Taxa de desocupação tem primeira queda desde 2014
28/07/2017 09h00 | Atualizado em 31/07/2017 10h06
Com uma taxa de desocupação de 13,0% no segundo trimestre de 2017, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, que o IBGE acaba de divulgar, mostrou a primeira queda desde o final de 2014. Houve um recuo de 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (janeiro-março de 2017).
O coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, explica que ”tivemos uma redução na taxa, com o aumento da população ocupada e queda no número de desocupados. Mas, infelizmente, a ocupação cresceu pelo lado da informalidade, ou seja, há mais pessoas sem carteira e por conta própria, que não têm garantias trabalhistas”.
Cimar lembrou que os grupamentos de atividade nos quais o emprego cresceu foram a Indústria e os Transportes. Segundo ele, “a indústria cresceu principalmente por causa da indústria alimentícia e fundamentada em postos de trabalho informais. Já nos transportes, a alta foi em função do aumento do número de motoristas de passageiros”.
A última redução da taxa de desocupação tinha ocorrido na passagem do terceiro para o quarto trimestre de 2014: uma queda de 6,8% para 6,5%. Desde então, a taxa subiu ininterruptamente e o mercado de trabalho do país se deteriorou.
No trimestre outubro-dezembro de 2014, a população desocupada do país era de 6,5 milhões de pessoas. De lá para cá esse número mais do que duplicou, chegando ao seu auge no trimestre janeiro-março de 2017: 14,2 milhões de pessoas. Na última edição da PNAD Contínua, esse número recuou 4,9%, o que representou menos 690 mil pessoas procurando trabalho. Apesar disso, neste segundo trimestre de 2017, o país ainda tem 13,5 milhões de desocupados.
A pesquisa do IBGE também mostrou que 33,3 milhões de pessoas tinham emprego com carteira assinada no segundo trimestre (abril-junho) de 2017. Esse contingente permaneceu estável em relação ao primeiro tri de 2017, embora tenha ficado 3,2% abaixo do mesmo trimestre de 2016. Isso significa que, em um ano, o país perdeu 1,1 milhão de postos de trabalho com carteira assinada.
No entanto, comparando-se os dados atuais com o último trimestre de 2014, quando o país tinha 36,5 milhões de empregos com carteira, percebe-se uma queda muito maior: foram 3,2 milhões de postos de trabalho formais a menos no mercado de trabalho do país. “O mercado reage por um retrato de 2017. Mas olhando o passado, vemos que há muito que caminhar para recompor o que foi perdido desde que começou a crise”, concluiu Azeredo.
Texto: Luiz Bello
Imagens: Simone Mello / Gettyimages