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Preços ao produtor

Inflação na indústria fica em 3,40% em outubro, maior alta desde 2014

Editoria: Estatísticas Econômicas | Carlos Alberto Guimarães

26/11/2020 09h00 | Atualizado em 26/11/2020 09h04

Aumento de preço dos produtos de fabricação de óleos e gorduras teve impacto na alta do IPP - Foto: AEN/PR

Os preços da indústria subiram 3,40% em outubro frente a setembro, a maior alta desde janeiro de 2014, início da série histórica do Índice de Preços ao Produtor (IPP). O resultado, divulgado hoje (26) pelo IBGE, reflete, principalmente, a elevação de preços dos alimentos e dos produtos das indústrias extrativas. Houve alta de preços em 23 das 24 atividades pesquisadas.

Esse é o décimo quinto aumento consecutivo na comparação mês a mês do indicador, que mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação. No ano, o IPP acumula alta de 17,29%. Já nos últimos 12 meses, a inflação da indústria chegou a 19,08%.

 

A atividade de alimentos, que tem o principal peso no índice geral (cerca de um quarto do indicador), registrou alta de 4,60% no mês, mantendo as variações positivas observadas desde julho. No acumulado do ano, a variação foi de 28,36% e, em 12 meses, 35,89%. Ambas são as maiores de suas séries.

"Em termos de grupo, os preços dos produtos de fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais e de fabricação e refino de açúcar tiveram variações acima da média do setor na comparação de outubro contra setembro, de 13,48% e 4,98%, respectivamente", observa o gerente do IPP, Alexandre Brandão.

Em termos de influência no indicador de outubro, além dos alimentos (1,17 p.p.), destaque para as indústrias extrativas (0,53 p.p.), outros produtos químicos (0,36 p.p.) e metalurgia (0,31 p.p.).

Em outubro, a variação média de preços na indústria extrativa foi de 9,71%, sétima alta consecutiva no ano. Com isso, até outubro, os preços em 2020 variaram 50,31% e, na comparação com o mesmo mês de 2019, a variação foi de 53,64%. Esses resultados estão influenciados pelo câmbio, com depreciação do real frente ao dólar de 4,2% (outubro contra setembro), de 36,9% (entre dezembro de 2019 e outubro de 2020) e de 37,6% (nos últimos 12 meses). Também refletem o movimento dos preços internacionais de “óleo bruto de petróleo” e “minérios de ferro e seus concentrados”.

Outras variações relevantes foram as da indústria química (4,52%), com o quarto aumento consecutivo e o segundo maior resultado do ano, e metalurgia (4,93%), segunda maior da série do IPP, perdendo apenas para a de sete meses atrás, quando atingiu 5,74%.

Em relação às grandes categorias, foram os bens intermediários – com influência de 2,74% no índice – que fizeram os preços subir 5,01% em outubro.