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IBGE lança a Pesquisa de Orçamentos Familiares, um retrato de como os brasileiros gastam o seu dinheiro

Editoria: IBGE | Luiz Bello

26/06/2017 18h33 | Atualizado em 10/02/2020 10h09

A partir de hoje, mil agentes de pesquisa do IBGE, espalhados por 1.900 municípios do país, irão visitar cerca de 75 mil domicílios para investigar quanto ganham e quanto gastam os brasileiros. Para captar detalhadamente os padrões de consumo das famílias, inclusive as suas mudanças ao longo do ano, os agentes do IBGE irão coletar informações durante 12 meses, até maio de 2018.

O principal objetivo da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) é atualizar a lista de gêneros de consumo que é referência para o cálculo do índice oficial de inflação do país, o IPCA. Através de questionários bastante detalhados, o IBGE consegue saber quanto do orçamento das famílias é destinado aos gastos com alimentos, roupas, medicamentos ou passagens de ônibus, por exemplo. Além disso, a pesquisa define exatamente quais itens de consumo devem ter seus preços acompanhados pelo IBGE. Atualmente, essa lista tem mais de 400 itens e pode ser acessada aqui.

O IBGE pesquisa os hábitos de consumo da população brasileira desde os anos 1970, com diferentes metodologias. A versão atual da POF prevê que um domicílio seja visitado durante até nove dias. Neste período, diferentes questionários irão detalhar não apenas o que foi comprado, mas também que alimentos foram consumidos pelos moradores, dentro ou fora de casa, e em qual quantidade.

André Martins, o gerente da pesquisa, lembra que a POF “permite avaliar a ingestão de macro e micro nutrientes pela população, como sal, açúcar, vitaminas, carboidratos e gorduras. Isso é fundamental para diversos estudos na área da saúde”.

Ao longo de mais de quatro décadas, a Pesquisa de Orçamentos Familiares comprovou as principais alterações nos hábitos de consumo dos brasileiros. Para o gerente da POF, uma das mudanças mais importantes que a pesquisa descobriu foi o aumento da participação da alimentação fora de casa no orçamento das famílias, que subiu de 24,1% para 31,1% entre 2003 e 2009. André lembra outro aspecto dessa mudança: “Vimos a população aumentar a aquisição de alimentos industrializados, que têm muito apelo, pois são práticos, mas não têm muito valor nutricional, além de serem ricos em sódio e gorduras”.

Para o pesquisador, a POF demonstra que a população não tem feito uma seleção alimentar saudável: “Os resultados da pesquisa mostram que os brasileiros até consomem frutas, mas não conseguem alcançar nem a metade do consumo diário recomendado pela Organização Mundial de Saúde”.

A POF foi a primeira pesquisa domiciliar do IBGE a utilizar instrumentos eletrônicos de coleta, em substituição aos questionários de papel. Na edição que começa hoje, os agentes de pesquisa usarão tablets. A edição de 2017/2018 foi orçada em R$ 43 milhões. Os resultados da POF 2017/2018 começarão a ser divulgados em 2019.

André lembra que a população terá a sua disposição várias maneiras de se certificar sobre a identidade dos agentes de pesquisa do IBGE. “Ele sempre estará perfeitamente identificado, com o crachá do IBGE”, explica. Além disso, a identidade do entrevistador pode ser confirmada pelo telefone 0800 721 8181 ou no site Respondendo ao IBGE.