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IBGE em campo

Expedição chega à área de contato entre Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica

Editoria: Geociências | Pedro Renaux | Arte: Helga Szpiz

03/07/2018 14h10 | Atualizado em 04/07/2018 10h06

#PraCegoVer Placa da entrada do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu no norte de Minas Gerais

Em campo desde 25 de junho, a terceira expedição do Projeto Biomas 2018 do IBGE está na divisa entre os estados da Bahia e de Minas Gerais, na zona de transição entre a Caatinga, o Cerrado e a Mata Atlântica. Nos cerca de 4.135 km que serão percorridos nesta etapa, a equipe vai passar por locais como o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, em Itacarambi (MG) e o Parque Estadual Verde Grande, em Matias Cardoso (MG), para atualizar a classificação dos biomas do país.

Conhecida como áreas de tricontato, o trecho possui 65.496 km2 onde a Caatinga adentra o Cerrado e faz contato com a Mata Atlântica. A pesquisadora Rosângela Botelho, da coordenação de Recursos Naturais do IBGE, explicou que são regiões difíceis de ser interpretadas, por muitas vezes não existir uma característica dominante: “elas contêm espécies entremeadas, muito juntas, intercaladas, então, cartograficamente, é quase impossível esta separação”.

”#PraCegoVer Entrada de uma caverna do parque
São cerca de 180 cavernas no interior do Parque Nacional do Peruaçu
”#PraCegoVer Carro do IBGE dentro do parque
Um exemplar da barriguda, árvore típica das áreas com solos formados sobre rochas calcárias
”#PraCegoVer Reunião com técnicos sobre a ocorrência da Mata Seca na região
Reunião com técnicos do Instituto Estadual Florestal e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, em Januária (MG)

Resquícios de vegetação

Na viagem, serão visitados seis parques estaduais e um parque nacional, com o intuito de identificar resquícios de vegetação nativa que ajudem na diferenciação dos ambientes. De acordo com Rosângela, restam poucas regiões na área do tricontato com uma vegetação mais preservada: “nós estamos lançando mão dessa estratégia de visitar essas unidades de conservação, onde esperamos observar uma área menos alterada pela ação humana, para que possam contribuir na tomada de decisão dos novos traçados dos biomas”.

Diferentemente das duas primeiras expedições, que passaram pelos biomas Pantanal e Mata Atlântica, esta campanha exigiu uma equipe multidisciplinar formada por geólogos, engenheiros florestais e especialistas em solo e em relevo. “Assim, podemos juntos discutir, em campo, as características, os ambientes, os ecossistemas, assim como identificar realmente em que bioma eles melhor se enquadram. É uma característica bem interessante”, disse a pesquisadora.