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Produção industrial

Com recuo de 0,3%, indústria tem segunda taxa negativa seguida

Editoria: Estatísticas Econômicas | Mônica Marli | Arte: Helena Pontes

02/10/2018 09h00 | Atualizado em 05/11/2018 18h04

A produção industrial brasileira recuou 0,3% na passagem de julho para agosto deste ano, de acordo com os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF), divulgada hoje pelo IBGE. Esse foi o segundo mês seguido de comportamento negativo, acumulando uma perda de 0,4% no período. O gerente da pesquisa, André Macedo, ressalta que desde o final de 2015, a indústria não apresentava dois recuos consecutivos na produção.   

“Na série histórica da indústria é possível observar que, sempre que tem um movimento de queda, de alguma forma, ele é compensado, no mês seguinte, com crescimento. Desde setembro a dezembro de 2015, não se via dois meses em sequência de resultados negativos. Em 2015, foram quatro meses de queda, com um recuo de 6,4%. É claro que o total perdido foi superior ao desses dois meses de agora, que foi muito próximo da estabilidade”, explica

André Macedo comenta, ainda, que, com os últimos resultados, a produção industrial volta ao patamar de abril de 2018. “Mesmo com esses dois movimentos de queda muito próximos da margem, a produção industrial está em um patamar exatamente igual ao que ela tinha antes da greve dos caminhoneiros, que influenciou tanto o resultado negativo de maio, quanto o positivo de junho”, aponta.

Passados oito meses de 2018, a indústria está 1,1% abaixo do patamar de dezembro do ano passado. Para André Macedo, o ritmo da produção vem sendo afetado por fatores como a demanda doméstica ainda não recuperada, o grande contingente de trabalhadores fora do mercado de trabalho e também por questões relacionadas ao mercado internacional como, por exemplo, as exportações para a Argentina, que é um parceiro importante do Brasil.

“O ambiente de incertezas afeta as decisões de consumo por parte das famílias e de investimento por parte de empresários, o que explica muito do comportamento do setor industrial nesse momento”, diz.

Em relação ao ponto mais alto da série histórica da indústria, alcançado em maio de 2011, a produção de agosto ficou 14,3% abaixo.

#praCegoVer gráfico do percentual da variação mensal da produção industrial

Mais da metade das atividades tiveram resultados negativos

Das 26 atividades pesquisadas, 14 tiveram queda na passagem de julho para agosto de 2018. O principal comportamento negativo foi o de derivados de petróleo e biocombustíveis (5,7%), que interrompeu a sequência de resultados positivos iniciada em março. “Essa queda mais acentuada foi, de alguma forma, influenciada pela paralisação de uma refinaria importante, que interrompeu sua produção devido a um incêndio”, ressalta Macedo.

Os setores de bebidas (-10,8%), extrativo (-2,0%) e de produtos alimentícios (-1,3%) completaram as atividades que mais impactaram negativamente a taxa de agosto.

As principais influências positivas foram dos segmentos de veículos automotores (2,4%), segmento farmacêutico (8,3%), de equipamentos de informática e produtos eletrônicos (5,1%) e atividade de celulose, papel e produtos do papel (2,0%).