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Capitais perdem participação para outras cidades no PIB

14/12/2017 10h00 | Atualizado em 24/01/2018 09h08

De 2002 a 2015, as capitais perderam 2,9 pontos percentuais (p.p) de participação no PIB nacional. De forma oposta, os municípios fora das capitais registraram um avanço de 2,9 (p.p). Em 2002, 36,1% do PIB brasileiro vinha das capitais estaduais, percentual que em 2015 caiu para 33,1%. Já nos demais municípios a contribuição para o PIB do país aumentou de 63,9% para 66,9% no mesmo período. Essas informações fazem parte da pesquisa PIB dos Municípios 2010-2014, divulgada hoje (14 de dezembro) pelo IBGE.

Segundo Frederico Cunha, pesquisador do IBGE, as atividades industriais e de serviços foram as que mais contribuíram para este movimento: “as capitais perderam participação principalmente nas atividades industriais, com perda de 4,1 p.p, nas atividades de serviços (5,8 p.p) e na atividade de administração, defesa, educação e saúde pública e seguridade social (1,7 p.p)”.

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25 municípios brasileiros concentram 37,7% do PIB e 5.545 repartem 62,3% restantes

Dentre as 20 capitais que perderam participação, Recife (-8,8 p.p), Belém (-7,9 p.p) e Vitória (-7,4 p.p) registraram os mais altos percentuais negativos.

“No caso de Pernambuco, os municípios que ganharam mais participação na indústria, em detrimento da capital Recife, foram, principalmente, Goiana e Ipojuca, onde fica o Complexo Industrial Portuário de SUAPE. Esses municípios ganharam 4,7 p.p. e 14,6 p.p., respectivamente. Goiana dobrou sua participação no PIB do estado e Ipojuca mais do que dobrou”, explica o pesquisador.

Ainda de acordo com ele, no caso do Pará foram os municípios de Marabá (2,6 p.p.), Parauapebas (3,3 p.p.) e Canaã dos Carajás (2,4 p.p) que ganharam participação no PIB em detrimento da capital Belém.

No caso do Espírito Santo, Linhares (1,0 p.p), Marataízes (1,7 p.p), Itapemirim (3,3 p.p) e Presidente Kennedy (4,2 p.p) obtiveram aumento de participação no PIB. Todos são municípios que têm como característica comum o fato de serem beneficiados pela extração de petróleo e gás.

“Mesmo com estes movimentos já perceptíveis de desconcentração, o Brasil ainda é bastante concentrado. Por exemplo, em 2015, 25 municípios brasileiros concentram 37,7% do PIB e os outros 5.545 repartiam 62,3% restantes. Uma outra constatação de concentração é que os municípios de São Paulo, com 10,9% de participação no PIB em 2015, equivalem aos 4.300 municípios com menores PIBs do país”, concluiu Frederico.

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Presidente Kennedy (ES),  com 583,932 km² de área territorial e 10.314 habitantes, segundo o Censo 2010, teve aumento do PIB e o maior PIB per capita em 2015 

 

Texto: Marcelo Benedicto
Arte: Pedro Vidal
Imagem: Google Maps