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IPCA

Puxada por combustíveis e passagens aéreas, inflação atinge 0,48% em setembro

Editoria: Estatísticas Econômicas | Rodrigo Paradella | Arte: Helena Pontes

05/10/2018 09h00 | Atualizado em 06/11/2018 13h42

Impulsionada pela alta nos combustíveis (4,18%) e nas passagens aéreas (16,81%), a inflação foi de 0,48% em setembro, de acordo com os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado hoje pelo IBGE.  A taxa para os últimos 12 meses, por sua vez, foi a maior registrada em 2018, com 4,53%.

Combustíveis e Passagens aéreas foram os responsáveis pela alta de 1,69% do grupo dos Transportes em setembro, a maior neste mês. A variação no grupo foi a maior para setembro desde a implantação do Plano Real, superando a taxa de 1,22% alcançada em 1994, ainda nos meses iniciais do plano.

Também tiveram alta nos preços Alimentação e bebidas (0,10%), Habitação (0,37%), Artigos de residência (0,11%), Saúde e cuidados pessoais (0,28%), Despesas pessoais (0,38%) e Educação (0,24%).

#praCegoVer gráfico do percentual da variação mensal do IPCA

“No caso de setembro, a categoria de transportes foi o principal impacto. Os combustíveis responderam por metade do índice (0,24 pontos percentuais). Gasolina, etanol e diesel vieram com alta nesse mês depois de deflação no mês passado. Isso contribuiu bastante. Assim como esses itens, a passagem aérea também teve aumento depois de um mês de deflação”, explicou o gerente do IPCA, Fernando Gonçalves.

“Em relação à gasolina, a Petrobras autorizou um aumento de 7% no período do índice. O óleo diesel teve um aumento de 13%. Isso foi nas refinarias, mas acaba chegando ao consumidor. A alta do dólar também contribuiu”, completou.

Do lado oposto, registraram leve queda os preços dos grupamentos Vestuário (-0,02%) e Comunicação (-0,07).  “O Vestuário foi afetado pelas promoções no mês, enquanto a comunicação foram os aparelhos eletrônicos que tiveram queda”, ressaltou Fernando.

Regionalmente, a inflação foi maior em Brasília (1,06%), Vitória (0,88%) e São Luís (0,72%), enquanto se mostrou mais tímida em Belém (0,06%) e Aracaju (0,08%). “Brasília foi a única das capitais que ficou acima de 1%. Principalmente, por conta de gasolina e passagem aérea, que tem peso grande lá. A taxa mais baixa foi em Belém, por conta da queda do preço do açaí e da farinha de mandioca”, destacou o técnico do IBGE.

Com menor influência dos transportes, INPC sobe 0,30% em setembro

O menor impacto dos Transportes, em relação ao IPCA, no cálculo do INPC segurou a alta do índice, que ficou em 0,30%. Ainda assim, o resultado é o maior para o mês de 2015, quando a taxa ficou em 0,51%. Nos últimos 12 meses, o índice ficou em 3,97%.

 “O INPC veio mais baixo porque, no caso, os transportes têm menos peso que no IPCA. A alimentação pesa mais. Em setembro, o impacto do transporte foi de 0,17 pontos percentuais (no IPCA, o impacto foi de 0,31 p.p.). Como os alimentos tiveram variações menores, isso ajudou a conter a taxa”, analisou Fernando.

O IPCA, calculado pelo IBGE desde 1980, refere-se às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. O INPC, por sua vez, começou a ser calculado em 1979 e refere-se às famílias com rendimento entre um e cinco salários mínimos, na mesma base territorial do IPCA.