrevista é o treinamento especial para os recenseadores que trabalham nessas áreas”, completa.
Já a segunda entrevista é com o gerente técnico do Censo 2022, Luciano Tavares Duarte. “Nessa conversa, falamos sobre a construção do questionário em si e dos desafios em inserir novos temas e novas perguntas, como ocorreu na questão do diagnóstico de autismo. Também falamos sobre o avanço tecnológico na operação censitária em comparação ao que foi feito em 2010. Agora, com o DMC (Dispositivo Móvel de Coleta), que tem georreferenciamento, é possível acompanhar a coleta e o desempenho dos recenseadores durante a operação. Se houver problemas no percurso, por exemplo, é possível ajustar isso ainda com a operação em campo”, afirma.
Na terceira entrevista do número, o diretor de pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, falou sobre a maior integração entre as áreas de estatística e geografia no Censo 2022. “Além disso, ele abordou como a experiência com o painel interativo da PNAD Contínua impactou outras pesquisas da casa. Cimar, que tem uma longa experiência com operações censitárias, também falou de como o Censo 2022 está sendo inovador a nível internacional. Um exemplo disso é o grupo de observadores internacionais que está acompanhando a coleta em diferentes regiões do país”, diz Vilarinhos. Em 2023, com os resultados do Censo 2022, as edições da RBG devem trazer outras entrevistas sobre a operação censitária.
Em relação aos artigos de submissão contínua, o primeiro deles, “A urbanização terciária em Quixadá – CE”, de Samuel Antonio Miranda de Sousa, debate o tipo de urbanização desse município cearense. “Ao longo dos séculos XIX e XX, nos processos de urbanização, em que a população é atraída do meio rural para o urbano, havia muita influência da implantação da indústria nas cidades. Nesse artigo, o autor mostra que, em Quixadá, esse processo aconteceu pelo crescimento do setor terciário, ou seja, do comércio e serviços”, explica.
Já o segundo artigo, intitulado “Estado da arte da cartografia de paisagens para o semiárido brasileiro”, de Riclaudio Silva Santos, discute a representação de semiárido no país. “Esse artigo é muito interessante e mostra como diferentes institutos e diferentes pesquisadores, em um espaço de tempo, sugerem diferentes recortes para o semiárido brasileiro. Em geral, quando se fala nessa área, pensamos no sertão. Mas o que delimita essa área? O estudo mostra que os recortes vão variar e traz 12 mapas com diferentes delimitações”, resume a editora.
Sobre a RBG
Editada pelo IBGE, a Revista Brasileira de Geografia (RBG) é uma das mais antigas e respeitadas publicações técnico-científicas brasileiras, na área de Geografia e ciências afins. Com pequenas interrupções, a RBG foi publicada quadrimestralmente, por quase 70 anos, entre 1939 e 2006, sendo considerado um periódico de referência. Muitos de seus artigos abriram importantes fronteiras de conhecimento, tornando-se clássicos, tanto no país quanto no exterior. Em 2016, o Instituto voltou a publicar a revista em novo formato – como edição eletrônica semestral.