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Preços ao produtor

Preços na indústria iniciam 2021 com alta de 3,36% em janeiro

Editoria: Estatísticas Econômicas | Caio Bellandi

02/03/2021 09h00 | Atualizado em 28/04/2021 09h20

Setor extrativo teve a maior alta e influência nos preços da indústria de janeiro - Foto: Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias

Os preços da indústria subiram 3,36% em janeiro de 2021 frente a dezembro de 2020. A taxa é bem maior que a apresentada na passagem de novembro para dezembro, de 0,39%, e representa a segunda maior alta da série histórica, iniciada em janeiro de 2014, atrás apenas de outubro de 2020 (3,41%). Com o resultado, o acumulado dos últimos 12 meses alcançou 22,96%.

Os dados são do Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica, sem impostos e frete”, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação, divulgado hoje (2) pelo IBGE.

 

Em janeiro, todas as 24 atividades apresentaram elevação de preços, contra 17 em dezembro. Destaque para o setor das indústrias extrativas, que teve a maior alta (10,70%) e também foi a maior influência no resultado geral (0,59 ponto percentual). “É um segmento muito volátil, que voltou a ter alta após duas quedas, por conta da desvalorização do real frente ao dólar e do comportamento do óleo bruto de petróleo e do mercado internacional de minério de ferro”, explica o gerente da pesquisa, Manuel Souza Neto. No acumulado dos últimos 12 meses, o setor tem alta de 52,91%, a maior entre todas as 24 atividades.

Outra atividade que teve alta destacada na pesquisa foi metalurgia, a segunda maior (6,10%) do mês e a terceira em influência (0,40 ponto percentual). O aumento de preços em janeiro foi o maior de toda a série do IPP, cuja pesquisa no tocante à indústria de transformação iniciou em janeiro de 2010. O acumulado nos últimos 12 meses foi de 38,42%, também o maior da série.

“Esses resultados estão ligados à combinação dos grupos siderúrgicos (produtos de aço) e do grupo de materiais não ferrosos (cobre, ouro e alumínio), que têm comportamentos de preços diferenciados”, ressalta o gerente. O primeiro é afetado pelos preços do minério de ferro e pelo excedente de aço no mundo. Apesar deste excedente, a valorização do dólar frente ao real, de 29,1% nos últimos 12 meses e de 4,1% em janeiro, junto ao aumento dos preços do minério de ferro permitiram um acréscimo de preços do aço nacional. Já o grupo de materiais não ferrosos tem valores que costumam apresentar seus resultados ligados às cotações das bolsas internacionais.

Segunda em influência (0,45 p.p.) e terceira maior alta no geral, a atividade de refino de petróleo e produtos de álcool (5,30%) tem seu resultado ligado aos produtos derivados do óleo bruto de petróleo, como gasolina e o óleo diesel. Já o biodiesel, entre os quatro produtos que mais influenciaram o resultado do mês, foi o único cujos preços diminuíram: “Isso se deve à menor demanda ou, o que é importante para o produto, à baixa compra em leilão promovido pela ANP (Agência Nacional do Petróleo)”, explica Manuel.