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Censo Agro visita mais de 1 milhão de propriedades

Editoria: IBGE

01/11/2017 13h13 | Atualizado em 24/01/2019 11h03

Com mais de 20 mil recenseadores e supervisores em atividade, o mês inicial da coleta do Censo Agro 2017 foi um período de ajustes, mas cumpriu as expectativas, superando o primeiro milhão de estabelecimentos visitados por todo o Brasil. A tendência é que o ritmo de trabalho aumente nos próximos meses, com mais agentes em campo e aprimoramentos nos processos da operação.

#PraCegoVer Mapa do Brasil com percentual dos estabelecimentos agropecuários coletados, por região

“Surpreendeu a quantidade de questionários que recebemos neste primeiro mês, porque já sabíamos que as duas primeiras semanas eram de adaptação. São cinco meses de coleta, pouco mais de 5 milhões de estabelecimentos, o que dá cerca de 1 milhão de questionários por mês. Foi o que fizemos em outubro. A previsão é que, em novembro, a gente ultrapasse essa marca de 1 milhão no mês, já com novos recenseadores e os ajustes feitos”, explica o coordenador técnico do Censo Agro, Antônio Florido.

O trabalho a ser realizado, no entanto, não acaba quando o recenseador envia pela Internet o questionário com as informações do estabelecimento que visitou. Os dados ainda são checados pelos agentes censitários supervisores e os agentes censitários regionais, que verificam a consistência das informações inseridas pelo agente em campo no dispositivo móvel de coleta (DMC). Pode ser, por exemplo, que ele se engane na hora de preencher o questionário, anotando dados conflitantes entre si, o que pode ser checado pelos supervisores por meio de uma plataforma online do IBGE.

“Temos uma preocupação muito grande não só com a quantidade de questionários respondidos, mas também com a qualidade dos dados. Por isso precisamos desse trabalho de supervisão, do sistema funcionando à plena carga, com todos os supervisores conseguindo acessar os dados”, ressalta Florido. “O recenseador segue fazendo as visitas. Se não houver uma orientação sobre os padrões determinados, ele vai repetir os erros”, lembra. 

Censo Agro 2017 - situação em 31/10/2017
Unidades da Federação Estabelecimentos
Total estimado (2007)  Coletados  % coletados
Brasil 5.252.363 1.036.867 19,74
Norte 506.519 79.172 15,63
RONDÔNIA 88.093 22.810 25,89
ACRE 30.046 7.389 24,59
AMAZONAS 81.361 6.216 7,64
RORAIMA 10.655 2.739 25,71
PARÁ 236.141 25.924 10,98
AMAPÁ 3.555 952 26,78
TOCANTINS 56.668 13.142 23,19
Nordeste 2.477.725 486.234 19,62
MARANHÃO 289.085 46.538 16,10
PIAUÍ 248.229 48.699 19,62
CEARÁ 383.902 78.707 20,50
RIO GRANDE DO NORTE 83.526 19.325 23,14
PARAÍBA 167.761 19.130 11,40
PERNAMBUCO 309.181 70.872 22,92
ALAGOAS 128.534 24.331 18,93
SERGIPE 100.927 18.211 18,04
BAHIA 766.580 160.421 20,93
Sudeste 932.321 209.577 22,48
MINAS GERAIS 556.713 125.701 22,58
ESPÍRITO SANTO 85.214 21.242 24,93
RIO DE JANEIRO 58.900 12.139 20,61
SÃO PAULO 231.494 50.495 21,81
Sul 1.011.003 204.665 20,24
PARANÁ 373.044 76.404 20,48
SANTA CATARINA 195.199 43.206 22,13
RIO GRANDE DO SUL 442.760 85.055 19,21
Centro Oeste 324.795 57.219 17,62
MATO GROSSO DO SUL 65.127 11.189 17,18
MATO GROSSO 116.151 12.065 10,39
GOIÁS 139.427 32.725 23,47
DISTRITO FEDERAL 4.090 1.240 30,32

Trabalhos já começaram em todo o país
Mesmo não acontecendo simultaneamente em todos os municípios, o Censo Agro já foi iniciado em todos os estados do Brasil. A diferença no ritmo da coleta é ditada pelas particularidades de cada local, como o Mato Grosso, onde a predominância de grandes propriedades e a falta de recenseadores atrasaram os primeiros dias de pesquisa.

“Na média, estamos com um bom ritmo. Em alguns estados temos uma preocupação maior, pois estão abaixo da média, como no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraíba. Temos que verificar o que está acontecendo e ajudar a resolver. O Mato Grosso mesmo é um estado muito complicado, porque são setores muito grandes, com estabelecimentos muito grandes também”, destaca o coordenador. “Atualmente, a preocupação maior é na região Norte e Centro-Oeste”, complementa.

Segundo Florido, cada estado tem sua previsão própria, e o avanço tem sido proporcional ao número de recenseadores em campo. “Se você for levar pelo número absoluto, a Bahia, por exemplo, está com muitos recenseadores e, por isso, está com uma quantidade enorme de estabelecimentos visitados. Se for para o lado proporcional, alguns estados menores estão mais adiantados”, explica.

Em média, cada recenseador visitará cerca de seis setores censitários (divisão territorial de trabalho), o que ajuda a explicar por que muitos locais ainda estão sem agentes em campo. A lógica é simples: ele só poderá passar à próxima área após concluir a anterior. Assim, enquanto o recenseador visita um setor, outros cinco, em média, estarão necessariamente sem coleta. “Cada recenseador faz em torno de 400 questionários, o que vai dar 5, 6 ou 7 setores para cada um. E ele faz um de cada vez”, explica Florido. Além disso, há necessidade de contratação de mais agentes, uma vez que faltaram aprovados em algumas localidades, além das desistências, que já eram previstas.

Para suprir essa necessidade, o IBGE está realizando um processo seletivo extra para o preenchimento daquelas vagas. “A previsão é que eles comecem a trabalhar no dia 20 de novembro. Tem todo um processo seletivo, além do treinamento e a contratação em si. Por isso, a previsão é que tenhamos essas pessoas trabalhando no fim de novembro”, destaca o coordenador técnico.

Mesmo com o início sem maiores sobressaltos, o IBGE segue atento ao ritmo da coleta do Censo Agro. Um dos motivos é que seu orçamento tem anos fiscais distintos (aproximadamente R$ 505 milhões em 2017 e R$ 280 milhões em 2018), o que faz com que a pesquisa tenha de concluir determinadas etapas até o fim de dezembro para aproveitar todos os recursos disponíveis.

“É a primeira vez que a coleta de um Censo vai pegar dois exercícios fiscais. Então, o orçamento para este ano precisa ser cumprido integralmente até o fim de 2017”, ressalta Florido. “Estamos atentos a isso, é uma questão estratégica para o IBGE”, conclui.

Texto: Rodrigo Paradella
Infográfico: Pedro Vidal
Imagem: Pixabay