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Inflação na Indústria

Mercado internacional faz metalurgia puxar alta dos preços

Editoria: Estatísticas Econômicas | Rodrigo Paradella | Arte: J.C. Rodrigues

29/03/2018 09h00 | Atualizado em 10/04/2018 08h50

Impulsionada pelo mercado internacional, a Metalurgia foi a atividade que mais contribuiu para a alta de 0,41% do Índice de Preços ao Produtor (IPP) de fevereiro, na comparação com janeiro, divulgado pelo IBGE nesta quinta-feira. Com relação ao mesmo mês de 2017, a variação foi de 5,23%, enquanto o acumulado no ano ficou em 0,89%.

A metalurgia impactou em 0,20 ponto percentual (p.p.) o resultado geral, sendo acompanhado de perto apenas pela fabricação de produtos alimentícios, com 0,18 p.p.. A alta no setor de metais foi motivada pela movimentação na economia internacional.

“A metalurgia tem um peso importante na pesquisa e teve um aumento razoável, o maior em fevereiro (2,51%). Foi impulsionado basicamente por todo grupo de aço, bobina, lingotes e alumínio, que sofrem influência do mercado internacional”, explica o analista do IBGE Manuel Campos Souza Neto.

“A China tem aumentado bastante seus preços em relação ao aço, fechando usinas de indústrias que produzem aço de baixa qualidade, também para se adequar a padrões internacionais. Além disso, o cobre também tem tido aumentos”, explica o pesquisador.

Em fevereiro, a maioria das atividades tiveram altas nos preços. Dos 24 setores analisados, apenas três não fecharam o mês com aumentos (Derivados de petróleo e biocombustíveis, Bebidas e Máquinas e equipamentos).

Já o grupo de Derivados de petróleo e biocombustíveis foi beneficiado pela queda no mercado internacional. Os preços caíram 3,15% em fevereiro na comparação com janeiro, a segunda maior queda desde 2010, quando começa a série do IPP. Antes disso, apenas em março de 2017 havia acontecido baixa maior (-3,25%).

“Foi uma queda generalizada no óleo diesel, na gasolina e no GLP (gás liquefeito de petróleo). Foram esses os produtos que caíram mais”, explica Manuel. “São commodities, tiveram uma baixa grande no mercado internacional e isso foi repassado para os preços ao produtor”, conclui.

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede a evolução dos preços dos produtos “na porta da fábrica”, sem que sejam contabilizados impostos e fretes.