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PNAD Contínua

Desocupação cai em 5 estados e sobe apenas em Roraima; Nordeste lidera

Editoria: Estatísticas Sociais | Rodrigo Paradella | Arte: Helena Pontes

14/11/2018 09h00 | Atualizado em 14/11/2018 09h00

A queda para 11,9% da taxa nacional de desocupação no trimestre encerrado em setembro ficou concentrada em cinco unidades da federação (Rio de Janeiro, Ceará, Minas Gerais, Tocantins e Mato Grosso), enquanto Roraima foi o único estado com alta no período, de 13,5%. Entre as grandes regiões, o Nordeste continua com a taxa mais alta, com 14,4%, enquanto o Sul registrou 7,9% no mesmo período. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, divulgada hoje pelo IBGE.

#praCegoVer Gráfico do percentual da desocupação no Brasil e Grandes Regiões

Rio de Janeiro (14,6%, -0,8 p.p), Ceará (10,6%, -1,1 p. p.), Minas Gerais (9,7%, - 1,1 p. p.), Tocantins (9,8%, -1,6 p. p.) e Mato Grosso (6,7%, -1,8 p. p.) foram os estados responsáveis pela queda na taxa de desocupação nacional, uma vez que 21 unidades da federação registraram estabilidade. Único a ter piora no índice, Roraima teve alta de 2,3 p.p. em relação ao trimestre anterior.

“Um dos pontos que destacamos é a taxa de desocupação ter subido em Roraima. É um ponto fora da curva em relação ao comportamento das outras regiões. A maioria está em estabilidade e cinco estão em queda, outros estão estáveis com tendência de queda. Na comparação com o ano passado, a taxa de Roraima cresceu ainda mais (4,6 p.p.)”, analisa o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

A pesquisa mostra que os empregados com carteira de trabalho assinada tiveram queda de 10% em Roraima. De acordo com Cimar, a desocupação subiu em função da perda de trabalho com carteira, uma vez que não houve alta naqueles sem carteira: “é um sinal vermelho, caíram de 41 mil para 37 mil postos formais em relação ao trimestre anterior. Foi uma derrubada bastante expressiva, principalmente no comércio, que fechou cinco mil vagas”, complementa.

A taxa de desocupação registrou variações negativas em todas as regiões, porém elas só foram significativas no Sudeste (-0,7 p. p.) e no Centro-Oeste (-0,6 p. p.). O Nordeste segue com a taxa mais alta (14,4%), embora ela tenha variado negativamente 0,4 p. p. em relação aos últimos trimestres. A segunda maior é do Sudeste (12,5%), seguido pelo Norte (11,5%), Centro-Oeste (8,9%) e, por último, pelo Sul (7,9%).

Já a taxa composta de subutilização da força de trabalho caiu no Sudeste (21,1%, -0,6 p. p.) em relação ao trimestre anterior, mas a queda mais intensa aconteceu no Centro-Oeste (17,2%, -1 p. p.). As outras regiões permaneceram em estabilidade, embora o Nordeste (35,6%) tenha registrado variação negativa de 0,5 p. p. em relação ao trimestre anterior. O Sul (14,8%) e Norte (27,4%) repetiram as taxas do período anterior.

Já o número de desalentados, que são aqueles que desistiram de procurar emprego, permaneceu estável nas cinco grandes regiões. Entre as unidades da federação, somente o Espírito Santo não apresentou estabilidade, com alta de 40,8% neste grupo em relação ao último trimestre, somando um total de 45 mil pessoas.

Em geral, porém, o contingente de desalentados apresentou tendência de alta. “Rondônia, Acre, Tocantins, Maranhão, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Rio de Janeiro e Espírito Santo tiveram recorde de pessoas desalentadas, inclusive”, explica Cimar.

Ele também ressalta a manutenção de desigualdades por cor e sexo, com uma taxa de desocupação de pretos e pardos que continua mais elevada: “entre a população de cor preta, 14,6% estavam desocupados. Entre os pardos, 13,8%, e entre os brancos, era de 9,4%”. Já essa taxa entre as mulheres foi de 13,6%, e a dos homens, 10,5%: “continuamos tendo mais mulheres desocupadas, mas isso se estreitou muito. A crise nivelou por baixo”.