IPCA
Alimentos puxam alta de 0,32% na inflação de janeiro
08/02/2019 09h00 | Atualizado em 11/02/2019 15h50
A inflação teve alta de 0,32% em janeiro, com forte influência de alimentos e bebidas, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado hoje pelo IBGE. Nos últimos 12 meses, os preços acumulam alta de 3,78%.
O grupo de alimentos e bebidas, que equivalem a cerca de um quarto das despesas das famílias, subiram 0,90%, o que corresponde a 0,22 ponto percentual da inflação de janeiro. As altas mais expressivas desse grupo, um dos nove que compõem o IPCA, foram feijão-carioca (19,76%), cebola (10,21%), frutas (5,45%) e carnes (0,78%). Já o tomate teve uma queda forte nos preços, de 19,46%, o que ajudou a conter a alta dos alimentos.
O analista do IPCA, Pedro Costa, explica que as variações dos produtos alimentícios são sazonais, e que cada item possui uma especificidade. “No caso das frutas, é um aumento de demanda comum nos meses mais quentes do ano. A redução nos preços do tomate está relacionada à rápida maturação do produto, o que aumentou sua oferta no mercado”.
O leite longa vida, após registrar cinco meses consecutivos de quedas, ficou 2,10% mais caro, e contribuiu com 0,02 p.p. no IPCA de janeiro. “O leite subiu um pouco, e passou por um período de queda após a alta da greve dos caminhoneiros. Agora está repondo”, explica Costa.
Despesas pessoais foi o grupo que exerceu a segunda maior pressão no aumento dos preços de janeiro, com alta de 0,61%, e influência de 0,07 p.p. no IPCA. De acordo com Costa, o período de férias contribui para as altas nos itens excursão e hotel, que subiram, respectivamente, 6,77% e 1,06%. Outros destaques que fazem parte desse grupo foram manicure (0,85%) e cabeleireiro (0,69%).
Vestuário é único grupo a registrar deflação
A única queda nos preços aconteceu no grupo vestuário, que caiu 1,15%, e ajudou a conter a taxa do mês. A redução foi generalizada, com -2% em roupas femininas, -1,06% no vestuário infantil e -0,99% nas roupas masculinas, além dos calçados, que ficarem em -0,65%. “Se pegarmos os últimos anos, vemos que em dezembro há uma alta nos preços desse grupo, por causa das vendas no natal, e liquidações em janeiro”, analisa Costa.
Entre as regiões pesquisadas, apenas os municípios de Rio Branco e Goiânia tiveram deflação, com respectivamente -0,09% e -0,17%. O maior índice ficou com a região metropolitana de Belo Horizonte, com alta de 0,70%.