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Dia do Nordestino em São Paulo homenageia Luiz Gonzaga

02/08/2017 09h00 | Atualizado em 02/08/2017 10h46

Autor de mais de 500 músicas, Luiz Gonzaga, o “Rei do Baião”, completa, nesta quarta-feira, 02 de agosto, 28 anos de morte. O músico, sanfoneiro, cantor e compositor pernambucano gravou 56 discos e foi o responsável pela popularização de ritmos nordestinos em músicas consagradas, como Asa Branca, de 1947, uma parceria com Humberto Teixeira.

E é em homenagem ao sanfoneiro que São Paulo comemora hoje o Dia do Nordestino. O estado é o principal destino de migrantes vindos da região Nordeste, 5,6 milhões em 2015, 12,66% da população do estado, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE.

No Rio de Janeiro, segundo colocado nesse ranking, com 1,2 milhão de migrantes nordestinos, muitos deles revivem sua cultura natal no Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, no bairro de São Cristóvão, zona norte da cidade, que completa 15 anos em setembro. A Feira de São Cristóvão, como é mais conhecida, existe há 73 anos.

Feira de São Cristóvão preserva a tradição nordestina

O ambulante José da Silva Bahe, pernambucano de 94 anos, conta que, ao chegar à cidade na década de 50, a feira funcionava no estacionamento em volta do pavilhão onde hoje é realizada. Foi só em 2002 que as barracas ocuparam o interior do espaço. Zé da Bandeira, como é apelidado, trabalha caraterizado com a bandeira do Brasil, e revela que veio para o Rio de Janeiro em busca de mais oportunidade trabalho: “vim pra cá porque o salário mínimo daqui era maior que o do Nordeste. Desde sempre trabalhei como vendedor ambulante”.

A história se repetiu com o também ambulante José Gomes da Silva, de 61 anos, que veio da Paraíba para o Rio em 1975 com o mesmo sonho de Zé da Bandeira. “A gente vem de lá querendo uma vida melhor, porque lá não tem como sobreviver. Por isso que o nordestino tem vindo muito para o Rio de Janeiro e São Paulo. Aqui é melhor, não há dúvida. Lá no Nordeste não tem trabalho, quem vive bem no Nordeste é só fazendeiro, quem trabalha pra eles não”, lamenta.

40 mil pessoas se reúnem para comemorar São João na feira

Responsável por cuidar do Memorial Luiz Gonzaga, localizado dentro do centro, a paraibana Cristina Fagundes reside no Rio de Janeiro há 36 anos. Ela revela que, durante as comemorações de São João, 40 mil pessoas estiveram festejando no pavilhão. As festividades também contaram com a participação de quadrilhas de diversas cidades.

Cristina considera que “essa é a melhor época, enche mais. Vem gente e atrações de outros estados, fica muito aconchegante. O frio com o calor humano fica muito bom”.

Em setembro, mês de aniversário do Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, haverá uma vasta programação para comemoração, que pode ser conferida no site oficial da feira.

Texto: Karina Melo e Marina Lara (estagiárias) sob supervisão de Adriana Saraiva

Fotos: Karina Melo e Marina Lara