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Pesquisa Pulso Empresa

Nova pesquisa monitora impacto da pandemia de Covid-19 nas empresas

Editoria: Séries Especiais | Alerrandre Barros | Arte: Brisa Gil

09/07/2020 09h00 | Atualizado em 16/07/2020 11h32

Na próxima quinta-feira (16), o IBGE divulgará os primeiros resultados da Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas, que vai acompanhar os efeitos da pandemia do novo coronavírus nos setores da indústria, construção, comércio e serviços. A coleta das informações começou no dia 15 de junho e está sendo feita por telefone com cerca de duas mil empresas. A pesquisa integra o conjunto das Estatísticas Experimentais do IBGE.

Os resultados serão divulgados quinzenalmente e estarão disponíveis no hotsite covid19.ibge.gov.br, com informações para o país e grandes regiões. A primeira divulgação trará comparações entre a primeira quinzena de junho e o período anterior ao início da pandemia, em 11 de março. As demais trarão comparações com a quinzena imediatamente anterior.

A pesquisa apresentará dados sobre o grau de intensidade do impacto da pandemia no comportamento das vendas e nas condições de fabricação ou atendimento das empresas aos clientes. Também trará indicadores sobre o acesso das empresas aos fornecedores e a capacidade de realizar pagamentos de rotina. O levantamento vai mostrar a percepção das empresas sobre alterações no quadro de funcionários e as principais medidas de reação adotadas por elas. Vai ainda revelar o posicionamento das empresas diante das medidas emergenciais do governo, como o adiamento de pagamento de impostos e a utilização de linha de crédito emergencial para o pagamento da folha salarial.

Os resultados serão divulgados de forma agregada para os setores da indústria e da construção. Já o comércio terá dados por atacado, varejo e comércio de veículos, peças e motocicletas. O setor de serviços também terá informações desagregadas por serviços prestados às famílias; serviços de informação e comunicação; serviços profissionais, administrativos e complementares; serviços de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio; e outros serviços.

“Com esses dados, vamos estimar, por exemplo, o percentual de empresas que interromperam as atividades, mesmo que temporariamente. A proporção de empresas que consideraram ter dificuldade ou facilidade em atender seus clientes, em ter acesso aos seus fornecedores, em realizar os pagamentos de rotina, assim como as principais medidas de reação, como o lançamento de novos produtos ou serviços, e a alteração na forma de entrega, passando para o atendimento online. Se adiaram pagamentos de impostos, se obtiveram uma linha de crédito emergencial para pagamento da folha salarial. Quantas adotaram trabalho domiciliar, anteciparam férias dos funcionários e realizaram campanhas de prevenção com a adoção de medidas extras de higiene”, detalha o coordenador da pesquisa, Flávio Magheli.

Para a amostra da pesquisa, foram selecionadas organizações do Cadastro Central de Empresas (Cempre) do IBGE, em todos os estados do país, conforme o porte por pessoal ocupado, dividido em três faixas: companhias com até 49 pessoas ocupadas; com 50 a 499 pessoas ocupadas; e com 500 ou mais pessoas ocupadas. Segundo o líder de projeto, Alessandro Pinheiro, isso gerou uma amostra bastante representativa, com um percentual elevado de pequenas empresas.

“A pesquisa vai mostrar um panorama da situação das empresas menores, que são as principais empregadoras do país e também as que foram mais afetadas pela pandemia, já que não possuem a mesma estrutura das grandes e as mesmas condições de acesso ao crédito”, comentou Pinheiro.

Representantes de aproximadamente duas mil empresas foram entrevistados por 100 agentes de coleta do IBGE durante o primeiro ciclo de entrevistas, que terminou no dia 30 de junho. A amostra completa da pesquisa é formada por cerca de 11 mil empresas.

“É uma pesquisa relativamente curta, que dura em torno de 8 a 10 minutos, e com perguntas simples, cujos conceitos são de fácil compreensão e reposta. Isso facilitou o treinamento e o trabalho dos entrevistadores. Tivemos uma boa receptividade das empresas”, disse a gerente do Centro de Entrevista Telefônica Assistida por Computador (Cetac) do IBGE, Andrea Salvador.

#PraCegoVer Imagem de confecção com costureiras nas máquinas produzindo máscaras em primeiro plano uma senhora corta as máscaras no pano
Pesquisa vai trazer um panorama da situação das empresas menores, que são as principais empregadoras do país - Foto: NCOM/SEPLA PA

Inspirada em outras experiências internacionais, a Pesquisa Pulso Empresa foi totalmente desenvolvida pela Diretoria de Pesquisas do IBGE. Para o diretor da área, Eduardo Rios-Neto, ela complementa o cenário que começou a ser retratado pela PNAD COVID19, outra pesquisa realizada pelo Instituto que vem traçando os efeitos da pandemia no mercado de trabalho e na saúde das pessoas. O IBGE começou a divulgar os resultados da PNAD COVID19 em junho.

“Havia perguntas específicas à nova realidade gerada pelo novo coronavírus que as demais pesquisas do IBGE não poderiam responder no curto prazo. Foi então criada a PNAD COVID19, que faz uma análise da situação pela ótica domiciliar, e agora a Pesquisa Pulso Empresas, pela ótica econômica. Isso vem sendo feito pelo IBGE em tempo exíguo, com competência técnica e as equipes em distanciamento social”, disse o diretor.

As empresas que recebem o telefonema podem confirmar a identidade do entrevistador através do 0800 721 8181 ou na página na internet Respondendo ao IBGE. A empresa que solicitar também pode receber, por e-mail, um comunicado formal do Instituto a respeito da pesquisa. Todas as informações coletadas pelo IBGE têm sua confidencialidade garantida pela lei nº 5534/1968, que trata do sigilo da informação e garante que os dados só podem ser utilizados para fins estatísticos.

Leia a seguir depoimentos de coordenadores de IBGE sobre a pesquisa:

Diferente da PNAD Contínua e das pesquisas conjunturais do IBGE, a Pesquisa Pulso Empresa é um instrumento preparado para dar respostas de forma ágil. Vamos ter informações específicas das empresas em tempo rápido, da mesma forma como a PNAD COVID19, que fornece dados de desemprego, população subutilizada, além do auxílio emergencial. São pesquisas que se complementam para medir tendências sociais e econômicas temporais nas empresas e nos domicílios.

Cimar Azeredo, diretor-adjunto de Pesquisas do IBGE

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A pesquisa é fundamental para entendermos, no curto prazo, os impactos da pandemia nas empresas. Primeiro porque ela tem uma periodicidade quinzenal, então é mais rápida que as pesquisas mensais do IBGE. E ela faz outras perguntas, que são diferentes das que fazemos em outras pesquisas que visam um número específico, por exemplo, quanto a produção industrial caiu ou subiu num dado período. A pesquisa busca o sentimento da empresa em relação aos impactos da pandemia. Ela vai mostrar isso, tanto pela ótica da cadeia de produção quanto pela oferta e a demanda.

Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE

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Com a Pesquisa Pulso Empresa, o IBGE caminha em conformidade com as ações das demais organizações produtoras de estatísticas oficiais em relação aos impactos da pandemia de Covid-19 na sociedade. Elaborada com base em experiências internacionais e em caráter experimental, essa pesquisa se constitui em um importante instrumento para compreender e acompanhar os efeitos do distanciamento social decorrente da pandemia no ambiente de negócio das empresas.

Andréa Borges Paim, coordenadora de Métodos e Qualidades do IBGE

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Ao identificar os setores mais fragilizados e os principais gargalos das empresas, num cenário em que o nível da atividade econômica foi gravemente afetado pela pandemia, a pesquisa vai fornecer informações importantes para fins de políticas públicas, aporte de recursos públicos, suporte à mão de obra. Essa pesquisa vai mensurar o grau de resiliência das empresas, de diversos setores, e as expectativas delas com relação ao ambiente de negócios. Tendo uma mensuração dessas expectativas, é possível traçar um cenário, no médio e longo prazo, para retomada da economia.

Gustavo Vitti, coordenador de Índices de Preços do IBGE