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IPCA

Novembro tem deflação de 0,21%, a menor taxa no mês desde 1994

Editoria: Estatísticas Econômicas | Rodrigo Paradella | Arte: Helena Pontes

07/12/2018 09h00 | Atualizado em 07/12/2018 09h00

#PraCegoVer Foto de bombas de combustíveis

Puxada pela energia elétrica e combustíveis, novembro registrou deflação de 0,21%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE. Essa foi a menor taxa para o mês desde a implantação do Plano Real, em 1994. Ainda assim, o acumulado no ano ficou em 3,59%, maior que os 2,50% registrados no mesmo período de 2017.

A energia elétrica foi a responsável pelo maior impacto negativo no índice, com queda de 4,04% nos preços cobrados em novembro, um impacto de -0,16 ponto percentual no índice geral. “Tivemos a mudança da bandeira tarifária. Estava no patamar dois da bandeira vermelha e passou a ser amarela. Isso foi o principal”, explica o analista de Índice de Preços, Pedro Costa.

No mesmo sentido, os combustíveis causaram a queda nos preços de transportes (-0,74%), grupo que teve maior impacto negativo nesse mês (-0,14 ponto percentual). Curiosamente, o grupo havia representado o maior impacto positivo em outubro, com 0,17 p.p. e alta de 0,92%. 

“A queda nos combustíveis foi causada, principalmente, pela gasolina, que caiu 3,07%. Foi o segundo maior impacto negativo individual, que foi 0,15 ponto percentual. A Petrobras reduziu em 24% o valor cobrado nas refinarias. E uma parte disso foi repassada para o consumidor final”, explica Costa.

Dos nove grupos de produtos e atividades, cinco tiveram quedas nos preços em novembro: Habitação (-0,71%), Transportes (-0,74%), Vestuário (-0,43%), Saúde e Cuidados Pessoais (-0,71%) e Comunicação (-0,07%). Os quatro grupamentos que não fecharam o mês com taxa negativa foram Educação (0,04%), Alimentação e Bebidas (0,39%), Artigos de Residência (0,48%) e Despesas Pessoais (0,36%).

#PraCegoVer gráfico exibindo a variação do IPCA

“O que ajudou a conter um pouco a queda nos preços foi a Alimentação, principalmente por conta das altas do tomate, da cebola e da batata inglesa”, complementa o analista.

A tendência de queda nos preços repetiu-se em praticamente todos os locais pesquisados pelo IPCA. Das 16 localidades, as únicas taxas positivas ocorreram na região metropolitana de Belém (0,0%) e em Goiânia (0,12%).

“As únicas duas regiões que não ficaram negativas foram Goiânia e Belém. Belém apenas ficou estável, enquanto Goiânia subiu por conta de um reajuste de energia elétrica, de 15,56%, que entrou em vigor em 22 de outubro”, conclui Costa.

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, e se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.