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Indústria regional

Produção industrial de São Paulo cai 23,2% em abril, maior queda desde 2002

Editoria: Estatísticas Econômicas | Umberlândia Cabral

09/06/2020 09h00 | Atualizado em 09/07/2020 19h47

#PraCegoVer carro suspenso em fase de montagem
Queda na fabricação de automóveis pressionou o recuo recorde na produção industrial - Foto: Itamar Aguiar/Palácio Piratini

A produção industrial de São Paulo recuou 23,2% em abril, a maior queda desde o início da série histórica da Pesquisa Industrial Mensal Regional, em janeiro de 2002. Os dados divulgados hoje (9) pelo IBGE refletem os efeitos do isolamento social para controle da pandemia de Covid-19 em várias unidades produtivas do país.

Com a paralisação de diversas unidades de produção, a pesquisa mostrou queda em 13 dos 15 locais pesquisados, na passagem de março para abril, com redução de 18,8% no país. Oito desses locais atingiram o resultado negativo mais intenso da série histórica: Amazonas (-46,5%), Ceará (-33,9%), Região Nordeste (-29,0%), Paraná (-28,7%), Bahia (-24,7%), São Paulo (-23,2%), Rio Grande do Sul (-21,0%) e Rio de Janeiro (-13,9%).

São Paulo, maior parque industrial do país, foi o principal destaque negativo do mês, com sua produção recuando 23,2% em relação a março. “São Paulo concentra aproximadamente 34% da indústria nacional e atinge nessa passagem (de março para abril) a taxa mais intensa de sua série histórica. Os setores que mais influenciaram essa queda foram o de veículos automotores e o de máquina e equipamentos”, explica o analista da pesquisa, Bernardo Almeida. É o terceiro mês consecutivo de queda da produção industrial paulista, acumulando -27,9% no período.

 

A segunda maior influência no resultado nacional foi o Paraná, com queda de 28,7%, acumulando -32,3% em dois meses. Assim como São Paulo, os setores de veículos automotores e de máquinas e equipamentos foram os que mais contribuíram para o maior recuo da série histórica no estado. Já o Rio de Janeiro, terceiro maior destaque negativo, acumulou uma perda de 15,6% em três meses, influenciado pelas quedas nos setores de veículos automotores e de derivados do petróleo.

O setor de Outros equipamentos de transporte pressionou o resultado do Amazonas, que acumulou uma queda de 53,2% em três meses. “Quando a gente fala isso para o Amazonas, a gente pode inferir que é uma queda na produção de motocicletas, que é o principal produto nesse setor. Outro setor que também é muito influente dentro da indústria amazonense é o de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos”, explica Bernardo.

Outras quedas foram observadas em Espírito Santo (-16,7%), Minas Gerais (-15,9%), Santa Catarina (-14,1%), Pernambuco (-11,7%) e Mato Grosso (-4,3%).

Bernardo Almeida destaca que pelo isolamento social ter começado a partir da segunda quinzena de março, naquele mês os impactos não foram sentidos de forma completa. “Quando chegamos em abril, vimos que a queda foi bastante impactante e significativa. Estamos no pior patamar da série histórica a nível nacional”, declara.

Após queda em março, produção industrial de Pará e Goiás volta a crescer

Pará e Goiás foram os únicos locais que tiveram índices positivos na passagem de março para abril. O Pará foi a principal influência positiva sobre o resultado nacional, crescendo 4,9% após um resultado negativo de -14,4% no mês anterior. “O crescimento desse mês pode ser atribuído a um aumento no setor extrativo, que não reduziu sua capacidade produtiva totalmente e responde por 88% da indústria paraense. Outro setor que também pode tem influenciado positivamente é o setor de alimentos”, analisa Bernardo.

Já Goiás cresceu 2,3% em abril, após um recuo de 2,5% no mês de março. “Esse crescimento também pode ser atribuído ao setor de alimentos e ao setor farmacêutico. Lembrando que esses dois setores vão na contramão do movimento da indústria nacional. São setores que produzem itens considerados essenciais nessa pandemia”, completa.

Indústria cai em 13 locais na comparação com abril de 2019

Treze dos 15 locais pesquisados também tiveram queda na comparação com abril de 2019. Nessa comparação, nove dos 15 locais atingiram seu resultado negativo mais intenso desde o início da série histórica: Amazonas (-53,9%), Ceará (-53,0%), Rio Grande do Sul (-35,8%), Região Nordeste (-33,1%), São Paulo (-31,7%), Santa Catarina (-30,8%), Paraná (-30,6%), Pernambuco (-29,1%) e Bahia (-26,5%).

Espírito Santo (-23,9%), Minas Gerais (-20,4%), Mato Grosso (-11,6%) e Rio de Janeiro (-5,4%) completam o grupo com índices negativos. Também nessa comparação, Pará (37,6%) e Goiás (0,4%) foram os únicos com resultados positivos.