Nossos serviços estão apresentando instabilidade no momento. Algumas informações podem não estar disponíveis.

Produção industrial

Produção Industrial cai em cinco dos 15 locais pesquisados em outubro

Editoria: Estatísticas Econômicas | Carmen Nery

09/12/2021 09h00 | Atualizado em 28/01/2022 14h55

#PraCegoVer A foto mostra, do lado esquerdo, um funcionário de fáberica com EPIs e na sua frente uma bancada com bolinhos doces. Ao fundo, uma máquina industrial.
Setor de alimentos de São Paulo puxa queda da indústria - Foto: José Fernando Ogura - AEN/PR

A produção industrial registrou queda em cinco dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional), na passagem de setembro para outubro. Os principais recuos foram em Santa Catarina (-4,7%), Pará (-4,2%) e Minas Gerais (-3,9). São Paulo (-3,1%) e Espírito Santo (-1,0%) completaram o conjunto de locais com resultados negativos. Já Nordeste (5,1%), Mato Grosso (4,8%) e Ceará (4,1%) tiveram as expansões mais elevadas.  Os resultados da PIM Regional foram divulgados hoje (9) pelo IBGE.

 

“A queda de 0,6% na indústria nacional e os resultados negativos nesses cinco locais se dá devido à conjuntura atual. Pelo lado da produção, temos o encarecimento dos custos de produção; desabastecimento de insumos e de matérias-primas, além de um cenário de incertezas que dificultam as tomadas de decisões por parte dos produtores. Do lado da demanda, temos inflação alta e acelerada, desemprego em patamar elevado e isso tudo diminui o poder de compra e o consumo das famílias, o que impacta diretamente a cadeia produtiva”, analisa Bernardo Almeida, analista da pesquisa.

De todos os estados, a maior influência veio de São Paulo, que responde por cerca de 34% da produção industrial do país. A queda de 3,1% frente a setembro foi puxada pelo baixo desempenho do setor de alimentos, com uma influência negativa da entressafra e de efeitos climáticos negativos sobre o processamento da cana de açúcar; e em segundo lugar pelo setor de máquinas e equipamentos.

“Essa é a quinta taxa negativa consecutiva para São Paulo atingindo uma perda acumulada de 8,8% nesses cinco meses. Além disso, São Paulo está 6,1% abaixo do seu patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 26,8% abaixo de seu patamar mais alto, atingido em março de 2011”, acrescenta Almeida.

Em segundo lugar em termos de influência negativa vem o resultado de Minas Gerais com queda de 3,9%, influenciado pelo desempenho negativo da indústria extrativa, especialmente o minério de ferro; e, em segundo, pelo setor de alimentos. “Minas Gerais também apresenta a quinta taxa negativa consecutiva, acumulando no período queda de 10,1%”, diz o analista da pesquisa.

No campo positivo, na passagem de setembro para outubro, Rio Grande do Sul foi a principal influência, com crescimento de 2,7%. Esse crescimento se dá pelo bom desempenho dos setores de veículos e de outros produtos químicos. Bahia é a segunda principal influência positiva também com alta de 2,7%, a segunda taxa positiva consecutiva. O crescimento sofre influência positiva dos setores de derivados de petróleo e de outros produtos químicos. 

No acumulado do ano, houve alta em dez dos 15 locais pesquisados, com destaque para Santa Catarina (13,8%), Minas Gerais (12,0%) e Paraná (11,2%). Já no acumulado dos últimos 12 meses, dez dos 15 locais pesquisados também assinalaram taxas positivas em outubro de 2021.

“Os dois indicadores têm ainda a maior parte dos resultados positivos, porque acumulam resultados que foram significativos no primeiro semestre de 2021”, explica Almeida.

Em relação a outubro de 2020, 13 locais tiveram queda

Na comparação com outubro do ano passado, as quedas mais intensas ocorreram no Pará (-14,2%), Santa Catarina (-12,5%), São Paulo (-12,3%) e Amazonas (-11,9%). Santa Catarina foi afetada por quedas nos setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, confecção de artigos do vestuário e acessórios e produtos alimentícios. São Paulo recuou devido à queda nos setores de produtos alimentícios, veículos automotores, reboques e carrocerias, e produtos farmoquímicos e farmacêutico; e Amazonas, por recuo na produção de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, e bebidas.

Também houve quedas na Bahia (-10,3%), Ceará (-9,8%) e Região Nordeste (-9,0%), com taxas mais intensas que a média nacional (-7,8%), enquanto Pernambuco (-6,9%), Goiás (-6,6%), Mato Grosso (-5,3%), Paraná (-4,9%), Minas Gerais (-4,5%)  e  Rio Grande do Sul (-2,2%) completaram o conjunto de locais com índices negativos nesse mês. Já Rio de Janeiro (6,6%) e Espírito Santo (6,1%) apontaram os avanços em outubro de 2021.

Mais sobre a pesquisa

A Pesquisa Industrial Mensal Produção Física - Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativa e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 14 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 1% no total do valor da transformação industrial nacional e, também para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.