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Indústria regional

Produção industrial cai em 9 dos 15 locais pesquisados em abril

Editoria: Estatísticas Econômicas | Caio Belandi

09/06/2021 09h00 | Atualizado em 09/06/2021 10h58

Baixo desempenho do setor de derivados do petróleo afeta resultados das indústrias locais - Foto: Flickr

A produção industrial recuou em 9 dos 15 locais analisados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional), na passagem de março para abril, com destaque para Bahia, com queda de 12,4%, e para a região Nordeste, que recuou 7,8%. Os resultados, divulgados hoje (9) pelo IBGE, mostram que o baixo desempenho do setor de derivados do petróleo afetou as indústrias locais. A produção nacional caiu 1,3% em abril frente a março, como divulgado pelo IBGE na semana passada (2).

Ao todo, cinco locais estão acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020: Minas Gerais (10,2% acima); Santa Catarina (7,2%), Paraná (6,4%), Amazonas (4,4%) e São Paulo (3,4%).

“O resultado de abril é explicado pelo agravamento da pandemia de Covid-19, com medidas restritivas mais duras que resultaram em diminuição ou escalonamentos na jornada de trabalho, o que atinge a produtividade”, explica o gerente da pesquisa, Bernardo Almeida.

Local com maior queda em termos percentuais, a Bahia viu esse comportamento da indústria refletir de maneira mais relevante no setor de derivados do petróleo. A queda de 12,4% é a maior para o estado desde abril de 2020 (-23,4%), momento mais agudo da pandemia e das medidas restritivas. É a quinta taxa negativa, que resulta em um acumulado de -31,8%.

A região Nordeste também foi afetada pelo resultado negativo do setor de derivados do petróleo, afirma Bernardo. Outro setor que influenciou negativamente a região foi o de couro, artigos de viagens e calçados. “Cabe lembrar que o cálculo do Nordeste abrange todos os estados, ou seja, o desempenho da Bahia também afetou”, lembra o pesquisador. É a quinta taxa consecutiva negativa para região, com queda acumulada de 17,1%.

Estado com maior parque industrial do país, São Paulo também apresentou queda acima da média nacional, com recuo de 3,3%. “Muito por conta do baixo desempenho também do setor de derivados do petróleo, além dos setores farmacêutico e de outros produtos químicos”, elenca Bernardo. Goiás (-3,6%), Pernambuco (-2,4%), Santa Catarina (-2%), Ceará (-1,2%), Mato Grosso (-1,1%) e Minas Gerais (-0,9%) completaram o conjunto de locais com taxas negativas em abril.

 

Nas altas, destaque para Amazonas (1,9%), que marcou a segunda taxa positiva consecutiva acumulando ganho de 11%. No estado, o setor de derivados de petróleo apresentou bom desempenho. O Rio de Janeiro também teve alta (1,5%) e foi a principal influência positiva do resultado nacional, impulsionado pelo setor extrativo, mais especificamente, a extração de petróleo. Espírito Santo (0,9%), Pará (0,3%), Rio Grande do Sul (0,3%) e Paraná (0,2%) foram os demais resultados positivos de abril de 2021.

Em relação a abril de 2020, 12 locais apresentam alta

Na comparação com abril do ano passado, cujo crescimento nacional foi de 34,7% em abril de 2021, 12 dos 15 locais pesquisados tiveram alta. Bernardo destaca que os resultados positivos foram influenciados pela baixa base de comparação, já que o setor industrial foi bastante pressionado, em abril de 2020, pelo isolamento social por conta da pandemia da COVID-19. Tanto em 2020 quanto em 2021, abril teve mesmo número de dias úteis (20).

Amazonas (132,8%) e Ceará (90,2%) tiveram os maiores avanços. Paraná (55,1%), Rio Grande do Sul (53,8%), Santa Catarina (50,5%) e São Paulo (45,5%) também registraram taxas acima da média da indústria. Outros locais que apresentaram alta foram Minas Gerais (32,5%), Pernambuco (31,4%), Espírito Santo (26,1%), região Nordeste (20,2%), Rio de Janeiro (10,3%) e Pará (6,0%).

Dentre os três locais que registraram taxa negativa, a Bahia (-10%) teve a maior queda. Goiás (-8,7%) e Mato Grosso (-2%) completam a lista de recuos de abril de 2021 contra abril de 2020.

Mais sobre a pesquisa

A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativa e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 14 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 1% no total do valor da transformação industrial nacional e, também para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e região Nordeste. Veja os resultados completos no Sidra.