Pesquisa Industrial Anual 2016
Em 2 anos, indústria naval perde quase metade do pessoal ocupado no Brasil
21/06/2018 10h00 | Atualizado em 21/06/2018 10h20
Puxada pelo Rio de Janeiro, a indústria naval brasileira perdeu 49% de seu pessoal ocupado entre 2014 e 2016. A queda de cerca de 30 mil vagas foi concentrada no estado fluminense, que fechou em torno de 23 mil postos de trabalho no mesmo período, segundo dados da Pesquisa Industrial Anual – Empresa, divulgada hoje pelo IBGE.
No Rio de Janeiro, quase três em cada quatro postos de trabalho na indústria naval foram perdidos nestes dois anos. De 31,2 mil ocupados em 2014, o número caiu para apenas 8 mil em 2016. O valor real bruto da produção industrial também caiu 71%, de R$ 6,8 bilhões, em 2014, para R$ 1,97 bilhões em 2016.
“A gente sabe que a indústria naval teve o crescimento impulsionado, principalmente, pelas embarcações e flutuantes para a indústria do petróleo. Quando vamos observar o nível de investimento do petróleo e do refino, vemos uma queda bastante considerável de 2015 a 2016 e isso provavelmente se reflete nos novos contratos do setor naval. Podemos relacionar isso à queda da mão de obra e no próprio valor bruto da produção industrial”, explicou o gerente da pesquisa, Jurandir Oliveira.
Em relação à indústria em geral, o quadro também foi de retração nos últimos dois anos. Entre 2015 e 2016, o número de empresas diminuiu, assim como o pessoal ocupado.
“O número de empresas caiu de 323 mil para 321 mil, os investimentos também caíram, a ocupação caiu em 400,8 mil pessoas. Quando comparamos com 2013, a queda chega a 1,3 milhão de pessoas. É um quadro de declínio mesmo”, comentou Jurandir. “Comparando com 2015, as atividades que mais chamam atenção nessa questão da ocupação são: fabricação de produtos de minerais não metálicos (cimento, vidro, concreto, entre outros), fabricação de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis e a fabricação de móveis”, completou.
Óleo diesel foi o produto que gerou maior valor em vendas em 2016
Assim como em 2015, o óleo diesel manteve a liderança entre os produtos com maior valor em vendas em 2016, faturando R$ 74,4 bilhões, o que correspondeu a 3,4% do total arrecadado pelas empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas. Carne bovina, com 2,3% de participação, e álcool (combustível), com 1,9%, ficaram, respectivamente, em segundo e terceiro lugares no ranking.
Por atividade, a liderança ficou com a indústria alimentícia, respondendo por 19,9% do total das vendas em 2016. O setor foi também o que mais ganhou participação nas vendas, passando de 17,4% em 2015 para 19,9% em 2016. Já a indústria de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis foi a que teve a maior retração: 11,1% para 10,2%.