IPCA-15
Prévia da inflação acelera em abril e tem maior taxa desde a greve dos caminhoneiros
25/04/2019 09h00 | Atualizado em 31/05/2019 19h17
Após registrar alta de 0,54% em março, a prévia da inflação acelerou para 0,72% em abril, puxada pelo aumento nos preços dos grupos Transportes e Alimentação e bebidas. Essa é a taxa mais alta desde junho de 2018 (1,11%), quando o índice foi impactado pela greve dos caminhoneiros. Antes disso, a última vez que a taxa ultrapassou o patamar deste mês foi em maio de 2016 (0,86%). É, também, a maior variação para abril desde 2015 (1,07%).
Enquanto isso, o acumulado nos 12 meses imediatamente anteriores (4,71%) é o maior desde março de 2017 (4,73%). As informações são do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado hoje pelo IBGE.
Em relação aos grupos, apenas Comunicação (-0,05%) apresentou deflação em abril. Já os Transportes registraram a maior alta (1,31%) e o maior impacto (0,24 ponto percentual). O resultado do grupo pode ser atribuído em parte aos combustíveis (3%), especialmente a gasolina (3,22%), item que teve maior impacto individual no índice geral (0,14 p.p.). Ainda foram destaques os aumentos nos ônibus urbanos (1,04%), trem (3,05%) e metrô (0,68%), além das passagens aéreas (5,54%).
O segundo maior impacto entre os grupos (0,23 p.p.) ficou com Alimentação e bebidas (0,92%). A alimentação no domicílio ficou 1,43% mais cara, após apresentar alta de 1,91% em março. O destaque ficou com o tomate (27,84%), a segunda maior contribuição individual no índice do mês (0,07 p.p.). Também influenciaram esse resultado as carnes (1,55%) e as frutas (3,36%), ambas com 0,04 p.p. de impacto.
Já o grupo Saúde e cuidados pessoais registrou a segunda maior variação (1,13%), contribuindo com 0,14 p.p. no índice geral. Juntos, esses três grupos corresponderam a cerca de 85% da variação de abril. As demais variações ficaram entre 0,06% de Educação e 0,57% de Vestuário.
Apenas Goiânia tem deflação em abril, de acordo com IPCA-15
Regionalmente, Porto Alegre (1,27%), Salvador (1,06%), Fortaleza (0,99%) e Recife (0,90%) ficaram com as maiores altas. Enquanto apenas Goiânia (-0,01%) registrou deflação em abril, em função, especialmente, da queda nos preços da gasolina (-1,62%).
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 16 de março a 12 de abril de 2019 e comparados com aqueles vigentes de 13 de fevereiro a 15 de março de 2019. O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.