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PNAD Contínua

Smart TVs crescem, mas 11,9 milhões de brasileiros ainda dependem de sinal analógico

Editoria: Estatísticas Sociais | Rodrigo Paradella | Arte: Helena Pontes e Marcelo Barroso

20/12/2018 10h00 | Atualizado em 17/05/2019 14h02

A pesquisa mostrou que 20,6 milhões de pessoas utilizaram a TV para acessar a internet em 2017 - Foto: Pixabay

Em momento de transição tecnológica, o Brasil convive com duas realidades distintas: em 2017, 20,6 milhões de pessoas de 10 anos ou mais acessaram a internet pelas chamadas smart TVs (16,3% da população que utilizou internet), enquanto 11,9 milhões de pessoas moravam em domicílios dependentes do sinal analógico, que está em processo de substituição pelo digital. Os dados são da publicação de Tecnologia da Informação e Comunicação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC TIC), divulgada hoje pelo IBGE.

O crescimento na utilização de TVs para o acesso à internet foi rápido: em 2016, 13,1 milhões (11,3% da população) utilizaram a função no aparelho, enquanto o número passou para 20,6 milhões em 2017 (16,3%), um acréscimo de mais de 7 milhões de usuários. O aumento absoluto só não foi maior que no celular, que pulou mais de 12 milhões em um ano, de 109,8 milhões em 2016 (94,6%) para 122,5 milhões em 2017 (97%).

“A pesquisa trouxe um crescimento da utilização da TV para o acesso à internet. Chamou a atenção, porque vai na direção contrária ao microcomputador e tablet, que caíram no mesmo período”, destaca a pesquisadora Adriana Beringuy, citando a queda da utilização de computadores e tablets para o acesso de 65,9%, em 2016, para 58,5%, em 2017.

#PraCegoVer Infográfico exibindo comparação aos meios de acesso à internet entre 2016 e 2017  e a finalidade de acesso

Entretanto, mesmo com a modernização dos aparelhos, ainda há uma grande massa de potenciais excluídos pela extinção do sinal de TV analógico, que está sendo gradualmente substituído pelo digital. Em 2017, 79,8% dos domicílios tinham TVs com conversores (embutidos ou não), situação que permite a sintonização do sinal digital sem necessidade de outro meio. Já os que não tinham o conversor e alguma alternativa (antena parabólica ou TV por assinatura) eram 6,2% dos domicílios com televisão.

“A pesquisa mostra que, ainda que esteja em processo de redução, existem cerca de 4,2 milhões de domicílios com TV que não tem nenhuma opção para assisti-la se o sinal analógico for desligado. Esse percentual já foi maior, vem caindo muito em função do avanço dos conversores nas TVs novas ou dos antigos adaptados com conversores”, lembra Adriana.

Essa potencial exclusão causada pela extinção do sinal de TV analógico é maior nas regiões Norte e Nordeste, onde o menor poder aquisitivo tem atrasado a transição tecnológica das TVs de tubo para as de tela fina (LED, LCD e plasma).

#PraCegoVer Infográfico exibindo comparação entre 2016 e 2017 de domicílios por existência e tipo de televisão e com acesso ao sinal digital

“Esses 6,2% são uma estimativa para o Brasil, mas essa proporção cresce no Norte e Nordeste do país. No Nordeste, 8,1% estão nessa condição de vulnerabilidade, enquanto o Norte tem 11,3%.  Por outro lado, a região Sudeste é que tem menor proporção de domicílios nesta condição, com 4,4%”, explica.

Celular é maior meio de acesso à internet

O telefone celular manteve a liderança enquanto principal equipamento utilizado para acessar a internet, com 97% dos usuários da rede (122,5 milhões). Mesmo sendo o meio mais popular, o celular ainda teve forte crescimento, uma vez que houve um aumento de cerca de 22 milhões com relação ao número de 2016.

A proporção reflete o crescimento do uso do celular no país. Em 2017, 141,6 milhões (78,2%) de pessoas com 10 anos ou mais tinham aparelho do tipo para uso pessoal, 3,3 milhões a mais que em 2016, quando eram 138,3 milhões (77,1%).