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Sustentabilidade

Mercosul debate uso de registros administrativos para os ODS

Editoria: IBGE | Caio Belandi

24/10/2019 10h00 | Atualizado em 25/10/2019 10h04

IBGE e institutos de estatística do Mercosul participam de evento sobre ODS no Rio de Janeiro - Foto: Simone Mello/Agência IBGE Notícias

Institutos de estatísticas dos países-membros do Mercosul discutiram, na última segunda-feira (21/10), um importante tema no círculo estatístico da América Latina: o aproveitamento dos registros administrativos  e a formulação de indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A reunião aconteceu na sede do IBGE, no Rio de Janeiro, durante a XVII Reunião Especializada de Estatísticas do Mercosul (Rees).

Além de diretores do IBGE, também estiveram presentes representantes da Dirección General de Estadística, Encuestas y Censos (DGEEC) do Paraguai e do Instituto Nacional de Estadística (INE) do Uruguai. O Instituto Nacional de Estadística y Censos (Indec) da Argentina participou por videoconferência. Cada país apresentou as atividades que vêm sendo desenvolvidas em relação ao tema.

Integração das bases de dados

Graças ao aparecimento e ao aperfeiçoamento de novas tecnologias, como o Big Data, a utilização de registros administrativos para fins estatísticos vem sendo muito debatida internacionalmente. Cada instituto, de acordo com suas necessidades e possibilidades, tem estudado formas para aproveitar a base de dados coletados por outras esferas estatais, como a Receita Federal, no Brasil, ou mesmo cadastros de entidades privadas.

Durante o evento, o diretor de Pesquisas do IBGE, Eduardo Rios Neto, explicou que ainda há um longo caminho pela frente. “São muitos desafios. Por exemplo: as unidades de observação desses registros administrativos podem ser inconsistentes. Então, precisa padronizar, e só os institutos de estatísticas podem fazer isso, com protocolos e procedimentos adequados”, ponderou.

A ainda incipiente utilização dos registros administrativos nos indicadores dos ODS é apenas um dos fatores que tornam a Agenda 2030 um desafio, principalmente para os países do Mercosul. Com 169 metas divididas pelos 17 ODS, o plano é considerado “ambicioso” por especialistas.

Registros administrativos e meio ambiente

A captura de dados de muitos dos objetivos traçados pela ONU só é possível através dos registros administrativos. “Os indicadores ligados ao meio ambiente são justamente os que mais utilizam esses registros”, destacou Roberto Sant' Anna, assessor em relações internacionais do IBGE e coordenador do encontro.

Iván Aguilera, diretor-geral do DGEEC do Paraguai, ressaltou que 50% dos indicadores dos ODS são de meio ambiente. “Nossos países têm uma dificuldade enorme para construir esses indicadores”, admitiu.

Neste quesito o IBGE sai na frente. O motivo é ter, na mesma entidade, os estudos de Geografia e Estatística, conseguindo acompanhar a questão do meio ambiente mais de perto do que outros institutos mundo afora, como lembrou Roberto Sant' Anna.

Atualmente, o Brasil tem mais de 60% dos indicadores produzidos ou em análise/construção. Esse número significa 70 produzidos e 76 em produção do total de 244 indicadores. Entre os 17 Objetivos, destacam-se o 7 (Energia Limpa e Acessível), que já atingiu mais de 60% dos 6 indicadores, e o 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável) e o 9 (Indústria, Inovação e Infraestrutura), com 50% ou mais de indicadores produzidos.

Já o ODS 10 (Redução das Desigualdades) e o 14 (Vida na Água) têm apenas um indicador produzido cada, sendo que os demais dez indicadores do Objetivo 10 estão em análise/em construção.